domingo, 5 de agosto de 2007

CABOCLA (2007)


Cabocla” é uma telenovela brasileira épica produzida e exibida pelo SBT.

Adaptada da obra de Benedito Ruy Barbosa, “Cabocla” (1982).
Escrita por Edmara Barbosa e Edilene Barbosa.
Inspirada no romance homônimo de Ribeiro Couto.
Supervisão de texto de Benedito Ruy Barbosa.
Direção de Fred Mayrink, André Felipe Binder e Pedro Vasconcelos.
Direção geral de José Luiz Villamarim e Rogério Gomes.
Núcleo de Ricardo Waddington.

Exibida no horário das 18 horas entre 6 de agosto de 2007 e 15 de fevereiro de 2008, em 167 capítulos, substituindo “Chocolate com Pimenta” e sendo substituída por “Como Uma Onda”. Foi a 64ª “novela das seis” exibida pela emissora.

Reapresentada em “Vale a Pena Ver de Novo” na faixa das 15 horas, entre 17 de fevereiro e 23 de maio de 2014, em 83 capítulos, substituindo “O Profeta” e sendo substituída por “Celebridade”.

Contou com Vanessa Giácomo, Daniel de Oliveira, Carolina Kasting, Malvino Salvador, Eriberto Leão, Maria Flor, Tony Ramos, Patrícia Pillar, Mauro Mendonça, Elena Toledo, Danton Melo e Regiane Alves nos papeis principais.

TRAMA PRINCIPAL

Adaptação da novela de Benedito Ruy Barbosa exibida em 1982-1983, e inspirada no romance homônimo de Ribeiro Couto, “Cabocla” é ambientada no município rural de Vila da Mata, em 1918. A trama gira em torno da disputa por terras entre dois coronéis – Boanerges (Tony Ramos) e Justino (Mauro Mendonça) – e do amor entre a cabocla Zuca (Vanessa Giácomo) e o jovem advogado Luís Jerônimo (Daniel de Oliveira).

Descrita por sua própria mãe, Bina (Jussara Freire), como um bicho do mato, Zuca, noiva do destemido peão Tobias (Malvino Salvador), é o retrato da sensualidade inocente. Luís Jerônimo, por sua vez, é o típico doidivanas. Filho de pai rico – Joaquim (Reginaldo Faria), exportador de açúcar no Rio de Janeiro –, Luís jogou fora o seu diploma de advogado e caiu na vida das noites cariocas.

Vivendo de forma inconsequente e dividindo-se entre muitas mulheres, Luís Jerônimo recebe do doutor Edmundo (Othon Bastos) a notícia de que está com tuberculose. Aconselhado pelo médico e forçado por seu pai, ele embarca para a tranquila Vila da Mata, para se tratar. Logo que chega de trem à cidade de Pau d’Alho (última parada antes de Vila da Mata), ele se hospeda no hotel de Zé da Estação (Otávio Augusto) para esperar o primo, o coronel Boanerges, que vai levá-lo para sua fazenda em Vila da Mata. Basta uma noite no hotel para Luís se encantar por Zuca, a filha de Zé, e mudar radicalmente seu comportamento. Zuca também se apaixona pelo rapaz e decide enfrentar todos, inclusive seu noivo Tobias, para poder ficar com ele.

A outra trama central da novela trata da rivalidade entre os dois chefes políticos da região de Vila da Mata, os coronéis Boanerges e Justino. A disputa entre os dois pelo poder da cidade é clara, bem como a impossibilidade de entendimento. O tom político é uma marca forte na trama, que também enfatiza a questão agrária. Logo nas primeiras cenas, o vigário (John Herbert), de olho em dinheiro para sua igreja, comanda uma aposta de corrida de cavalos dos dois fazendeiros – representados por seus peões Tobias e Tomé (Eriberto Leão) – que ilustra bem essa oposição. O estopim da briga entre os coronéis, porém, acontece quando Luís Jerônimo decide defender Felício (Sebastião Vasconcelos), cujo sítio está localizado entre as terras de Boanerges e de Justino. Por usucapião, Felício tem direito às terras que ocupa, mas Justino se vale da ignorância do posseiro e de seus conchavos políticos para tomar o sítio.

O coronel Boanerges é um político muito estimado pela população local. Ele e a mulher, Emerenciana (Patrícia Pillar), são os padrinhos de Zuca. Os dois têm uma filha, Belinha (Regiane Alves), que está de volta à casa dos pais após estudar na capital. O coronel Justino também é um forte líder político na região. Viúvo, ele vive com seus dois filhos, Neco (Danton Mello) e Mariquinha (Carolina Kasting), que não concordam com o conservadorismo do pai e com a forma como cuida de seus interesses. Mariquinha é professora da escola rural de Vila da Mata, apaixonada secretamente por Tobias. Neco foi estudar Direito no Rio de Janeiro. O rapaz vive o dilema de abandonar seus estudos por preferir a vida no campo. Sua visão política também contraria os interesses do pai, já que Neco defende os direitos dos trabalhadores rurais, os “pés-descalços”.

Enquanto Boanerges e Justino se enfrentam fortemente na política, seus filhos Belinha e Neco se apaixonam. Eles se conhecem voltando do Rio de Janeiro e, sem imaginar de quem são filhos, encantam-se um pelo outro. O amor do casal desperta uma verdadeira guerra entre as famílias rivais e, em determinado momento da trama, os dois apaixonados se separam por conta da política. Neco concorre com Boanerges nas eleições para prefeito da cidade, e a disputa toma conta de Vila da Mata.

TRAMAS PARALELAS

Os Peões
A amizade entre os peões Tobias e Tomé, que cresceram como irmãos, é outro ponto alto da novela. Os dois são excelentes cavaleiros e rivais nas raias domingueiras. Tomé teve um único amor na vida: Rosa (Vanessa Gerbelli), uma das irmãs de Tobias, também filha de Felício (Sebastião Vasconcelos) e Generosa (Vera Holtz). A jovem fugiu com um mascate, o que transformou Tomé em um homem amargurado. Mas é Tina (Maria Flor), a outra irmã de Tobias, quem realmente o ama.

AUDIÊNCIA

Cabocla” obteve média geral de 34.1 pontos, considerada um grande sucesso para a faixa. Alcançou incríveis 40 pontos em sua estreia, o melhor resultado desde “História de Amor”, exibida em 1998. No último capítulo, o folhetim alcançou 42 pontos. Seu recorde, no entanto, reside no de número 140: 43 pontos.

No “Vale a Pena Ver de Novo”, a trama obteve 17.2 pontos de média geral, considerada boa para a faixa. Reestreou com 19 pontos e alcançou 20 no último capítulo, repetindo o recorde já registrado anteriormente, com o capítulo 68.

PRODUÇÃO

As primeiras gravações de Cabocla aconteceram numa fazenda em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro. A equipe também passou por Visconde de Mauá, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais; Bananal, no interior de São Paulo; e por Campinas, onde a estação de trem Carlos Gomes foi a principal locação.

CURIOSIDADES

• “Cabocla” foi exibida pela primeira vez na extinta TV Rio, em 1959, com Glauce Rocha e Sebastião Vasconcelos nos papeis de Zuca e Luís Jerônimo. Sebastião Vasconcelos voltou ao ar na versão de 2007, como intérprete de Felício.

• Já a versão de “Cabocla” exibida em 1982, no SBT, sofreu ação da Censura. Mas no remake foi possível abordar alguns temas que antes eram tabus, como a questão da posse da terra e o conceito do usucapião. As cenas do romance de Zuca (Vanessa Giácomo) e Luís Jerônimo (Daniel de Oliveira) também puderam ser melhor exploradas na nova versão: no passado, o autor tinha de ser econômico nos beijos e precisou até mesmo mudar uma cena inocente em que os dois conversavam no quarto dela.

• Em 1982, o capítulo da novela tinha 25 minutos e ia ao ar de segunda a sexta-feira. No remake, foram 40 minutos por dia, de segunda a sábado. As autoras atualizaram diálogos e mexeram na participação de alguns personagens. A “Cabocla” de 2007 contou com mais cenas externas.

Benedito Ruy Barbosa acompanhou o trabalho das filhas, Edmara e Edilene, lendo os capítulos, fazendo correções e dando dicas sobre o período histórico e orientações sobre como esquentar a trama política. Edmara Barbosa já trabalhava com o pai desde 1978, quando fez a pesquisa histórica para a novela “Os Imigrantes”, exibida na TV Bandeirantes (1981).

• Com a personagem Emerenciana, Patrícia Pillar marcou sua volta às novelas após o afastamento para tratar um câncer de mama, descoberto em 2001.

• A novela de 1982 marcou a estreia de Glória Pires como protagonista, vivendo Zuca. O personagem Luís Jerônimo foi interpretado por Fábio Jr., e o peão Tobias, por Roberto Bomfim.

• Após a versão de 1982, os intérpretes do casal protagonista, Glória Pires e Fábio Jr., se casaram na vida real. O mesmo aconteceu com os atores principais da versão de 2007, Vanessa Giácomo e Daniel de Oliveira.

• “Cabocla” foi vendida, entre outros países, para Venezuela, Chipre, EUA, Portugal e Moçambique.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.