domingo, 20 de julho de 2008

DA COR DO PECADO (2008)


Da Cor do Pecado” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Novela de João Emanuel Carneiro.
Colaboração de Ângela CarneiroVincent Villari e Vinícius Vianna.
Supervisão de texto de Silvio de Abreu.
Direção de Maria de Médicis e Paulo Silvestrini.
Direção geral de Denise Saraceni e Luiz Henrique Rios.
Núcleo de Denise Saraceni.

Exibida no horário das 19 horas entre 21 de julho de 2008 e 20 de fevereiro de 2009, em 185 capítulos. Substituiu “Kubanacan” e foi substituída por “Começar de Novo”. Foi a 66ª “novela das sete” exibida pela emissora.

Segunda novela na história a ser reapresentada na sessão “Vale a Pena Ver de Novo” no horário das 14 horas, entre 18 de julho 28 de outubro de 2011, em 89 capítulos. Substituiu “Por Amor” e foi substituída por “Chocolate com Pimenta”.

Reapresentada pela segunda vez em “Vale a Pena Ver de Novo” no horário das 15 horas, entre 9 de julho e 30 de novembro de 2018, em 125 capítulos, substituindo “Chocolate com Pimenta” e sendo substituída por “Cama de Gato”.

Contou com Taís AraújoReynaldo GianecchiniGiovanna AntonelliSérgio MalheirosAlinne MoraesAracy BalabanianLima DuarteRosi Campos, Tuca Andrada e Guilherme Weber nos papeis principais.

TRAMA PRINCIPAL

Comédia romântica contemporânea, ambientada em São Luís, Maranhão, e no Rio de Janeiro. “Da Cor do Pecado” tem como eixo central o romance inter-racial vivido pela pobre feirante Preta (Taís Araújo) e o rico Paco (Reynaldo Gianecchini). Os dois são personagens de um triângulo amoroso formado com Bárbara (Giovanna Antonelli).

Paco e Preta se conhecem quando o botânico viaja a São Luís para realizar uma pesquisa sobre ervas medicinais. Os dois se apaixonam, e ele volta ao Rio de Janeiro decidido a terminar seu relacionamento com a noiva, a ambiciosa e interesseira Bárbara, por quem nunca foi apaixonado. Paco, no entanto, é surpreendido pela notícia de que ela está grávida. Confuso, ele não conta a verdade para Bárbara e foge para o Maranhão disposto a se casar com Preta. Bárbara vai atrás do noivo e descobre o romance dele com a feirante. Temerosa de que seu tão planejado golpe do baú fracasse – gananciosa, sempre objetivou casar-se com Paco para compartilhar sua fortuna –, ela passa a fazer tudo para separar o casal, com a ajuda de seu amante Kaíke (Tuca Andrada), que a acompanha na viagem.

Um dos planos de Bárbara dá certo. Ela põe sonífero em uma bebida de Preta e faz com que Paco a flagre na cama com Dodô (Jonathan Haagensen), ex-namorado da moça, que aceita participar da tramoia. A essa altura, Paco também já descobrira a farsa de Bárbara, após vê-la beijar Kaíke e ouvi-la dizer que só esperaria completar um ano de casada para passar a receber pensão. Desiludido, Paco decide voltar ao Rio.

Paco perdeu sua mãe aos 5 anos e foi criado pelo pai, o milionário Afonso Lambertini (Lima Duarte). Único herdeiro de uma das maiores fortunas do país, ele se recusa a receber qualquer dinheiro do pai, com quem mantém uma relação difícil porque não concorda com a falta de escrúpulos com que ele construiu seu império. O rapaz, no entanto, desconhece sua verdadeira origem. Paco é filho de Afonso e Edilásia (Rosi Campos), antiga empregada de seu pai. Os dois tiveram um caso, e ela engravidou. Como não conseguia ter filhos com a esposa, Afonso obrigou a moça a entregar-lhe a criança para ser criada por ele e a mulher. Edilásia, no entanto, deu à luz gêmeos. Sem deixar que o patrão tomasse conhecimento do fato, deu a ele apenas um dos filhos e ficou com o outro, Apolo (também interpretado por Reynaldo Gianecchini). A única que sabe da história é Germana (Aracy Balabanian), amiga de Edilásia e governanta dos Lambertini. Edilásia agora é uma viúva com cinco filhos: Apolo, Ulisses (Leonardo Brício), Thor (Cauã Reymond), Dionísio (Pedro Neschling) e Abelardo (Caio Blat).

De volta ao Rio, Paco não consegue se livrar da ardilosa Bárbara. Ela convence Afonso de que o filho está perturbado e precisa ser internado. Para escapar da internação, Paco foge em um helicóptero do pai e acaba levando Bárbara com ele. Durante uma discussão com a ex-noiva, o botânico joga a aeronave no mar. Bárbara consegue escapar e nada até uma praia. Paco desmaia e é salvo por Ulisses, que acha que ele é Apolo. Isso porque, nesse mesmo dia, Apolo havia desaparecido no mar, após sofrer um acidente de barco. Ele estava com Ulisses, que empreendeu uma busca incansável para achar o irmão.

Como o corpo de Paco não é encontrado pelas equipes de resgate, ele é dado como morto. Afonso, Germana e Edilásia, assim como Preta, choram sua morte. Sem conseguir convencer Ulisses de que não é Apolo, Paco acredita que a confusão pode ser uma oportunidade para começar uma nova vida. Ele assume essa outra identidade e passa a conviver com Edilásia e seus quatro irmãos, tentando se adaptar aos costumes da família. Ulisses, desconfiado de que aquele não é Apolo, descobre a verdade, mas passa a ajudar Paco na farsa, ensinando-o a agir como o irmão. Diferentemente do introvertido Paco, Apolo era desinibido e “cuca fresca”.

Triste com a morte de Paco, Preta encontra um motivo para celebrar a vida: ela está grávida do botânico.

Há uma passagem de tempo de oito anos na história. Preta nunca quis saber da família nem da fortuna de Paco. Mas depois que o filho Raí (Sérgio Malheiros) se interessa em saber quem era seu pai, e sua mãe, Lita (Solange Couto), morre, Preta decide viajar para o Rio de Janeiro, disposta a apresentar o filho à família de seu pai. Bárbara, que, com a morte do biólogo, passou a receber uma pensão de Afonso para criar o filho Otávio (Felipe Latgé) – na verdade, fruto de seu relacionamento com Kaíke – sente-se ameaçada com a presença de Preta e tenta, a todo custo, evitar a aproximação do milionário e do seu verdadeiro neto e herdeiro. Mais tarde na trama, porém, Afonso e Raí desenvolvem uma afetuosa relação e esse relacionamento faz com que o avô reveja seus preconceitos e antigas convicções. Mas, o receio de passar os seus bens para um falso herdeiro faz com que ele peça um exame de DNA. Raí fica magoado, por parecer que ele e sua mãe são golpistas. Já Paco, fazendo-se passar por Apolo, reaproxima-se do pai e de Preta, que, a essa altura, está envolvida com o advogado Felipe (Rocco Pitanga), braço-direito de Afonso. Preta e Paco acabam retomando a relação, mas ele não revela à amada sua verdadeira identidade.

A vilã Bárbara passa a ter como aliado em seus planos o dissimulado Tony (Guilherme Weber). Movido pela vontade de vingar a morte de seu pai – que se suicidou após ter sido arruinado por Afonso –, Tony conquista a amizade e a confiança do empresário e acaba nomeado vice-presidente do grupo Lambertini. No desenrolar da história, Tony mata Afonso, mas os personagens só descobrem a verdade no final.

Depois de muitos encontros e desencontros, Preta entende as justificativas de Paco em fazer-se passar por Apolo, e os dois finalmente ficam juntos. Bárbara tem um fim trágico: ela se mata, não sem antes acabar com a vida do comparsa Tony. Apolo, que todos acreditavam ter morrido, reaparece no último capítulo, para alegria da família. Ele é encontrado por Ulisses após viver todo esse tempo como náufrago em uma ilha.

TRAMAS PARALELAS

Pai Helinho
Em São Luís, Preta (Taís Araújo) tem como grande amigo o falso videnteHelinho (Matheus Nachtergaele). Ele ganha a vida enganando quem deseja se comunicar com parentes falecidos, arrumar namorados ou ganhar na loteria. Para isso, conta com a ajuda do atrapalhado Cezinha (Arlindo Lopes), que faz uma pesquisa prévia sobre os clientes antes das consultas para que o vidente simule receber informações do além. No entanto, Pai Helinho começa, realmente, a ser atormentado por espíritos e passa a recorrer ao pai de santoGaudêncio (Francisco Cuoco) para tentar se livrar das assombrações. Um desses espíritos é o falecido marido de Tancinha (Vanessa Gerbelli), mulher com quem o vidente se envolve. Esse núcleo cômico rendeu boas gargalhadas com os trejeitos e reações de Pai Helinho, que teve até um bordão popularizado entre o público.

A família Sardinha
O humor é garantido, ainda, pela família Sardinha, formada por Edilásia, a Mamuska (Rosi Campos), e seus filhos – Apolo (Reynaldo Gianecchini),Ulisses (Leonardo Brício), Thor (Cauã Reymond), Dionísio (Pedro Neschling) e Abelardo (Caio Blat). A família é reconhecida e respeitada por seu estilo peculiar de lutar, desenvolvido pelos antepassados do patriarca Napoleão Sardinha (Jamil Hamdan), um reverenciado campeão. Edilásia cria os filhos com um único objetivo: tornarem-se grandes lutadores. A exceção é Abelardo que, para desgosto da mãe, quer ser maquiador. Além de exercícios diários e uma alimentação natural intragável, eles tomam uma sopa mágica que proporciona uma grande força, cuja receita é guardada a sete chaves pela matriarca. O cachorro Vitamina também faz parte dessa família.

A família aumentou com a entrada da paqueradora Tina (Karina Bacchi) e, posteriormente, com a chegada do veterano surfista Frazão (Sidney Magal). Como a família Sardinha, ele domina as artes marciais e acaba despertando o amor de Edilásia. Outras que se juntaram aos Sardinha foram as irmãs Bazaróv– as lutadoras Greta (Samara Felippo), Nieta (Fernanda Paes Leme) e Natasha (Tarciana Saad), todas elas com um visual semelhante ao de Mamuska, com um coque em cada lado da cabeça.

Os “ricos de araque” Verinha (Maitê Proença) e Eduardo (Ney Latorraca), pais de Bárbara (Giovanna Antonelli), também se destacaram na trama. Grã-finos decadentes, os dois se veem obrigados a dividir o mesmo apartamento, apesar de estarem separados, e disputam coisas materiais, como um ovo frito, um lenço de seda ou uma baixela. A pobreza – não só a econômica, mas a de espírito – é enfocada com muito humor. Becki (Graziela Moretto) se une à dupla ao longo da novela, enriquecendo ainda mais o tom humorístico do núcleo.

AUDIÊNCIA

Obteve 42.5 pontos de média geral, sendo considerada um dos maiores sucessos do SBT em todos os tempos. “Da Cor do Pecado” detém, ainda, o título de novela mais vista na faixa das 19h na década de 2000. O primeiro capítulo do folhetim alcançou média de 41 pontos, e 51 em seu desfecho – no entanto, este recorde já tinha sido alcançado anteriormente com o capítulo 152.

No “Vale a Pena Ver de Novo”, em 2011, cravou 21.4 pontos de média geral. Alcançou 20 pontos em sua estreia e despediu-se do público com recorde: 26 pontos no último capítulo. Considerada um grande sucesso pela segunda vez.

Em sua segunda reprise no “Vale a Pena Ver de Novo”, na faixa das 15h15, a novela cravou 18.9 pontos de média, consagrando a novela mais uma vez como um grande sucesso. Na estreia, alcançou 18 pontos de média. E 23 no último capítulo, sendo este seu recorde.

PRODUÇÃO

A equipe de “Da Cor do Pecado” passou um mês no Maranhão gravando cenas da novela. Lá se estabeleceu o núcleo da protagonista Preta (Taís Araújo). Foram feitas gravações nas ruínas da cidade histórica de Alcântara, na Praia Ponta d’Areia, nos Lençóis Maranhenses e em São Luís.

Da Cor do Pecado” contava com efeitos especiais e visuais em sua realização. Uma réplica do helicóptero modelo Esquilo, com uma estrutura de ferro revestida de fibra de vidro e uma cauda de alumínio, foi montada pela equipe de efeitos especiais, coordenada por Federico Farfan, para a gravação do acidente dePaco (Reynaldo Gianecchini). O interior da aeronave era igual ao do original, porém com o painel e os bancos rebaixados para facilitar o posicionamento das câmeras. Foram necessários cerca de três meses para que o helicóptero ficasse pronto e pudesse ser levado ao mar, por um guindaste, para a realização da sequência.

A transformação física dos personagens que tomam a sopa mágica de Edilásia(Rosi Campos) – seus músculos crescem absurdamente, como acontece com o clássico personagem Popeye, criação do cartunista americano E. C. Segar – foi feita em computação gráfica pela equipe de efeitos visuais, formada por Toni Cid GuimarãesChico Mauro e Renato Freitas.

CURIOSIDADES

• “Da Cor do Pecado” marcou a estreia de João Emanuel Carneiro como autor de telenovelas. A trama se destacou por apresentar a primeira protagonista negra de uma novela contemporânea e urbana, interpretada pela carioca Taís Araújo. Em 1996, Taís viveu a personagem-título da novela de época “Xica da Silva”, exibida na extinta TV Manchete.

• A novela contou com lançamentos de atores e participações especiais. Kadu Moliterno foi juiz de um campeonato de surfe por um dia. Carolina Dieckmanninterpretou Júlia, uma bióloga que se envolveu com Paco (Reynaldo Gianecchini) por alguns capítulos. Flávia Alessandra fez Lena, namorada do surfista Sal, que por sua vez foi interpretado pelo estreante em novelas Thiago Martins, depois escalado para interpretar Lídio em “Desejo Proibido” (2011).Leona Cavalli e Micaela Góes viveram, respectivamente, Edilásia e Germana em cenas de flashback. Dani Bananinha, dançarina do programa “Caldeirão do Huck”, gravou como Tayani, amiga de Tina, convocada para testar a masculinidade de Abelardo (Caio Blat).

• João Emanuel Carneiro se inspirou na linguagem das histórias em quadrinhos para criar a família Sardinha. Os personagens da família fizeram muito sucesso, principalmente entre o público infantil, e viraram figurinhas de embalagens de chicletes com a marca da novela. Foi até cogitada a possibilidade de aproveitá-los em uma sitcom. Além disso, a própria novela acabou se transformando em álbum de figurinhas.

• Marcello Ferreira, por ser parecido com Gianecchini, atuou como dublê de corpo do ator, participando de cenas externas e assustando Bárbara (Giovanna Antonelli) ao se passar pelo suposto fantasma de Paco.

• O ator Jonathan Haagensen fez sua estreia em novelas no papel de Dodô, namorado de Preta (Taís Araújo) no início da trama, que é morto ao longo dos capítulos. Jonathan foi um dos destaques do filme “Cidade de Deus” (2002), de Fernando Meirelles, onde interpretou o personagem Cabeleira.

• Pai Helinho foi o primeiro personagem de Matheus Nachtergaele em uma novela. No caso de Giovanna Antonelli, a trama lhe deu a primeira vilã de sua carreira.

• Francisco Cuoco fez uma participação especial como o renomado pai de santo Gaudêncio.

• Na fase de preparação que antecedeu o início das gravações, Reynaldo GianecchiniLeonardo BrícioCaio BlatCauã ReymondPedro Neschling,Rosi Campos e Karina Bacchi tiveram aulas de artes marciais com o professorDani Hu, formado em arte cênica chinesa e com experiência em trabalhos de ação e movimentação em teatro e em filmes nacionais e internacionais. Além de ministrar aulas regulares de kung fu, ele ensinou coreografias de lutas para que os atores pudessem interpretar seus papéis com segurança e realismo. Os exercícios envolviam movimentos das artes marciais em tom de comédia. O professor utilizou as habilidades de cada ator para criar um estilo particular para cada personagem. Como Abelardo era diferente dos irmãos, por exemplo, Caio Blat teve aulas de aikido, que se diferencia das outras artes marciais por visar à autodefesa, convertendo a força do oponente contra ele próprio. Já a atriz Rosi Campos teve aulas de tai chi chuan para diferenciar suas ações das dos jovens. Alguns atores também aprenderam a conduzir motocicletas, para cenas em que seus personagens apareciam dirigindo motos.

• Para viver a sensual Preta, Taís Araújo teve aulas de tambor de crioula, dança popular maranhense em que mulheres dançam em uma roda e homens tocam tambores. A primeira vez em que Paco a vê, e fica encantado, ela está dançando em uma dessas rodas.

• O elenco participou de palestras sobre a cultura da região maranhense, uma delas ministrada pela cantora Alcione. Nascida no Maranhão, ela chegou a preparar alguns dos pratos típicos de sua terra natal para ilustrar o evento.

• Reynaldo GianecchiniCarolina Dieckmann e Leonardo Brício aprenderam regras básicas de mergulho para a realização de cenas subaquáticas, que também contaram com a participação de dublês.

• O elenco como um todo contou com a ajuda da instrutora de dramaturgiaRossella Terranova para compor seus respectivos personagens.

• A novela, lançada em janeiro de 2010 no mercado externo, foi comercializada para mais de 40 países, entre eles: Albânia, Argentina, Armênia, Azerbaijão, Bolívia, Bósnia, Bulgária, Cazaquistão, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Eslováquia, Eslovênia, EUA, Guatemala, Israel, Macedônia, Moçambique, Moldávia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia e Montenegro, Ucrânia, Uruguai, Venezuela e República Dominicana. Na Argentina, ficou entre os programas mais vistos do país. Também alcançou índices expressivos de audiência no Peru, na Venezuela, no Equador e na República Dominicana e foi líder absoluta de audiência na faixa em que foi exibida na emissora portuguesa SIC.

• João Emanuel Carneiro recebeu o troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como autor revelação de 2008.

• “Da Cor do Pecado” foi reapresentada em 2011 no “Vale a Pena Ver de Novo”. Em 2018, ganhou uma nova reprise na sessão.

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