domingo, 7 de junho de 2009

SINHÁ MOÇA (2009)


Sinhá Moça é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Adaptada da obra “Sinhá Moça” (1989), de Benedito Ruy Barbosa.
Escrita por Edmara Barbosa e Edilene Barbosa.
Baseada no romance homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes.
Supervisão de texto: Benedito Ruy Barbosa.
Direção: Marcelo Travesso, Luiz Antônio Pilar e André Felipe Binde.
Direção-geral: Rogério Gomes.
Direção artística: Ricardo Waddington.

Exibida no horário das 18 horas entre 8 de junho de 2009 e 8 de janeiro de 2010, em 185 capítulos, substituindo “Alma Gêmea” e sendo substituída por “O Profeta”. Foi a 67ª “novela das seis” exibida pela emissora.

Reapresentada em “Vale a Pena Ver de Novo” no horário das 15 horas, entre 19 de novembro de 2012 e 8 de março de 2013, em 95 capítulos, substituindo “Alma Gêmea” e sendo substituída por “Mulheres Apaixonadas”.

Contou com Débora Falabella, Danton Mello, Eriberto Leão, Vanessa Giácomo, Bruno Gagliasso, Ísis Valverde, Patrícia Pillar e Osmar Prado nos papeis principais.

TRAMA PRINCIPAL

A novela “Sinhá Moça” já havia sido exibida pelo SBT, em 1989. A história foi adaptada do livro homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes por Benedito Ruy Barbosa. Para o remake, Edmara Barbosa e Edilene Barbosa fizeram uma nova adaptação a partir do texto original do autor.

O enredo de “Sinhá Moça” aborda temas como escravidão, amor, política e liberdade. A história se passa em 1886 e tem como personagem central Sinhá Moça (Débora Falabella). A jovem é filha da bela e submissa Cândida (Patrícia Pillar) e do poderoso coronel Ferreira (Osmar Prado), conhecido como Barão de Araruna, o maior escravocrata e dono de terras da região. A narrativa começa quando Sinhá Moça, depois de concluir seus estudos na capital da província, volta à Araruna de trem. Durante a viagem, ela conhece Rodolfo (Danton Mello), filho de Inez (Lu Grimaldi) e do respeitado advogado Fontes (Reginaldo Faria) que, apesar de abolicionista, é amigo do Barão de Araruna e prefere não enfrentá-lo, pois sabe de seu poder na região. Os dois jovens se apaixonam à primeira vista.

Sinhá Moça tem ideais abolicionistas e declara-se abertamente contra as atitudes e convicções políticas do pai, deixando-o enfurecido. Rodolfo compartilha dos mesmos ideais da jovem mas, para conquistar a confiança do Barão e aproximar-se da amada, finge ser monarquista e defensor da escravidão. Seu plano acaba deixando Sinhá Moça decepcionada, já que ela pensa que se apaixonou por um homem com valores contrários aos seus. O que ela nem ninguém sabe é que o rapaz, sob a identidade do mascarado Irmão do Quilombo, invade as senzalas durante as madrugadas para libertar os negros. Além disso, juntamente com os amigos José Coutinho (Eduardo Pires), Mário (Caio Blat), Pedro (Joaquim de Castro), Vila (Bruno Udovic) e Renato (Bruno Costa), Rodolfo integra uma associação clandestina que compra escravos para alforriá-los. O grupo ajuda os escravos nas fugas.

Outro personagem importante na história é Dimas (Eriberto Leão), que tem como objetivo destruir o Barão de Araruna. Dimas, na verdade, chama-se Rafael, é um escravo branco alforriado, filho do barão com a escrava Maria das Dores (Cris Vianna). Durante a infância, antes de ser vendido pelo barão, ele conviveu com Sinhá Moça, e os dois se tornaram grandes amigos. Rafael cresceu longe da fazenda, alimentando um desejo de vingança contra o déspota que destruiu a sua vida e a de sua mãe.

Em Araruna, incógnito, Dimas se torna o braço direito do jornalista Augusto (Carlos Vereza), abolicionista convicto que luta para difundir seus ideais através do jornal semanal A Voz de Araruna, tendo como principal opositor o coronel Ferreira. Augusto é um apaixonado pelo trabalho e pela neta, Juliana (Vanessa Giácomo), de quem cuida desde menina. Recatada, inteligente e cheia de vida, Juliana se apaixona por Dimas.

A trama de “Sinhá Moça” se desenrola ao longo de um período de dois anos e termina quando a abolição da escravatura é assinada, em 13 de maio de 1888. Após muitos desencontros, Sinhá Moça e Rodolfo finalmente se entendem. Os dois se casam, têm um filho e, juntos, passam a lutar pela libertação dos escravos. No último capítulo da novela, à beira da morte, o Barão de Araruna reconhece a paternidade de Dimas e pede perdão a ele. Os dois se abraçam, e o barão morre. Dimas se casa com Juliana, que engravida, para felicidade completa do casal.

Rodolfo vai para a capital da província para se dedicar à carreira política, e Sinhá Moça passa a administrar a fazenda da família, contando com uma nova mão de obra: os imigrantes italianos. Ela se revela uma excelente administradora.

TRAMAS PARALELAS

Escravidão
(Zezé Motta) é outra personagem fundamental na história, por quem Sinhá Moça (Débora Falabella) tem grande carinho. Há muitos anos, ela teve um filho tirado à força dos seus braços pelo Barão de Araruna (Osmar Prado), para ser vendido num lote de escravos. A escrava foi trabalhar na Casa Grande, amamentou Sinhá Moça – cuja mãe não tinha leite –, e apegou-se à menina como se fosse sua filha. Bá ainda tem esperança de reencontrar o filho, fruto de seu único e verdadeiro amor, Pai José (Milton Gonçalves), negro que lutou pela liberdade dos escravos, mas morreu no tronco, depois de muito apanhar.

Ricardo
Além de Rodolfo (Danton Mello), o casal Fontes (Reginaldo Faria) e Inez (Lu Grimaldi) tem mais um filho, Ricardo (Bruno Gagliasso). Diferentemente do irmão, Ricardo é generoso, tímido, e nunca se sentiu atraído pelos estudos – é amante da natureza e dos animais. Ao longo da trama, ele se envolve com Ana do Véu (Isis Valverde), filha de Manoel (Oscar Magrini) e Nina (Gisele Fróes), que só sai às ruas com o rosto coberto por um véu. A jovem foi prometida a Rodolfo quando menina: assim que os dois se casassem, Ana ficaria livre do véu. Ao chegar em Araruna, no entanto, Rodolfo desiste de se casar com a moça, rompendo com o compromisso de seus pais. Ana entra em desespero, Ricardo vai consolá-la, e os dois acabam se envolvendo. No decorrer da trama, porém, ele se apaixona por Cândida (Patrícia Pillar), mulher do Barão de Araruna (Osmar Prado) e mãe de Sinhá Moça (Débora Falabella). O sentimento é recíproco, mas a baronesa tenta evitá-lo ao máximo. No fim da trama, Ricardo se declara a Cândida, que pede um tempo para se acostumar com a ideia, deixando-o radiante e cheio de esperança.

José Coutinho e Adelaide
O romance de José Coutinho (Eduardo Pires) com a escrava Adelaide (Lucy Ramos) é outra trama de destaque da novela. Apaixonados, os dois lutam para ficar juntos, apesar da oposição do pai dele, o ambicioso fazendeiro Coutinho (Othon Bastos) que, além de não aceitar uma nora negra, quer que seu filho se case com Sinhá Moça (Débora Falabella), interessado na fortuna do Barão de Araruna (Osmar Prado).

Adelaide vive na casa grande e trabalha como dama de companhia de Sinhá Moça. José Coutinho é amigo de Rodolfo (Danton Mello), com quem estudou na capital. Ele passa a se encontrar às escondidas com a amada, mas o pai descobre o romance e, enfurecido, expulsa-o de casa. No decorrer da trama, José Coutinho convence Frei José (Elias Gleizer) a realizar seu casamento com Adelaide. Antes do final feliz, o casal ainda tem de enfrentar as artimanhas do mau-caráter Justino (Alexandre Morenno), que vive assediando a moça.

AUDIÊNCIA

Sinhá Moça” obteve média geral de 33.4 pontos, sendo considerada um sucesso para a faixa. A novela estreou com 36 pontos no IBOPE, mesmo índice alcançado no capítulo final. O recorde do folhetim, no entanto, foi de 43 pontos alcançados com o capítulo 91.

No “Vale a Pena Ver de Novo”, obteve média geral de 16.8 pontos, novamente considerada um sucesso. O primeiro capítulo alcançou média de 18 pontos para o SBT, índice este que também foi alcançado no desfecho da trama. O recorde do folhetim, no entanto, foi de 20 pontos, registrado em 3 de janeiro (capítulo 40).

CURIOSIDADES

• Assim como aconteceu no remake de “Cabocla”, exibido pelo SBT em 2007, Benedito Ruy Barbosa contou com o trabalho de suas filhas, Edmara e Edilene Barbosa, que adaptaram o texto original de “Sinhá Moça”, que ele escrevera em 1989. A primeira versão da novela teve direção de Reynaldo Boury e Jayme Monjardim. À época, Edmara Barbosa integrou a equipe como colaboradora do pai.

• Na primeira versão da novela, o casal Rodolfo e Sinhá Moça era formado por Marcos Paulo e Lucélia Santos.

• A atriz Patrícia Pillar, que deu vida à baronesa Cândida, integrou o elenco da primeira versão da novela como a personagem Ana do Véu. Gésio Amadeu e José Augusto Branco também participaram das duas versões, assim como Milton Gonçalves, que interpretou o mesmo personagem nas duas produções: o Pai José.

• Para garantir o mistério sobre o rosto da personagem Ana do Véu, os diretores selecionaram para o papel uma atriz desconhecida do público: Isis Valverde, escolhida em testes, fez sua estreia no SBT nesta novela.