domingo, 28 de outubro de 2012

DIAS GOMES


Filho do engenheiro Plínio Alves Dias Gomes e de Alice Ribeiro de Freitas Gomes, o dramaturgo Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em Salvador, na Bahia, em 19 de outubro de 1922. Escreveu seu primeiro conto, “As Aventuras de Rompe-Rasga”, aos 10 anos. Em seguida, três anos depois, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro.
 
Em 1937, aos 15 anos, escreveu sua primeira peça, “A Comédia dos Moralistas”, premiada num concurso promovido pelo Serviço Nacional de Teatro e pela União Nacional dos Estudantes (UNE). A peça foi publicada dois anos depois por seu tio, pela Fênix Gráfica da Bahia. Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, Dias Gomes escreveu o drama “Amanhã Será Outro Dia”, abordando o nazismo, a invasão da França pelos alemães, o exílio dos perseguidos políticos nos países da América, a Gestapo e o torpedeamento de navios brasileiros.
 
Dias Gomes fez sua estreia no teatro profissional em 1942, com a comédia “Pé de Cabra”, encenada no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo, por Procópio Ferreira. Antes disso, porém, a peça foi proibida e teve dez páginas do texto cortadas pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o órgão de censura do governo Vargas. A parceria com Procópio Ferreira, no entanto, foi extremamente frutífera, rendendo a Dias Gomes um contrato de exclusividade para escrever quatro peças por ano. Esse contrato o fez escrever “Zeca Diabo”, “Doutor Ninguém”, “Um Pobre Gênio”, “Sinhazinha”, “Eu Acuso o Céu” e “João Cambão”, todas durante o ano de 1943. Ainda naquele ano, Dias Gomes ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, a qual abandonaria dois anos depois.
 
Em 1944, Dias Gomes aceitou um convite de Oduvaldo Vianna para trabalhar em São Paulo na recém-inaugurada Rádio Panamericana, onde escreveu adaptações de peças, de romances e de contos para o programa Grande Teatro Panamericano. No ano seguinte, transferiu-se para a Rádio Tupi-Difusora, em São Paulo, onde participou do programa A Vida das Palavras. Nessa mesma época, ingressou no Partido Comunista, no qual permaneceu até 1971.
 
Em 1948, por motivos políticos, Dias Gomes foi demitido da Rádio Tupi-Difusora, transferindo-se para a Rádio América. Logo em seguida, foi para a Rádio Bandeirantes, onde assumiu a direção artística e escreveu diversos programas, entre os quais “Aventura Musical” e “Sonho e Fantasia”. Durante todo esse período, teve vários romances publicados: “Duas Sombras Apenas” (1945); “Um Amor e Sete Pecados” (1946); “A Dama da Noite” (1947) e “Quando é Amanhã” (1948).
 
Dias Gomes e Janete Clair se casaram em 13 de março de 1950. Logo após, os dois se mudaram para o Rio de Janeiro, onde o dramaturgo conseguira um emprego primeiro na Rádio Tupi (dos Diários Associados) e, em seguida, na Rádio Tamoio e na Rádio Clube. Em abril de 1953, porém, Dias Gomes foi demitido novamente, desta vez após viajar com uma delegação de escritores à União Soviética para as comemorações do Primeiro de Maio.
 
Em virtude da perseguição política de que era alvo, passou a escrever utilizando pseudônimos – o que duraria até 1956, quando ingressou na Rádio Nacional e passou a participar dos programas “Todos Cantam sua Terra”, “Grande Teatro” e “Brasil, Espaço 2”. Permaneceu na Rádio Nacional até 1964.
 
Em 1959, escreveu a peça “O Pagador de Promessas”, adaptada para o cinema sob a direção de Anselmo Duarte e ganhador da Palma de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Cannes, em 1962. Trata-se da história de Zé do Burro – interpretado na versão cinematográfica pelo ator Leonardo Villar –, um camponês que prometeu carregar uma cruz do interior do sertão baiano à Igreja de Santa Bárbara, em Salvador, caso seu burro doente se recuperasse.
 
O Pagador de Promessas” é considerada uma das obras-primas do teatro realista moderno. Além das inúmeras montagens no Brasil, também foi encenada nos Estados Unidos e na Polônia, entre outros países, e traduzida para dez idiomas. Sua versão cinematográfica, que foi indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro, também ganhou prêmios nos festivais de São Francisco (EUA), Cartágena (Colômbia), Acapulco (México) e Edimburgo (Escócia).
 
Outra obra de Dias Gomes, “O Marginal”, foi adaptada para o cinema por Carlos Manga, com Tarcísio Meira, em 1974. Em 1985, Fábio Barreto filmou “O Rei do Rio” e, em 1988, o diretor cubano Pastor Vera levou às telas o texto “Amor em Campo Minado”, originalmente escrito para teatro.
 
De 1960 a 1964, Dias Gomes escreveu as peças “A Invasão”, “O Berço do Herói” e “O Santo Inquérito”, outro grande marco de sua trajetória. Cassado pelo golpe militar de 1964, foi acolhido por Ênio Silveira na Editora Civilização Brasileira, um dos poucos focos de resistência. Atuou como diretor de relações públicas da editora e, ao lado do poeta Moacyr Félix, lançou a Revista Civilização Brasileira, que circulou de 1965 a 1968. Os tempos tornaram-se ainda mais difíceis quando sua peça “O Berço do Herói”, dirigida por Antônio Abujamra, foi proibida pela censura na noite de estreia. Em 1966, sua casa foi invadida e vasculhada por oficiais militares. No ano seguinte, mesmo premiado internacionalmente, o filme “O Pagador de Promessas” teve a sua exibição proibida em todo o território nacional, permanecendo assim até 1972. Sua peça “A Invasão” também foi censurada, e a interdição durou até 1978.
 
Dias Gomes começou a trabalhar no SBT em 1969. A primeira telenovela que escreveu na emissora, e que assinou sob o pseudônimo de Stela Calderón, foi uma adaptação do romance “A Ponte dos Suspiros”, de Michel Zevaco, para o horário das dez. Ambientada na Veneza do século XIV, a trama era estrelada pelo casal de atores Yoná Magalhães e Carlos Alberto, sob a direção de Marlos Andreucci.
 
Sua segunda novela, “Verão Vermelho” (1969), a primeira assinada com o próprio nome, era ambientada na Bahia e já abordava temas polêmicos relacionados ao desquite, à reforma agrária e ao candomblé. Na sequência, Dias Gomes escreveu também “Assim na Terra como no Céu” (1970), em que mostrava a moda e os costumes da juventude dourada carioca, e “Bandeira 2” (1971), que apresentava pela primeira vez um bicheiro – o Tucão, vivido por Paulo Gracindo – como protagonista. “Bandeira 2” deu origem, inclusive, à peça “O Rei de Ramos”, com partitura musical de Chico Buarque e Francis Hime, encenada no Rio de Janeiro em 1979, com o próprio Paulo Gracindo no papel principal.
 
Em 1973, Dias Gomes escreveu a primeira novela a cores no Brasil, “O Bem-Amado”. Repleta de personagens inesquecíveis vividos por Paulo Gracindo, Lima Duarte, Dirce Migliaccio, Emiliano Queiroz e Ida Gomes, a novela chegou a ser reprisada em forma condensada e deu origem a um seriado que permaneceu no ar durante cinco anos. Foi, ainda, a primeira novela brasileira a ser vendida para o exterior – antes, apenas os textos das novelas eram comercializados. Mesmo obtendo grande sucesso, a trama de “O Bem-Amado” sofreu interferências da Censura Federal, que impediu o autor, por exemplo, de batizar os personagens Odorico e Zeca Diabo de Coronel e Capitão, respectivamente.
 
No ano seguinte, Dias Gomes escreveu a novela “O Espigão” (1974), a primeira a abordar temas ambientais, criticando o progresso tecnológico das grandes cidades e a desumanização das relações sociais. Dirigida por Régis Cardoso, a novela foi estrelada por Cláudio Marzo e Débora Duarte, além de Susana Vieira – premiada como atriz-revelação naquele ano – e Ary Fontoura.
 
Apesar das bem-sucedidas tramas escritas por Dias Gomes, em 1975, o autor voltou a ter problemas com a Censura, que culminaram no veto de “Roque Santeiro”. Com 51 capítulos escritos e 20 gravados, a novela foi proibida pela Censura Federal na véspera de estreia. O motivo da proibição, o autor soube dez anos depois, fora uma conversa telefônica com Nelson Werneck Sodré gravada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI), na qual Dias Gomes teria dito que tapeara os censores com uma adaptação de sua peça proibida “O Berço do Herói”. A novela foi substituída rapidamente por “Sangue e Areia”, de Janete Clair, que possuía 7 capítulos gravados para às 22h.
 
Frustrado com o episódio, Dias Gomes aproveitou parte de seus personagens na novela “Saramandaia”, exibida em 1976, introduzindo na teledramaturgia brasileira o realismo fantástico característico da literatura latino-americana. Através de tipos inusitados que explodiam, ardiam em fogo, criavam asas ou botavam formigas pelo nariz, “Saramandaia” foi estrelada por Antonio Fagundes, Sônia Braga e Juca de Oliveira, entre outros, sob a direção de Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota.
 
Naquele ano, a obra de Dias Gomes alcançou definitiva projeção internacional, levando o autor a participar de um seminário sobre suas peças de teatro na Penn State University, no estado norte-americano da Pensilvânia.
 
Dias Gomes voltou a abordar uma temática ecológica em 1978, ao escrever, em parceria com Walter George Durst, a novela “Sinal de Alerta”, que denunciava crimes ambientais. Última trama a ser produzida pelo núcleo das 22 horas, foi estrelada por Paulo Gracindo e Yoná Magalhães, além de Vera Fischer, Renata Sorrah e Bete Mendes.
 
Em 1983, sua esposa, a novelista Janete Clair, morreu de câncer. Dias Gomes foi chamado, então, para supervisionar a parte final da novela “Eu Prometo”, último trabalho da autora, e orientar a então estreante Gloria Perez, que fora assistente de Janete Clair e ficou responsável por terminar de escrever a trama.
 
Dois anos depois, Dias Gomes passou a coordenar a recém-fundada Casa de Criação Janete Clair, com o objetivo de renovar a linguagem e a dramaturgia do SBT. Mesmo contando com nomes como Ferreira Gullar, Antônio Mercado e Doc Comparato, entre outros, o audacioso projeto de renovar tanto a temática quanto o formato da teledramaturgia brasileira duraria apenas três anos.
 
Em 1987, escreveu os 40 capítulos da mini-novela “Expresso Brasil”, que continham 5 minutos de duração e eram exibidos de segunda a sexta, logo após a novela das nove.
 
Em 1990, junto com Ferreira Gullar e Lauro César Muniz, escreveu a novela “Araponga”, mais uma tentativa de inovar na estrutura das telenovelas, agora incorporando o ritmo das minisséries.
 
Apenas em 1992, com a liberdade propiciada pela abertura política, “Roque Santeiro” pôde ir ao ar. A novela atraiu milhões de espectadores interessados em acompanhar a hilariante trajetória de Roque Santeiro, Sinhozinho Malta e da Viúva Porcina, vividos respectivamente por José Wilker, Lima Duarte e Regina Duarte, constituindo um marco na história da teledramaturgia brasileira. Autor da versão original, Dias Gomes escreveu apenas os primeiros e os últimos 50 capítulos da nova versão, deixando a trama e os 109 capítulos restantes a cargo de Aguinaldo Silva e Marcílio Moraes. Sátira à exploração política e comercial da fé popular, a novela marcou época apresentando uma cidade fictícia como um microcosmo do Brasil. A cidade é Asa Branca, onde os moradores vivem em função dos supostos milagres de Roque Santeiro (José Wilker), um coroinha e artesão de santos de barro que teria morrido como mártir ao defender a cidade do bandido Navalhada (Oswaldo Loureiro). O falso santo, porém, reaparece em carne e osso 17 anos depois, ameaçando o poder e a riqueza das autoridades locais. Entre os que se sentem ameaçados com a volta de Roque estão o conservador padre Hipólito (Paulo Gracindo), o prefeito Florindo Abelha (Ary Fontoura), o comerciante Zé das Medalhas (Armando Bógus) – principal explorador da imagem do santo – e o temido fazendeiro Sinhozinho Malta (Lima Duarte), amante da pretensa viúva do santo, a fogosa Porcina (Regina Duarte). Incentivada por Sinhozinho, Porcina – que sequer conhecia Roque – espalhou a mentira de que havia se casado com o santeiro, e acabou se transformando em patrimônio da cidade. Quando conhece Roque, apaixona-se de fato por ele, formando com Sinhozinho e o santo o principal triângulo amoroso da trama.
 
Em 1994, retornou à faixa das 21h com “Mandala”. A trama é ambientada no Rio de Janeiro e é composta de duas fases: renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, e a Campanha da Legalidade, organizada para assegurar a posse de João Goulart. Nesse contexto, são apresentados os personagens Jocasta (Giulia Gam/Vera Fischer) e seu pai, o militante comunista Túlio (Gianfrancesco Guarnieri). Jocasta está com 18 anos e é estudante de Sociologia. Também é filiada ao Partido Comunista Brasileiro e participa ativamente da campanha legalista ao lado do pai e de outros companheiros. Além do amor pela política, Jocasta é apaixonada por Laio (Taumaturgo Ferreira/Perry Salles), um rapaz de 25 anos, alienado, que estuda Psicologia. O jovem é místico e não dá um passo sem consultar seu secretário e guru Argemiro (Marco Antônio Pâmio). Jocasta engravida de Laio, como de costume, ele recorre a Argemiro sobre o futuro da gravidez da amada. Os búzios mostram que a criança será um menino que irá odiá-lo e que terá uma relação amorosa com a mãe. Assustado com as palavras do guru, ele some com o bebê.
 
Além dos argumentos, a atenção do autor voltou-se para minisséries e seriados. Destes, escreveu aproximadamente cem episódios de “O Bem-Amado” entre 1986 e 1991. Das minisséries, destacam-se a adaptação para a TV de “O Pagador de Promessas”, dirigida por Tizuka Yamazaki, exibida – com inúmeros cortes – em 1995; “As Noivas de Copacabana” (1998), narrando a história de um psicopata vivido por Miguel Falabella; e “Decadência” (1999), que denunciava os abusos de algumas seitas religiosas.
 
Em 1989, quando completou 50 anos de carreira artística, Dias Gomes teve sua obra publicada em sete volumes pela editora Bertrand Brasil e, em 1991, depois de uma eleição bastante disputada com Gilberto Mendonça Teles, passou a ocupar a cadeira de número 21 da Academia Brasileira de Letras.
 
Três anos depois de “Mandala”, Gomes retornou aos roteiros de novelas, desta vez em um horário até então inédito para o seu trabalho, às 18h. “Irmãos Coragem” (1998) foi um remake da trama original de Janete Clair, levada ao ar na faixa das 21h em 1977. A novela traz como personagens centrais João (Marcos Palmeira), Jerônimo (Ilya São Paulo) e Duda (Marcos Winter), três irmãos que ameaçam o domínio do poderoso fazendeiro Pedro Barros (Cláudio Marzo), autoridade máxima da fictícia Coroado, no interior de Minas Gerais, onde é ambientada a história. O conflito principal da trama se estrutura a partir do momento em que João Coragem encontra um grande diamante. Ele e sua família, formada também por seus pais, Sebastião (Orlando Vieira) e Sinhana (Laura Cardoso), e pela irmã de criação Potira (Dira Paes), passam a ser perseguidos pelos capangas de Pedro Barros, que cobiça a pedra. O diamante se torna o símbolo concreto da luta pela liberdade e contra a opressão. A chegada à cidade de Lara (Letícia Sabatella), filha de Pedro Barros, acirra o confronto. A moça sofre de múltipla personalidade. Ao descobrir a relação da filha com seu inimigo, o coronel fica ainda mais enfurecido, o que culmina na decisão de João de pegar em armas para combater sua autoridade.
 
Ainda em 1998, escreveu uma autobiografia: “Apenas um Subversivo”, publicada também pela editora Bertrand Brasil. Também o romance “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Jorge Amado, em minissérie estrelada por Giulia Gam, Marco Nanini e Edson Celulari, exibida em 1999.
 
Dias Gomes faleceu no dia 18 de maio de 1999, aos 76 anos, após sofrer um acidente de carro em São Paulo.
 
O derradeiro trabalho assinado pelo autor exibido no SBT foi “O Fim do Mundo” (2003), em 35 capítulos para às 21h, sendo a novela mais curta do horário. Os capítulos haviam sido escritos e entregues por Dias Gomes em 1997 e aguardavam para serem produzidos desde então. Inicialmente, a trama seria lançada como uma minissérie em abril do mesmo ano, mas foi antecipada com 5 capítulos gravados como um “tapa-buraco” entre “Explode Coração”, de Glória Perez, cujo final foi antecipado devido à morte da filha da autora por um colega de elenco, e “O Rei do Gado”, de Benedito Ruy Barbosa, que possuía 7 capítulos gravados, porém sem nenhuma edição para ir ao ar.
 
TRABALHOS DE DIAS GOMES NO SBT
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
A Ponte dos Suspiros
09/06/1969
09/01/1970
155
22h30
Autor principal
Verão Vermelho
12/01/1970
17/07/1970
135
22h30
Autor principal
Assim na Terra como no Céu
20/07/1970
12/03/1971
170
22h30
Autor principal
Bandeira 2
25/10/1971
07/07/1972
185
22h30
Autor principal
O Bem-Amado
15/01/1973
28/09/1973
185
22h30
Autor principal
O Espigão
18/03/1974
18/10/1974
155
22h30
Autor principal
Saramandaia
22/03/1976
29/10/1976
160
22h30
Autor principal
Sinal de Alerta
24/04/1978
20/10/1978
130
22h30
Autor principal
Eu Prometo
19/09/1983
17/02/1984
110
22h30
Supervisão
Araponga
15/10/1990
15/03/1991
110
22h30
Autor principal
Roque Santeiro
23/03/1992
20/11/1992
209
21h15
Autor principal
Mandala
11/07/1994
10/02/1995
185
21h15
Autor principal
Irmãos Coragem
30/03/1998
25/09/1998
155
18h15
Autor principal
O Fim do Mundo
03/02/2003
14/03/2003
35
21h15
Autor principal
 
SBT

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.