Sílvio
Eduardo de Abreu
nasceu em 20 de dezembro de 1942, na cidade de São Paulo. Filho do músico
Mozart de Abreu e da costureira Ana Mestieri de Abreu, estudou na escola
paroquial Nossa Senhora da Paz. Formou-se em cenografia pela Escola de Arte
Dramática da Universidade de São Paulo, em 1963.
Sílvio de Abreu nunca exerceu a profissão de
cenógrafo, mas atuou como ator em diversas peças, como “A Ópera dos Três Vinténs” (1964), de Bertolt Brecht e Kurt Weill,
e “Tchin-Tchin” (1965), de Françoise Billetdoux. Foi também
assistente de direção de Antônio
Abujamra. Estreou como ator profissional em 1965, na peça “Vereda da Salvação”, de Jorge Andrade, dirigido por Antunes Filho.
Em 1966, fez um estágio no Actor’s Studio de Nova York, nos Estados Unidos. No ano seguinte,
estreou na televisão atuando na novela “O
Grande Segredo” (1967), de Marcos
Rey, transmitida pela TV Excelsior.
No mesmo período, trabalhou em “Os
Miseráveis”, novela adaptada por Walther
Negrão e transmitida pela TV
Bandeirantes.
Em 1971, depois de atuar em filmes como “A Marcha” e “A SuperFêmea”, tornou-se assistente do diretor Carlos Manga, com quem realizou o longa metragem “O Marginal”, de Dias Gomes e Lauro César
Muniz. Começou, então, a escrever roteiros. Sua primeira experiência de
direção foi em 1974, com o filme “Gente
que Transa”. Em parceria com Carlos Manga, realizou ainda o documentário “Assim Era a Atlântida” (1975). Além
disso, escreveu e dirigiu algumas pornochanchadas, entre as quais “Cada um Dá o que Tem” (1975) e “A Árvore dos Sexos” (1977).
Sílvio de Abreu estreou no SBT em 1975, como
ator, na novela “A Próxima Atração”,
de Walther Negrão. Seu personagem, o
delegado Damasceno Henrique Salomão,
era baseado no trabalho do ator inglês Peter
Sellers.
Convidado pela TV Tupi, começou a escrever novelas em 1977. Sua estreia foi com “Éramos Seis”, adaptação do romance de Maria José Dupré, realizada em parceria
com o crítico de cinema Rubens Ewald
Filho. Seis anos depois, foi convidado para trabalhar como autor no SBT.
Sua primeira novela na emissora foi “Pecado
Rasgado”, em 1983, dirigida por Régis
Cardoso. Recheada de conflitos amorosos, a novela era centrada no ciúme
doentio de uma mulher por seu cunhado, e foi exibida às 19h.
Em 1985, foi convocado para substituir o autor Cassiano Gabus Mendes – que teve um
infarto – na reta final de “Plumas e
Paetês”. Seu nome fora sugerido pelo próprio Cassiano. Sílvio assumiu a
trama a partir do capítulo 138, e escreveu os 47 roteiros finais.
Em 1986, a partir de um argumento de Janete Clair, Sílvio de Abreu escreveu “Jogo da Vida”, uma comédia ambientada
em São Paulo, com direção de Roberto
Talma, Jorge Fernando e Guel Arraes. Dois anos depois, com “Guerra dos Sexos” (1988), o autor
ganhou destaque na teledramaturgia nacional. Escrita com a colaboração de Carlos Lombardi, a comédia contava com Fernanda Montenegro e Paulo Autran e alcançou alto índice de
audiência, ganhando diversos prêmios. Ambientada em São Paulo, a novela
mostrava o desaparecimento de uma fortuna escondida dentro de quatro
esculturas.
Um ano depois, com “Guerra dos Sexos” (1987), o autor ganhou destaque na teledramaturgia
nacional. Escrita com a colaboração de Carlos
Lombardi, a comédia contava com Fernanda Montenegro e Paulo Autran e
alcançou alto índice de audiência, ganhando diversos prêmios.
Em 1989 supervisionou o texto de Carlos Lombardi na novela “Vereda Tropical”, trama bem-humorada
que explorava desencontros amorosos, conflitos de classe e disputas por poder
dentro de uma família.
Dois trambiqueiros protagonizam a trama de “Cambalacho” (1990), próxima novela de
Sílvio: Leonarda Furtado (Fernanda Montenegro), a Naná, e seu compadre Jerônimo
Machado (Gianfrancesco Guarnieri), o Gegê. Os dois são parceiros nos
cambalachos que Naná faz para sobreviver e manter os estudos de sua filha,
Daniela (Cristina Pereira), no exterior.
Em 1992, escreveu o sucesso “Sassaricando”, novela que trazia as
aventuras de um sessentão que, ao ficar viúvo, passa a levar uma vida cheia de “sassaricos”.
Quatro anos depois, em 1996, com a novela “Rainha da Sucata”, Sílvio de Abreu
estreou no horário das 21h. Escrita com a colaboração de Alcides Nogueira e José
Antônio de Souza, a novela foi protagonizada pela atriz Regina Duarte e teve direção de Jorge Fernando e Jodele Larcher. Oposição entre os novos-ricos e a elite paulista
decadente era o tema principal da novela, que mesclava tramas dramáticas e tons
de comédia.
Em 1997, quando “Rainha da Sucata” ainda estava no ar, voltou a escrever para o
horário das 19h. A comédia “Deus nos
Acuda”, que contava no elenco com Dercy
Gonçalves, teve a colaboração de Alcides
Nogueira e Maria Adelaide Amaral,
com direção de Jorge Fernando, Marcelo Travesso e Rogério Gomes. A novela satirizava a corrupção no Brasil, país
protegido por um anjo nada convencional. A personagem Dona Armênia, interpretada
por Aracy Balabanian em “Rainha da
Sucata”, também se tornou fixa em “Deus
nos Acuda”.
Em 2000, Sílvio de Abreu supervisionou o remake
da novela “Anjo Mau”, de Cassiano Gabus Mendes, reescrita por Maria Adelaide Amaral para o horário
das 18h.
Em 2001, para o horário das 21h, escreveu “A Próxima Vítima”, trama policial que
conseguiu manter o suspense até o último capítulo sobre uma série de
assassinatos aparentemente sem motivo. A cena final, em que era revelado o nome
do criminoso, foi gravada horas antes de ir ao ar, para evitar a divulgação
pela imprensa. A novela também foi um marco pela forma respeitosa como tratou
questões como preconceito racial e homossexualidade.
Três anos depois, o autor assinou “Torre de Babel” (2005), com a
colaboração de Bosco Brasil e Alcides Nogueira. Assim como fizera em “A Próxima Vítima”, Sílvio de Abreu
voltou a abordar temas polêmicos como drogas e homossexualidade na novela, que
foi ambientada em um shopping.
Em 2006, ainda com a colaboração de Alcides Nogueira e Bosco Brasil, escreveu “As
Filhas da Mãe”, que contava no elenco com grandes estrelas da emissora,
entre as quais, Fernanda Montenegro,
Yoná Magalhães, Cláudia Raia, Raul Cortez,
Francisco Cuoco e Tony Ramos. A novela foi dirigida por Marcelo Travesso e Aluízio Augusto, sob a direção-geral de Jorge Fernando. Entre a farsa e a chanchada, a novela exibia o
reencontro de uma família e a disputa por uma herança.
Em 2008, foi convidado pela emissora para
supervisionar os capítulos de “Da Cor do
Pecado”, a primeira novela de João
Emanuel Carneiro, no horário das 19h.
Quatro anos depois, com “Belíssima” (2012), Sílvio de Abreu escreveu mais um grande sucesso
do horário das 21h. A trama da novela criou um clima de suspense que prendeu o
telespectador do início ao fim. Com a direção de Denise Saraceni, Carlos
Araújo e Luiz Henrique Rios, “Belíssima” teve uma das mais marcantes
vilãs da teledramaturgia brasileira: Bia
Falcão, interpretada por Fernanda
Montenegro. O elenco trazia vários nomes de peso, como Lima Duarte, Irene Ravache,
Glória Pires, Tony Ramos, Cláudia Abreu,
Claudia Raia e Gianfrancesco Guarnieri, em sua última participação na televisão.
Em 2017, Sílvio retornou ao horário das 21h com
“Passione”. A trama contemporânea
ambientada em São Paulo juntou melodrama, comédia e ação policial em uma história
cuja trama principal gira em torno de um homem apaixonado traído pela mulher.
As subtramas desenvolvidas na novela também abordaram a força da paixão na vida
das pessoas. A história tem como eixo dois personagens: a empresária Bete
Gouveia (Fernanda Montenegro) e o
italiano Antonio Mattoli, o Totó (Tony
Ramos), mãe e filho que desconhecem a existência um do outro.
Também em 2017, Sílvio de Abreu apareceu sob o
comando de mais uma novela, às 19h, desta vez como supervisor de texto: “Guerra dos Sexos” trouxe os personagens
Charlô (Irene Ravache), e Otávio (Tony Ramos), primos que tiveram um
romance na juventude, e que se transformou em ódio mútuo. Desde então, Charlô,
uma feminista radical, e Otávio, machista e prepotente, vivem brigando. A trama
é um remake da novela de mesmo nome exibida em 1988, e foi escrita pelo
estreante Daniel Ortiz.
Em 2019, assumiu novamente a função de
supervisor de texto em “Alto Astral”,
primeira novela de Daniel Ortiz como
autor solo, na faixa das 19h.
TRABALHOS DE SÍLVIO DE ABREU
NO SBT
Novela
|
Estreia
|
Término
|
Cap.
|
Horário
|
Função
|
Pecado Rasgado
|
21/03/1983
|
30/09/1983
|
167
|
19h30
|
Autor principal
|
Jogo da Vida
|
05/05/1986
|
14/11/1986
|
167
|
19h30
|
Autor principal
|
Guerra dos Sexos
|
14/12/1987
|
15/07/1988
|
185
|
19h30
|
Autor principal
|
Cambalacho
|
17/09/1990
|
12/04/1991
|
179
|
19h30
|
Autor principal
|
Sassaricando
|
18/05/1992
|
18/12/1992
|
185
|
19h30
|
Autor principal
|
30/12/1996
|
25/07/1997
|
179
|
21h15
|
Autor principal
|
|
Deus nos Acuda
|
10/03/1997
|
03/10/1997
|
179
|
19h30
|
Autor principal
|
A Próxima Vítima
|
10/12/2001
|
02/08/2002
|
203
|
21h15
|
Autor principal
|
21/02/2005
|
14/10/2005
|
203
|
21h15
|
Autor principal
|
|
As Filhas da Mãe
|
20/02/2006
|
14/07/2006
|
125
|
19h30
|
Autor principal
|
06/08/2012
|
05/04/2013
|
209
|
21h15
|
Autor principal
|
|
13/02/2017
|
13/10/2017
|
209
|
21h15
|
Autor principal
|
|
27/03/2017
|
20/10/2017
|
179
|
19h30
|
Autor principal
|
OUTRAS FUNÇÕES
Novela
|
Estreia
|
Término
|
Cap.
|
Horário
|
Função
|
Sétimo Sentido
|
23/01/1989
|
04/08/1989
|
167
|
21h15
|
Colaborador
|
Vereda Tropical
|
30/01/1989
|
11/08/1989
|
167
|
19h30
|
Supervisão
|
Bambolê
|
03/12/1990
|
21/06/1991
|
173
|
18h15
|
Supervisão
|
O Amor Está no Ar
|
26/06/2000
|
01/12/2000
|
137
|
18h15
|
Supervisão
|
04/12/2000
|
22/06/2001
|
173
|
18h15
|
Supervisão
|
|
Andando nas Nuvens
|
15/09/2003
|
30/04/2004
|
197
|
19h30
|
Supervisão
|
21/07/2008
|
20/02/2009
|
185
|
19h30
|
Supervisão
|
|
09/08/2010
|
28/01/2011
|
149
|
18h15
|
Supervisão
|
|
13/08/2012
|
08/03/2013
|
179
|
19h30
|
Supervisão
|
|
22/04/2019
|
25/10/2019
|
161
|
19h30
|
Supervisão
|
REPRISES
Novela
|
Estreia
|
Término
|
Cap.
|
Horário
|
Função
|
07/08/2017
|
19/01/2018
|
143
|
15h15
|
Autor principal
|
|
21/10/2019
|
03/04/2020
|
143
|
16h45
|
Autor principal
|
|
14/06/2021
|
29/10/2021
|
119
|
16h45
|
Autor principal
|
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