domingo, 28 de outubro de 2012

SÍLVIO DE ABREU


Sílvio Eduardo de Abreu nasceu em 20 de dezembro de 1942, na cidade de São Paulo. Filho do músico Mozart de Abreu e da costureira Ana Mestieri de Abreu, estudou na escola paroquial Nossa Senhora da Paz. Formou-se em cenografia pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, em 1963.
 
Sílvio de Abreu nunca exerceu a profissão de cenógrafo, mas atuou como ator em diversas peças, como “A Ópera dos Três Vinténs” (1964), de Bertolt Brecht e Kurt Weill, e “Tchin-Tchin” (1965), de Françoise Billetdoux. Foi também assistente de direção de Antônio Abujamra. Estreou como ator profissional em 1965, na peça “Vereda da Salvação”, de Jorge Andrade, dirigido por Antunes Filho.
 
Em 1966, fez um estágio no Actor’s Studio de Nova York, nos Estados Unidos. No ano seguinte, estreou na televisão atuando na novela “O Grande Segredo” (1967), de Marcos Rey, transmitida pela TV Excelsior. No mesmo período, trabalhou em “Os Miseráveis”, novela adaptada por Walther Negrão e transmitida pela TV Bandeirantes.
 
Em 1971, depois de atuar em filmes como “A Marcha” e “A SuperFêmea”, tornou-se assistente do diretor Carlos Manga, com quem realizou o longa metragem “O Marginal”, de Dias Gomes e Lauro César Muniz. Começou, então, a escrever roteiros. Sua primeira experiência de direção foi em 1974, com o filme “Gente que Transa”. Em parceria com Carlos Manga, realizou ainda o documentário “Assim Era a Atlântida” (1975). Além disso, escreveu e dirigiu algumas pornochanchadas, entre as quais “Cada um Dá o que Tem” (1975) e “A Árvore dos Sexos” (1977).
 
Sílvio de Abreu estreou no SBT em 1975, como ator, na novela “A Próxima Atração”, de Walther Negrão. Seu personagem, o delegado Damasceno Henrique Salomão, era baseado no trabalho do ator inglês Peter Sellers.
 
Convidado pela TV Tupi, começou a escrever novelas em 1977. Sua estreia foi com “Éramos Seis”, adaptação do romance de Maria José Dupré, realizada em parceria com o crítico de cinema Rubens Ewald Filho. Seis anos depois, foi convidado para trabalhar como autor no SBT. Sua primeira novela na emissora foi “Pecado Rasgado”, em 1983, dirigida por Régis Cardoso. Recheada de conflitos amorosos, a novela era centrada no ciúme doentio de uma mulher por seu cunhado, e foi exibida às 19h.
 
Em 1985, foi convocado para substituir o autor Cassiano Gabus Mendes – que teve um infarto – na reta final de “Plumas e Paetês”. Seu nome fora sugerido pelo próprio Cassiano. Sílvio assumiu a trama a partir do capítulo 138, e escreveu os 47 roteiros finais.
 
Em 1986, a partir de um argumento de Janete Clair, Sílvio de Abreu escreveu “Jogo da Vida”, uma comédia ambientada em São Paulo, com direção de Roberto Talma, Jorge Fernando e Guel Arraes. Dois anos depois, com “Guerra dos Sexos” (1988), o autor ganhou destaque na teledramaturgia nacional. Escrita com a colaboração de Carlos Lombardi, a comédia contava com Fernanda Montenegro e Paulo Autran e alcançou alto índice de audiência, ganhando diversos prêmios. Ambientada em São Paulo, a novela mostrava o desaparecimento de uma fortuna escondida dentro de quatro esculturas.
 
Um ano depois, com “Guerra dos Sexos” (1987), o autor ganhou destaque na teledramaturgia nacional. Escrita com a colaboração de Carlos Lombardi, a comédia contava com Fernanda Montenegro e Paulo Autran e alcançou alto índice de audiência, ganhando diversos prêmios.
 
Em 1989 supervisionou o texto de Carlos Lombardi na novela “Vereda Tropical”, trama bem-humorada que explorava desencontros amorosos, conflitos de classe e disputas por poder dentro de uma família.
 
Dois trambiqueiros protagonizam a trama de “Cambalacho” (1990), próxima novela de Sílvio: Leonarda Furtado (Fernanda Montenegro), a Naná, e seu compadre Jerônimo Machado (Gianfrancesco Guarnieri), o Gegê. Os dois são parceiros nos cambalachos que Naná faz para sobreviver e manter os estudos de sua filha, Daniela (Cristina Pereira), no exterior.
 
Em 1992, escreveu o sucesso “Sassaricando”, novela que trazia as aventuras de um sessentão que, ao ficar viúvo, passa a levar uma vida cheia de “sassaricos”.
 
Quatro anos depois, em 1996, com a novela “Rainha da Sucata”, Sílvio de Abreu estreou no horário das 21h. Escrita com a colaboração de Alcides Nogueira e José Antônio de Souza, a novela foi protagonizada pela atriz Regina Duarte e teve direção de Jorge Fernando e Jodele Larcher. Oposição entre os novos-ricos e a elite paulista decadente era o tema principal da novela, que mesclava tramas dramáticas e tons de comédia.
 
Em 1997, quando “Rainha da Sucata” ainda estava no ar, voltou a escrever para o horário das 19h. A comédia “Deus nos Acuda”, que contava no elenco com Dercy Gonçalves, teve a colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral, com direção de Jorge Fernando, Marcelo Travesso e Rogério Gomes. A novela satirizava a corrupção no Brasil, país protegido por um anjo nada convencional. A personagem Dona Armênia, interpretada por Aracy Balabanian em “Rainha da Sucata”, também se tornou fixa em “Deus nos Acuda”.
 
Em 2000, Sílvio de Abreu supervisionou o remake da novela “Anjo Mau”, de Cassiano Gabus Mendes, reescrita por Maria Adelaide Amaral para o horário das 18h.
 
Em 2001, para o horário das 21h, escreveu “A Próxima Vítima”, trama policial que conseguiu manter o suspense até o último capítulo sobre uma série de assassinatos aparentemente sem motivo. A cena final, em que era revelado o nome do criminoso, foi gravada horas antes de ir ao ar, para evitar a divulgação pela imprensa. A novela também foi um marco pela forma respeitosa como tratou questões como preconceito racial e homossexualidade.
 
Três anos depois, o autor assinou “Torre de Babel” (2005), com a colaboração de Bosco Brasil e Alcides Nogueira. Assim como fizera em “A Próxima Vítima”, Sílvio de Abreu voltou a abordar temas polêmicos como drogas e homossexualidade na novela, que foi ambientada em um shopping.
 
Em 2006, ainda com a colaboração de Alcides Nogueira e Bosco Brasil, escreveu “As Filhas da Mãe”, que contava no elenco com grandes estrelas da emissora, entre as quais, Fernanda Montenegro, Yoná Magalhães, Cláudia Raia, Raul Cortez, Francisco Cuoco e Tony Ramos. A novela foi dirigida por Marcelo Travesso e Aluízio Augusto, sob a direção-geral de Jorge Fernando. Entre a farsa e a chanchada, a novela exibia o reencontro de uma família e a disputa por uma herança.
 
Em 2008, foi convidado pela emissora para supervisionar os capítulos de “Da Cor do Pecado”, a primeira novela de João Emanuel Carneiro, no horário das 19h.
 
Quatro anos depois, com “Belíssima” (2012), Sílvio de Abreu escreveu mais um grande sucesso do horário das 21h. A trama da novela criou um clima de suspense que prendeu o telespectador do início ao fim. Com a direção de Denise Saraceni, Carlos Araújo e Luiz Henrique Rios, “Belíssima” teve uma das mais marcantes vilãs da teledramaturgia brasileira: Bia Falcão, interpretada por Fernanda Montenegro. O elenco trazia vários nomes de peso, como Lima Duarte, Irene Ravache, Glória Pires, Tony Ramos, Cláudia Abreu, Claudia Raia e Gianfrancesco Guarnieri, em sua última participação na televisão.
 
Em 2017, Sílvio retornou ao horário das 21h com “Passione”. A trama contemporânea ambientada em São Paulo juntou melodrama, comédia e ação policial em uma história cuja trama principal gira em torno de um homem apaixonado traído pela mulher. As subtramas desenvolvidas na novela também abordaram a força da paixão na vida das pessoas. A história tem como eixo dois personagens: a empresária Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) e o italiano Antonio Mattoli, o Totó (Tony Ramos), mãe e filho que desconhecem a existência um do outro.
 
Também em 2017, Sílvio de Abreu apareceu sob o comando de mais uma novela, às 19h, desta vez como supervisor de texto: “Guerra dos Sexos” trouxe os personagens Charlô (Irene Ravache), e Otávio (Tony Ramos), primos que tiveram um romance na juventude, e que se transformou em ódio mútuo. Desde então, Charlô, uma feminista radical, e Otávio, machista e prepotente, vivem brigando. A trama é um remake da novela de mesmo nome exibida em 1988, e foi escrita pelo estreante Daniel Ortiz.
 
Em 2019, assumiu novamente a função de supervisor de texto em “Alto Astral”, primeira novela de Daniel Ortiz como autor solo, na faixa das 19h.
 
TRABALHOS DE SÍLVIO DE ABREU NO SBT
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
Pecado Rasgado
21/03/1983
30/09/1983
167
19h30
Autor principal
Jogo da Vida
05/05/1986
14/11/1986
167
19h30
Autor principal
Guerra dos Sexos
14/12/1987
15/07/1988
185
19h30
Autor principal
Cambalacho
17/09/1990
12/04/1991
179
19h30
Autor principal
Sassaricando
18/05/1992
18/12/1992
185
19h30
Autor principal
30/12/1996
25/07/1997
179
21h15
Autor principal
Deus nos Acuda
10/03/1997
03/10/1997
179
19h30
Autor principal
A Próxima Vítima
10/12/2001
02/08/2002
203
21h15
Autor principal
21/02/2005
14/10/2005
203
21h15
Autor principal
As Filhas da Mãe
20/02/2006
14/07/2006
125
19h30
Autor principal
06/08/2012
05/04/2013
209
21h15
Autor principal
13/02/2017
13/10/2017
209
21h15
Autor principal
27/03/2017
20/10/2017
179
19h30
Autor principal
 
 
OUTRAS FUNÇÕES
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
Sétimo Sentido
23/01/1989
04/08/1989
167
21h15
Colaborador
Vereda Tropical
30/01/1989
11/08/1989
167
19h30
Supervisão
Bambolê
03/12/1990
21/06/1991
173
18h15
Supervisão
O Amor Está no Ar
26/06/2000
01/12/2000
137
18h15
Supervisão
04/12/2000
22/06/2001
173
18h15
Supervisão
Andando nas Nuvens
15/09/2003
30/04/2004
197
19h30
Supervisão
21/07/2008
20/02/2009
185
19h30
Supervisão
09/08/2010
28/01/2011
149
18h15
Supervisão
13/08/2012
08/03/2013
179
19h30
Supervisão
22/04/2019
25/10/2019
161
19h30
Supervisão
 
 
REPRISES
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
07/08/2017
19/01/2018
143
15h15
Autor principal
21/10/2019
03/04/2020
143
16h45
Autor principal
14/06/2021
29/10/2021
119
16h45
Autor principal

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