domingo, 10 de junho de 2012

PARAÍSO (2012)


Paraíso” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Adaptada da obra “Paraíso” (1986), de Benedito Ruy Barbosa.
Escrita por Edmara Barbosa.
Supervisão de texto: Benedito Ruy Barbosa.
Colaboração: Edilene Barbosa.
Direção: Rogério Gomes, André Felipe Binder, Pedro Vasconcellos e Paulo Ghelli.
Direção-geral: Rogério Gomes.

Exibida no horário das 18 horas entre 11 de junho e 27 de dezembro de 2012, em 173 capítulos, substituindo “Negócio da China” e sendo substituída por “Cama de Gato”. Foi a 73ª “novela das seis” exibida pela emissora.

Contou com Eriberto Leão, Nathalia Dill, Vanessa Giácomo, Alexandre Nero, Guilherme Winter, Fernanda Paes Leme, Lucci Ferreira, Leopoldo Pacheco, Bia Seidl, Carlos Vereza, Cristiana Oliveira, Daniel, Reginaldo Faria, Soraya Ravenle, Mauro Mendonça e Cássia Kiss Magro nos papeis principais da trama.

TRAMA PRINCIPAL

Novela de autoria de Benedito Ruy Barbosa cuja primeira versão foi exibida no SBT em 1986, “Paraíso” tem como tema o universo rural brasileiro, característico de muitas obras do autor. A história ganhou adaptação de Edmara Barbosa, filha do novelista.

A trama principal mostra a paixão proibida de Zeca (Eriberto Leão), o “filho do diabo”, e Maria Rita (Nathalia Dill), a “Santinha”. Peões, moda de viola, discussões sobre reforma agrária e política em geral, além da relação do homem com a terra, romances e crendices movimentam a novela, que é ambientada em Paraíso, fictícia cidade do interior do Mato Grosso.

José Eleutério, o Zeca, nasceu no interior da Bahia, carregando o apelido de “filho do diabo” por causa do pai, Eleutério (Reginaldo Faria), um grande contador de histórias conhecido por guardar um diabinho em uma garrafa. O artefato, na verdade, foi comprado em uma feira, e o próprio Eleutério criou uma aura mística em torno dele para impor respeito quando tentava se firmar no sertão. Seu filho ganhou a alcunha porque a mãe, Nena (Luli Miller), morreu no parto assim que o "coisa ruim" chegou à casa da família.

Zeca, ainda menino, mudou-se com o pai para o Mato Grosso e revelou-se um aventureiro que gosta de desafiar a vida e a morte. Criado em uma fazenda, formou-se em Agronomia e Direito no Rio de Janeiro e voltou para casa, mais interessado em cuidar de suas terras e participar de comitivas no interior do Brasil, o que lhe valeu o apelido de “peão doutor”. Na volta de uma de suas viagens, ele esbarra com Maria Rita. É amor à primeira vista. Mas a jovem vive submissa à mãe, Mariana (Cássia Kiss), que criou a filha para virar freira, mesmo sem a aprovação do marido e pai da menina, o fazendeiro Antero (Mauro Mendonça).

Quando jovem, Mariana sonhava ir para um convento, mas esses não eram os planos de seu pai para a única herdeira da família, e ela foi obrigada a se casar com Antero. Mesmo sendo ele um homem bom e gentil, Mariana não encontrava sentido no casamento. Ao dar à luz, fez uma promessa e traçou para a filha o destino que gostaria de ter seguido, alimentando os boatos de que a menina era santa.

Maria Rita foi criada na igreja, entre missas e rezas. Logo a população da cidade, no sul da Bahia, passou a procurar pela menina em busca de salvação. A fama se espalhou e começaram a ser vendidos terços e santinhos com sua foto. Sem conseguir conter as loucuras de Mariana, Antero se mudou com a família para uma fazenda em Paraíso.

Santinha cresceu como interna em um colégio de freiras. Jovem romântica, vive atormentada por uma dúvida: deve virar freira ou conhecer um amor e formar uma família? Às vésperas de se tornar freira, seus sentimentos vêm à tona, e a madre superiora, ao perceber sua aflição, confirma que Maria Rita não tem vocação para a vida religiosa. Ela volta para casa, conhece Zeca e se apaixona. Basta ouvir o som do berrante do peão para ela ficar abalada.

Zeca está sempre acompanhado pelos amigos peões Terêncio (Alexandre Nero), Zé Camilo (Daniel), Tiago (Rodrigo Sater) e Juvenal (Yassir Chediak), em viagens regadas a muitas conversas e rodas de viola. Em casa, no Mato Grosso, moram seu pai, a empregada Zefa (Soraya Ravenle) – viúva de Mané Corrupio (Duda Ribeiro), amigo de Eleutério que morreu em uma emboscada preparada pelo fazendeiro – e a filha dela, Rosinha (Vanessa Giácomo).

Zefa é apaixonada em segredo pelo patrão. Toda vez que lava suas camisas, aproveita para sentir o seu cheiro, e sequer desconfia que é conhecida entre os colonos por Zefa “Cheira-Cheira”. Ela também não sabe que o patrão acaba tomando conhecimento da história através de Tobi (Alexandre Rodrigues), empregado de Eleutério, criado na fazenda. Quando descobre, ela resolve ir embora, e retorna algum tempo depois, com um novo visual e a notícia de que ficou noiva, despertando os ciúmes de Eleutério. Rosinha, por sua vez, ama Zeca, com quem foi criada como irmã. A moça não dá atenção à paixão de Terêncio por ela e faz o que pode para conquistar o “peão doutor”.  

Santinha tenta com todas as forças resistir ao amor por Zeca, sentimento que ganha força após um beijo inesperado. Desenganado pelos médicos, que atestam que ele não poderá mais andar após cair de um touro durante um rodeio, Zeca recebe a visita de Maria Rita, depois de muita relutância de Mariana, que não consentia que a filha fosse à casa do “filho do diabo”. Os dois ficam sozinhos no quarto do peão, e a jovem, que já estivera lá em companhia do pai, rezando pela recuperação do amado, é surpreendida com um beijo roubado. Sem saber como lidar com aquele amor, Santinha faz uma promessa à sua santa: a de ir para o convento e ficar sem comer até que Zeca volte a andar – o que realmente acontece, para espanto de todos, corroborando sua fama de santa. Em uma consulta, porém, o médico afirma que não houve milagre, pois a lesão de Zeca era reversível.

A versão do milagre, no entanto, ganha corpo na cidade, principalmente depois que Zeca, a pedido do amigo Otávio (Guilherme Winter), dá uma entrevista na rádio falando sobre seu amor por Santinha, e o outro diz que houve um milagre. Apesar de desmentir o enunciado, Zeca não consegue impedir uma romaria de colonos à fazenda de Maria Rita, para alegria de Mariana, que não quer que a filha se case com o “filho do diabo”. Mais uma vez, devido às circunstâncias e às pressões da mãe, e também a um encontro com Rosinha, Maria Rita desiste de Zeca e decide voltar para o convento.

Antero não se conforma em ver a filha abrir mão de se casar, ter filhos e ser feliz ao lado do homem que ama. Zeca tampouco aceita a decisão de Maria Rita e, com a ajuda dos amigos e do próprio Antero, sequestra a jovem.

Angustiada por Zeca ter sumido com Maria Rita e tê-la desvirtuado do caminho do convento, Mariana não sossega enquanto não descobre o paradeiro da filha. Ao descobrir o local onde o “filho do diabo” escondeu sua Santinha, ela reúne os colonos da fazenda e segue em direção ao esconderijo para resgatar a filha. Os ânimos se exaltam e Zeca dá um berro assustando os colonos. Um deles, ao recuar, desequilibra-se e cai com a espingarda que segurava, fazendo-a disparar na direção do “filho do diabo”. Zeca é atingido no braço de raspão, sendo socorrido por Rosinha e Maria Rita. Convencido de que seu esforço foi em vão, ele libera Maria Rita, mas esta decide ficar a seu lado até que ele se recupere. Depois, cumprindo a promessa que fez à sua santa, Maria Rita vai para o convento. Zeca ainda a procura com o intuito de sequestrá-la novamente, mas ela recebe o amado vestida de freira, para fazê-lo desistir dela de vez.

A ida de Maria Rita para o convento abala ainda mais o casamento de Mariana e Antero. Não suportando o destino que a esposa levou a filha a seguir, Antero ainda tenta, em vão, reunir Zeca e Maria Rita. Mariana, então, decide sair de casa e vai morar na pensão de Dona Ida, passando a ajudar Padre Bento nas atividades da igreja. Amargurado com a ausência da filha, Antero não aceita mais Mariana na fazenda.

Para esquecer Santinha, Zeca pede Rosinha em casamento e a beija pela primeira vez. A jovem, que roubara o diabinho da garrafa e o vestira como um santo, dirigindo-lhe várias preces, acha que, finalmente, foi atendida em suas rezas. Zeca implora para que ela o ajude a tirar Maria Rita do seu pensamento. Zeca e Rosinha se casam, mas a lua de mel é um fracasso: o rapaz não consegue concretizar a união, pois só vê a esposa como irmã. Convicto de seus sentimentos, Zeca pede a anulação do casamento.

Aos poucos, Rosinha se conforma com os sentimentos de Zeca por ela, e vai se dando conta de seu amor por Terêncio que, a esta altura, já foi embora da fazenda, desiludido por ter perdido o grande amor de sua vida para o amigo “doutor”. A jovem sofre sem notícias do peão, e, assim que ele retorna com Zé Camilo, cai em seus braços. Os dois se casam e aumentam ainda mais a felicidade de Zefa, que havia se casado em segredo com Eleutério e descobre que espera um filho dele. No final da novela, Rosinha comunica a Terêncio que está grávida.

Ao saber que os pais se separaram, Maria Rita volta para casa e convence o pai a receber a mãe de volta. Além disso, arrependida por ter dispensado Zeca, começa a mudar seu comportamento e se transforma em uma mulher mais segura, inclusive enfrentando as pressões e sandices de Mariana, que surpreende ao revelar sua humanidade em alguns momentos. Em determinada cena, após beber uma garrafa de vinho, ela se mostra arrependida por ter controlado tanto a vida da filha e não ter compreendido o amor do marido. Para Mariana, que se casou com Antero sem saber nada sobre o amor, Maria Rita era fruto do pecado. E por isso precisava ser salva.

Maria Rita passa a dar aulas para colonos adultos em uma sala improvisada na igreja e chega até a ter um programa na rádio, além de se mudar para a pensão de Dona Ida. Depois de ter feito tudo para fugir de Zeca, ela finalmente assume que o ama. Os dois decidem aguardar a anulação oficial do casamento de Zeca e Rosinha para viver plenamente o amor que sentem um pelo outro mas, enquanto isso não acontece, Otávio, que havia deixado a cidade, retorna a Paraíso e se encanta pela moça, fazendo tudo para conquistá-la.

Otávio e Maria Rita se aproximam quando ela, além de morar na mesma pensão que ele, passa a colaborar no jornal que o carioca consegue fundar na região. O rapaz estremece a relação de Zeca e Maria Rita, pois o “peão doutor” passa a sentir um ciúme exacerbado da moça, abalando a confiança que um tinha no outro. Chateado com o incansável assédio do jornalista à sua amada e desiludido com Maria Rita, que não está disposta a abrir mão do trabalho com Otávio e nem quer oficializar a união com ele enquanto não sair a anulação de seu casamento pela igreja, Zeca rompe com a namorada e passa a ignorá-la, dedicando-se à cooperativa de fazendeiros.

Antero, que não mais aprova o envolvimento de Maria Rita com Zeca por ele continuar casado, passa a dar força para Otávio. O rapaz consegue conquistar até Mariana que, não querendo ver a filha casada com Zeca, faz uma promessa de ir ela mesma para o convento caso Maria Rita se case com Otávio. Desnorteada com a desatenção de Zeca, Maria Rita aceita o pedido de casamento de Otávio, mas não permite sequer que ele a beije, alegando proibição da mãe. Ao saber do casamento marcado, Zeca se decide a cair na estrada novamente.

Depois de alimentar o imaginário da população e, por conta das crendices, ser vestido de santo, enterrado e desenterrado, ir parar no fundo de um baú e até no quarto de Santinha, o diabinho finalmente fica livre. Eleutério decide quebrar a garrafa e acabar de vez com a superstição e o suposto poder conferido ao boneco.

No dia do casamento de Maria Rita e Otávio, Zeca está na estrada com Zé Camilo quando o amigo lhe entrega um telegrama que informa a anulação de seu casamento com Rosinha no religioso. Imediatamente, ele dá meia volta e, próximo à fazenda da amada, toca seu berrante. Com o apoio do pai, que já percebera que a filha não seria feliz ao lado de Otávio, Maria Rita, vestida de noiva, corre para os braços do “filho do diabo”.  Padre Bento, o noivo e todos os convidados da cerimônia que seria realizada na fazenda ficam abismados ao verem a noiva em disparada, montada em seu cavalo. Mariana desmaia. Maria Rita e Zeca se encontram e se beijam apaixonados.

Com a resolução de Mariana em ir para o convento, Antero se declara a Candinha (Cris Vianna), a empregada da família, que sempre fora apaixonada por ele.

TRAMAS PARALELAS

A prefeitura de Paraíso
A cidade de Paraíso é administrada por Norberto (Leopoldo Pacheco), homem íntegro e dedicado ao trabalho, que está em seu segundo mandato como prefeito. Norberto é um idealista, que acredita na democracia, na decência e na honestidade, e sempre procura agir em benefício da população. Ele é casado com Aurora (Bia Seidl), mulher bem humorada e voltada para a família, que faz tudo para afastar o marido do cargo público e, também, para arrumar um bom partido para Maria Rosa (Fernanda Paes Leme), a filha do casal. Maria Rosa ajuda o pai a gerir o parco orçamento da Prefeitura. Juntos, os dois tentam aplicar suas ideias no lugar, administrando o local de maneira exemplar.

Quem partilha dos mesmos ideais de pai e filha é Padre Bento (Carlos Vereza), que sonha fazer de Paraíso uma cidade mais ordeira. Padre Bento não acredita em milagres e joga sinuca para, com o dinheiro arrecadado, aplicar nas obras da igreja. Ele incentiva as pessoas a não ficarem esperando que as coisas caiam do céu.

Maria Rosa é formada em Economia, e alvo de inveja das meninas da cidade, por ser bonita e culta. Geraldo (Lucci Ferreira), único herdeiro de um grande fazendeiro da região, é apaixonado pela moça, que o esnoba. Desinteressado em cuidar dos negócios do pai, ele muda de atitude ao sentir-se ameaçado com a chegada à cidade dos recém-formados Ricardo (Guilherme Berenguer) e Otávio (Guilherme Winter), pretendentes ao coração de Maria Rosa.

A disputa política em Paraíso ganha cada vez mais corpo. Geraldo, que sempre teve desavenças políticas com Norberto, desiste de candidatar-se à sucessão após conquistar Maria Rosa. Apesar das implicâncias mútuas entre ele e o prefeito, o rapaz acaba se casando com sua filha. A sucessão do prefeito, aliás, rende muitas histórias. A certa altura, Norberto propõe que Aurora, sua mulher, seja lançada candidata. Para tanto, eles devem se divorciar. A princípio desgostosa com a ideia, Aurora acaba levando a separação e a política a sério, disposta a provar ao marido e a toda a cidade que pode ser uma ótima prefeita. Com a ajuda de Maria Rosa, ela ganha o apoio das mulheres de Paraíso.

A candidata, no entanto, é vítima de uma tragédia, quando o carro em que está, junto com o jornalista Alfredo Modesto, seu aliado e assessor, cai da ponte de Barro Preto, um dos principais problemas do município. O prefeito fica tão desolado que resolve se afastar do cargo, e a Prefeitura fica sem comando. A morte de Aurora sensibiliza a população. Ninguém quer assumir o posto, principalmente após a constatação das dificuldades enfrentadas pela administração pública por conta da falta de verbas – nem mesmo Vadinho (Cláudio Galvan), presidente da Câmara de Vereadores e adversário político de Norberto, que iria concorrer com Aurora nas eleições. Vadinho, aliás, também renuncia ao cargo, e a Câmara Municipal fica às moscas. Diante da situação, o povo se une e, através da cooperativa de fazendeiros criada por Zeca (Eriberto Leão), e com a ajuda do próprio Norberto, passa a contribuir com doações para a construção da ponte de concreto de Barro Preto. Norberto incita todos a não recolher os impostos e usar o dinheiro doado na obra pública. A anarquia chega a Paraíso.

Alfredo Modesto, que dirigia o veículo da prefeitura e todos julgavam morto – os corpos não são encontrados –, reaparece na trama e conta que o freio do carro não funcionou, levantando a hipótese de sabotagem e, consequentemente, de crime político. O jornalista conta que bateu com a cabeça em uma pedra e foi achado inconsciente por um caboclo, que cuidou dele até que, ao recuperar a memória, ele pôde voltar para a cidade. O prefeito e Vadinho viram suspeitos.

O responsável pelo ocorrido foi Juca (Luciano Vianna), motorista da prefeitura, cujo corpo é encontrado no rio. Admirador do prefeito, ele não aceitava a candidatura de Aurora, e ainda achava que a primeira-dama estava tendo um caso com Modesto. Não teve dúvidas e sabotou o carro. Em seguida, quando se deu conta do que fez, acabou se matando.

Tempos depois, para evitar uma intervenção no município sem prefeito, Norberto reassume seu cargo, com a anuência de toda a população. Vadinho retorna à presidência da Câmara, e os vereadores voltam a trabalhar. E Geraldo, que a essa altura já havia feito as pazes com Norberto, por conta da gravidez de Maria Rosa, estimula a esposa a se lançar candidata nas eleições seguintes. Nos capítulos finais, Maria Rosa dá à luz um menino. O parto é feito por Mariana (Cassia Kis).

Romances
Amigos de Zeca (Eriberto Leão), Ricardo (Guilherme Berenguer) e Otávio (Guilherme Winter) se mudam para Paraíso apostando em oportunidades de emprego no interior do país. Otávio é um carioca dinâmico, agitado e idealista, que gosta de curtir as coisas boas da vida. Na época da faculdade, dividia-se entre as aulas, o surfe e o parapente, sempre acompanhado por Ricardo.

Entusiasmados, eles propõem um projeto para a área de comunicação da Prefeitura. A dupla, porém, é recebida com desconfiança pelos moradores da cidade, que os veem como “picaretas” – com exceção das jovens moças casadoiras, que sonham encontrar seus príncipes encantados, mas vivem desesperançosas porque os bons partidos estão interessados nas filhas dos fazendeiros.

Nina (Mareliz Rodrigues), a mais velha, tenta acalmar a ansiedade das amigas. Atenta ao que se passa na cidade, tem uma língua ferina e, junto com Cleusinha (Lucy Ramos), leva e traz notícias, ganhando a fama de fofoqueira. Jacira (Caroline Abras) é sonhadora, e vive idealizando um grande amor. Ela e Edith (Paula Barbosa) são amigas de longa data.

Aninha (Juliana Boller) é a mais tranquila das moças. Ela trabalha na pensão da avó, Dona Ida (Walderez de Barros), responsável pela criação da neta desde seus 3 anos de idade, quando a filha e o genro morreram em um acidente. É na pensão de Dona Ida que se hospedam todos os visitantes de Paraíso, e onde vai trabalhar Das Dores (Lidi Lisboa), filha de um pobre sitiante, que chama a atenção por sua beleza.

Otávio e Ricardo conquistam a confiança do prefeito e inauguram a rádio Voz do Paraíso, que, ao mesmo tempo que vira uma das principais atrações da cidade, atravessa uma série de dificuldades ao longo da trama, por conta da falta de anunciantes e, consequentemente, de verba para se manter. Com o tempo, Geraldo (Lucci Ferreira) compra um horário na programação disposto a conquistar Maria Rosa (Fernanda Paes Leme), a filha do prefeito, que se tornara namorada de Otávio. Seu programa, Hora da Viola, faz muito sucesso, com direito a um concurso de violeiros com os melhores cantores da região, do qual participam duplas famosas como Chitãozinho & Xororó, Victor & Leo, Bruno & Marrone, Zé Henrique & Gabriel e João Bosco & Vinícius. Zé Camilo (Daniel) e Juvenal (Yassir Chediak) também participam do concurso e viram um sucesso. As apresentações dos violeiros são realizadas no antigo cinema da cidade, atraindo grande público.

Os romances
Muitos romances movimentam a cidade. A inexperiente Aninha, por exemplo, é beijada pela primeira vez por Otávio (antes de seu namoro com Maria Rosa) e fica dividida entre ele e Ricardo. Aninha amadurece ao longo da história e chega a apresentar um programa na rádio. Depois de muita hesitação, ela se descobre apaixonada por Ricardo, que, por sua vez, vê que não pode viver sem ela – os dois se casam e vão morar no Rio, para tristeza de Dona Ida, que sente falta da neta. No fim da novela, Dona Ida vende a pensão para Bertoni (Kadu Moliterno) e se despede da cidade para morar com Aninha e Ricardo.

Das Dores, apaixonada por Tobi (Alexandre Rodrigues), vai trabalhar na fazenda de Eleutério (Reginaldo Faria) e se casa com o empregado, com a ajuda financeira dos amigos. A moça engravida no final da trama.

Jacira e Edith passam a discutir por causa de Marcos (João Sabiá), piloto de helicóptero e engenheiro rico, que vai para Paraíso contratado por Otávio e Ricardo para erguer a torre da estação de rádio. Edith e Marcos se envolvem, e ela foge de casa para ir embora com ele, mas volta tempos depois, sozinha e abandonada. Mais à frente na trama, Marcos retorna a Paraíso e disputa Edith com Terêncio (Alexandre Nero), que resolvera esquecer Rosinha (Vanessa Giácomo) nos braços da moça. Apaixonada, Edith volta para o amado. Marcos, porém, tem um segredo: comprometido com a filha do sócio de seu pai, ele não tem coragem de contar à família sobre seu casamento com Edith. No final da história, Edith conta ao rapaz que está grávida, minutos antes de ele pilotar um avião na inauguração do aeroclube de Paraíso. Uma pane no motor provoca a queda da aeronave e ele morre tragicamente. Os pais de Marcos chegam à cidade e, emocionados, acolhem a nora.

Jacira termina a novela ao lado de Isidoro (Jackson Costa), com quem havia começado a namorar ao longo da novela. Os dois fazem planos de casamento.

O violeiro Zé Camilo também é muito cobiçado no decorrer da trama. Por ele se encantam, entre outras, Edith, Zuleika (Cristiana Oliveira) – uma ex-namorada de Zeca (Eriberto Leão) – e Tonha (Manuela do Monte), empregada na fazenda de Eleutério (Reginaldo Faria). Mas ele deixa claro que nunca vai mudar seu estilo de vida, ou seja, não tem a intenção de se fixar em um só lugar. Em determinado momento, o peão músico revela que já foi apaixonado por uma mulher, com quem teve um filho, mas que ela o deixou.

Zé Camilo termina a história sozinho, de volta à estrada.

Armazém do Bertoni
Além dos encontros e desencontros amorosos vividos pelos habitantes de Paraíso, a cidade também é cenário de mexericos e discussões políticas, muitos deles no armazém de Bertoni (Kadu Moliterno), onde os homens se reúnem para beber, jogar sinuca e botar a conversa em dia. O local é frequentado por Alfredo Modesto (Genésio de Barros), jornalista aposentado e crítico ferrenho das falcatruas políticas que acontecem no Brasil; Zé do Correio (Cosme dos Santos), entregador de jornais vindos de outras localidades; Vadinho (Claudio Galvan), farmacêutico opositor do prefeito Norberto (Leopoldo Pacheco); Capita (Gésio Amadeu), motorista do único táxi da cidade e grande contador de “causos”; Isidoro (Jackson Costa), primo de Geraldo (Lucci Ferreira) e administrador de seus negócios; e Pedro do Posto (Hugo Gross). Dudu (Paulo de Almeida) é o empregado do bar.

Bertoni, diferentemente de seu pai, o bonachão italiano Nono (José Augusto Branco), posa de machão à prova de amor, mas acaba se envolvendo com Zuleika (Cristiana Oliveira), ex-namorada de Zeca (Eriberto Leão), que deixa a cidade grande para viver no interior, abrindo uma sorveteria em Paraíso. Zuleika, a princípio, sofre com as investidas amorosas de Nono, que vê nela semelhanças com a esposa falecida. Após muita insistência em conquistar Zuleika, Nono dá um jeito para que ela e Bertoni fiquem juntos.

AUDIÊNCIA

Paraíso” devolveu o prestígio que o SBT esperava para as novelas das 18h da emissora. Fechou com média geral de 25.5 pontos, a primeira a fechar acima de sua meta estabelecida desde “Eterna Magia” (2010). Elevou em 25% os índices de sua antecessora, “Negócio da China”.

O primeiro capítulo da trama obteve média de 25 pontos, mas caiu em suas semanas seguintes, causando preocupação ao SBT. No entanto, em sua sexta semana, “Paraíso” começou a reagir na audiência e a bater novos recordes. O último capítulo rendeu ao SBT média de 30 pontos. Seu melhor desempenho, no entanto, foi no capítulo 116 (24/10/2012): 32 pontos.

CURIOSIDADES

• A novela original, de 1986, era ambientada no interior de São Paulo.

Kadu Moliterno, intérprete de Bertoni na trama, viveu o protagonista Zeca na primeira versão da novela, contracenando com Cristina Müllins, que fazia Santinha.

• Os atores Bia Seidl e Cosme dos Santos também atuaram na versão de 1986, respectivamente nos papéis de Edith e Tobi.

Edmara Barbosa já havia adaptado outros trabalhos do pai, Benedito Ruy Barbosa, como os remakes de “Cabocla” (2007) e “Sinhá Moça” (2009), ao lado da irmã Edilene Barbosa. Para “Sinhá Moça”, ela assinou pela primeira vez o trabalho como autora solo, apesar de contar com a irmã na colaboração de texto.

Marcelo Faria, filho de Reginaldo Faria, interpretou Eleutério jovem em cenas de flaskback.

• “Paraíso” marcou a estreia do cantor Daniel em novelas, a exemplo do músico Sérgio Reis, que interpretou o personagem Diogo na história apresentada na década de 1986, seu primeiro papel na TV.

• Antes de estrear como protagonista no papel de Santinha, Nathalia Dill fez sucesso no seriado “Malhação”, como a personagem Debora.

Nathalia Dill quebrou o braço ao cair do cavalo na gravação da cena em que Maria Rita foge do casamento para se encontrar com Zeca, no último capítulo da novela.

Paula Barbosa, intérprete da personagem Edith, é neta do autor Benedito Ruy Barbosa, filha de Edilene Barbosa (colaboradora da trama) e sobrinha de Edmara Barbosa, que assina a adaptação.

Cassia Kis recebeu muitos elogios de público e crítica pela interpretação da fanática Mariana.

• A dupla Tiago e Juvenal, interpretada pelos músicos Rodrigo Sater e Yassir Chediak, deu tão certo que os dois lançaram um CD pela gravadora Som Livre.

• Para divulgar a novela, o site do SBT lançou o podcast “Voz do Paraíso”, numa alusão à rádio fictícia da trama, montada na cidade por Otávio (Guilherme Winter) e Ricardo (Guilherme Berenguer). Ao longo de uma série de três programas, foram apresentados a trama e os personagens, além de histórias dos bastidores das gravações, entrevistas especiais, receitas da culinária caipira e simpatias.

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