segunda-feira, 30 de junho de 2014

Audiência Detalhada: Duas Caras (2014)


DUAS CARAS

novela de
AGUINALDO SILVA

META: 45 PONTOS

Estreia: 30 de junho de 2014
Término: 27 de fevereiro de 2015

209 capítulos

Semana 01: 30/06 a 05/07/2014 = 40 | 38 | 36 | 37 | 36 | 31 = 36.4
Semana 02: 07/07 a 12/07/2014 = 39 | 40 | 41 | 39 | 35 | 32 = 37.8
Semana 03: 14/07 a 19/07/2014 = 40 | 42 | 45 | 42 | 40 | 33 = 40.3
Semana 04: 21/07 a 26/07/2014 = 43 | 43 | 43 | 43 | 40 | 34 = 41.1
Semana 05: 28/07 a 02/08/2014 = 43 | 40 | 40 | 39 | 37 | 32 = 38.5
Semana 06: 04/08 a 09/08/2014 = 40 | 39 | 39 | 39 | 36 | 33 = 37.7
Semana 07: 11/08 a 16/08/2014 = 41 | 41 | 40 | 38 | 38 | 31 = 38.4
Semana 08: 18/08 a 23/08/2014 = 41 | 41 | 42 | 41 | 40 | 33 = 39.6
Semana 09: 25/08 a 30/08/2014 = 42 | 42 | 43 | 45 | 42 | 36 = 41.5
Semana 10: 01/09 a 06/09/2014 = 42 | 43 | 43 | 42 | 40 | 34 = 40.5
Semana 11: 08/09 a 13/09/2014 = 41 | 41 | 43 | 43 | 40 | 33 = 40.4
Semana 12: 15/09 a 20/09/2014 = 42 | 43 | 44 | 41 | 40 | 34 = 40.8
Semana 13: 22/09 a 27/09/2014 = 41 | 41 | 43 | 41 | 39 | 35 = 40.0
Semana 14: 29/09 a 04/10/2014 = 45 | 45 | 44 | 43 | 41 | 37 = 42.5
Semana 15: 06/10 a 11/10/2014 = 43 | 45 | 43 | 41 | 41 | 37 = 41.6
Semana 16: 13/10 a 18/10/2014 = 46 | 44 | 43 | 43 | 40 | 37 = 41.9
Semana 17: 20/10 a 25/10/2014 = 47 | 46 | 45 | 43 | 42 | 38 = 43.6
Semana 18: 27/10 a 01/11/2014 = 47 | 49 | 47 | 45 | 41 | 37 = 44.4
Semana 19: 03/11 a 08/11/2014 = 46 | 46 | 45 | 45 | 42 | 37 = 43.5
Semana 20: 10/11 a 15/11/2014 = 45 | 45 | 44 | 43 | 42 | 38 = 42.9
Semana 21: 17/11 a 22/11/2014 = 45 | 44 | 44 | 44 | 42 | 39 = 43.0
Semana 22: 24/11 a 29/11/2014 = 46 | 45 | 46 | 46 | 43 | 39 = 44.3
Semana 23: 01/12 a 06/12/2014 = 44 | 42 | 42 | 43 | 40 | 36 = 41.1
Semana 24: 08/12 a 13/12/2014 = 45 | 44 | 45 | 46 | 42 | 38 = 43.4
Semana 25: 15/12 a 20/12/2014 = 48 | 47 | 45 | 44 | 42 | 39 = 44.0
Semana 26: 22/12 a 27/12/2014 = 45 | 43 | 32 | 37 | 37 | 33 = 38.0
Semana 27: 29/12 a 03/01/2015 = 42 | 39 | 29 | 35 | 37 | 34 = 35.9
Semana 28: 05/01 a 10/01/2015 = 46 | 48 | 46 | 44 | 41 | 37 = 43.7
Semana 29: 12/01 a 17/01/2015 = 48 | 47 | 47 | 46 | 44 | 39 = 45.3
Semana 30: 19/01 a 24/01/2015 = 48 | 46 | 47 | 46 | 44 | 40 = 45.1
Semana 31: 26/01 a 31/01/2015 = 48 | 49 | 48 | 47 | 45 | 40 = 46.3
Semana 32: 02/02 a 07/02/2015 = 46 | 45 | 45 | 45 | 43 | 40 = 44.0
Semana 33: 09/02 a 14/02/2015 = 48 | 47 | 47 | 47 | 47 | 42 = 46.3
Semana 34: 16/02 a 21/02/2015 = 46 | 45 | 45 | 44 | 45 | 41 = 44.4
Semana 35: 23/02 a 28/02/2015 = 47 | 48 | 49 | 51 | 51 | 36 = 47.1

MÉDIA GERAL: 41.87

Descontração na coletiva de imprensa de “Cordel Encantado”

Carmo Dalla Vecchia dá entrevista ao Video Show

A nova novela das seis, “Cordel Encantado”, foi apresentada à imprensa na tarde desta segunda-feira, 30, no Projac. O diretor de núcleo Ricardo Waddington abriu a coletiva e anunciou ao lado das autoras, Duca Rachid e Thelma Guedes, o clipe oficial da trama. Também estavam presentes a diretora Amora Mautner e grande parte do elenco. “Foi uma enorme emoção saber que nosso sonho de fazer uma novela como essa ia se concretizar”, disse Thelma. “É um momento de encantamento”, completou Duca.

O evento começou com clima de descontração. Logo após a exibição do clipe, o ator Zé Celso Martinez, que interpreta Amadeus, convidou a todos para um brinde em homenagem à novela. Matheus Nachtergaele também pegou o microfone e brincou cantarolando uma música. Os protagonistas Bianca Bin e Cauã Reymond foram muito assediados pelos repórteres. Nathalia Dill e Bruno Gagliasso, antagonistas da trama, destacaram a influência de seus personagens na relação do casal principal. “Ele é um psicopata, doente. Acredito que não vai ser perdoado pelo público”, ressaltou Bruno.

Cordel Encantado” reúne diferentes universos: o de uma realeza europeia, dos sertanejos de um sertão nordestinos e da vida heroica de um bando de cangaceiros. A união entre esses mundos é feita através do romance de Açucena (Bianca Bin) e Jesuíno (Cauã Reymond). Ela é criada por lavradores e cresce sem saber que é a princesa do reino de Seráfia do Norte. Já o rapaz é o braço direito de uma poderoso coronel da cidade de Brogodó, mas desconhece ser filho legítimo do Rei do Cangaço, Capitão Herculano (Domingos Montagner). O encontro de diferentes culturas promete proporcionar muitas aventuras e diversão.


Escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes, com direção geral de Amora Mautner e núcleo de Ricardo Waddington, “Cordel Encantado” estreia na próxima segunda, 7 de julho.

Duas Caras - capítulo 1


Hoje, às 21h15, o SBT exibe o primeiro capítulo de “Duas Caras”. Confira a sinopse:

No Paraná, Adalberto conta para Helmut sobre a sua suposta máquina de duplicar dinheiro. Waldemar e Gabriela se despedem de sua filha Maria Paula e viajam. No Rio de Janeiro, tratores derrubam o alojamento dos operários da obra da GPM. Misael diz a Juvenal que os trabalhadores querem receber o que têm direito. Gabriel manda o segurança Juvenal enganar os operários e fazer com que entrem no ônibus para serem mandados de volta para o Nordeste. Juvenal se demite, tira o uniforme e comanda os peões para que ocupem o terreno. Gabriel é demitido. Helmut aluga a máquina de Adalberto. Waldemar e Gabriela sofrem um acidente. Adalberto verifica que os dois estão mortos e remexe na mala de Waldemar, onde encontra uma foto com um bilhete de Maria Paula. Adalberto diz a Maria Paula que o último desejo de Gabriela era que ele cuidasse de sua filha. Narciso conversa com Juvenal. Claudius reage ao ouvir Adalberto garantir que estará ao lado de Maria Paula. Dois peões brigam e são expulsos do acampamento por Juvenal. Claudius diz a Adalberto que é melhor que ele vá embora depois do enterro. Maria Paula o desautoriza e fala que tem muito a conversar com Adalberto. 

Caras & Bocas (última semana) - capítulo 229


Hoje, às 19h30, o SBT exibe o capítulo 229 de “Caras & Bocas”. Confira a sinopse:

Dafne conta para o avô que está negociando a venda dos quadros e Gabriel se surpreende com sua competência. Edgar se atrasa para o casamento e surge dentro de um barril atordoado. Jacques informa Frederico que conseguiu o dinheiro para pagar a dívida e resgatar a empresa. Lucas não se conforma com a mentira de Amarilys e termina o namoro. Benjamin procura Tatiana e lhe faz uma proposta de casamento. Na tentativa de se reaproximar de Jacques, Judith denuncia a fraude que Frederico aplicou na empresa. Ivonete aceita que Vanessa se case com Téo, mas pede que a filha convença Fabiano a voltar para casa. André diz para Cássio que irá à Itália encontrar seu filho e sua ex-mulher. Tatiana procura Isaac e confirma que quer se casar com ele. Benjamin decide ir a Israel e recebe o apoio dos pais. Espeto denuncia Aluísio por tráfico de animais e convence Pandolfi a fazer o flagrante no pet shop. Simone se oferece para vender os quadros de Denis. Fabiano e Ivonete se reconciliam. Edgar conta para Judith que foi atacado por Pelópidas e só se casará novamente se ele for preso. Judith acredita que ainda tem chance de ficar com a Conti. Jacques comenta que já sabe para quem dará a presidência da empresa e convoca uma reunião para anunciar sua decisão. Tatiana se prepara para a cerimônia de união com Isaac. Denis e Simone se veem na entrada da festa. Vicente comunica a Judith que a galeria não lhe pertence mais.

Próxima Segunda estreia a nova novela das sete!
De Bosco Brasil:

Araguaia (última semana) - capítulo 163


Hoje, às 18h15, o SBT exibe o capítulo 163 de “Araguaia”. Confira a sinopse:

Esmeralda e Safira implicam com Ametista. Mariquita pede que Gabriel tome cuidado com Max. Beatriz conta para Geraldo que Max foi quem o sequestrou quando ele era criança e o entregou para o coronel Lutti. Neca pede para trabalhar no armazém de Janaína. Gabriel avisa a Solano que Max está rondando a estância. Rudy pergunta se Gabriel sabe onde foram enterrados os inocentes que morreram na guerrilha. Max observa Amélia ir para o armazém. Rudy convida Manuela para lanchar com ele. Beatriz estranha a visita de Max. Bruno e Nancy reclamam de Neca. Pimpinela fala com Vilhena sobre a venda da estalagem. Mariquita agradece o carinho que todos estão tendo com ela depois que ficou doente. Beatriz liga para Solano e conta sobre sua conversa com Max. Vitor e Amélia se assustam ao ver Max em frente à porta de seu quarto.

Próxima Segunda estreia a nova novela das seis!
De Duca Rachid e Thelma Guedes:

Celebridade - capítulo 31


Hoje, às 15h15, o SBT exibe o capítulo 31 de “Celebridade”. Confira a sinopse:

Lineu concorda em empregar Laura e manda Renato encontrar um lugar para ela. Laura se interessa em saber mais sobre Evaldo Correa, um rico empresário do sul que tem interesse em se associar com Maria Clara. Maria Clara demite Laura e o faz friamente. Laura tenta argumentar, mas é inútil. Vladimir faz uma campanha para uma grife. Cristiano briga com Zeca por ele ter se jogado no poço de propósito, mas acaba abraçado a ele, chorando. Lineu se oferece para organizar a festa de aniversário de Corina. Laura vai embora da firma, levando um pré-contrato e o telefone do empresário sulista. Laura garante a Iara que vai voltar. Jaqueline faz as unhas de Lineu. Lineu lê a carta forjada em que Corina pede um apartamento para a filha. Maria Clara fica alerta ao saber que sumiram os documentos. Laura se insinua e conhece Evaldo na beira da piscina. Maria Clara chega e senta-se com eles. Evaldo, Laura e Maria Clara são fotografados juntos. Maria Clara deixa claro que ele não seria capaz de desrespeitar um pré-contrato já feito por ela. Lineu confessa não querer mais ver Corina. Fernando e Beatriz acabam brigando e ela culpa Inácio. Corina fica furiosa com Nelito ao ver uma foto sua com Lineu publicada em uma revista. Lineu dá uma bronca em Nelito e avisa que o deputado Floriano e sua namorada Eliane estarão no Espaço Fama, e querem privacidade. Fernando jura que vai adorar ter filhos com Maria Clara. Nelito fala mais do que deve com Ivan, que fica na cola do deputado. Lineu manda seu carro buscar Jaqueline para fazer as unhas do deputado. Ana Paula se choca ao ver que Sandra marcou consulta com o mesmo ginecologista de Maria Clara. Laura fica lívida ao saber que vai ser a secretária de Renato. Lineu não atende aos telefonemas de Corina. A imprensa se aglomera na porta de Lineu. Eliane avisa Jaqueline que o deputado morreu, e é retirada do apartamento. Ao ver a multidão de jornalistas, Jaqueline grita que a amante era ela, leva uma bofetada da viúva, mas adora.

domingo, 29 de junho de 2014

DUAS CARAS (2014)


Duas Caras” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.
 
Novela de Aguinaldo Silva.
Colaboração de Glória Barreto, Izabel de Oliveira, Maria Elisa Berredo, Filipe Miguez, Nelson Nadotti e Sérgio Goldenberg.
Direção de Cláudio Boeckel, Ary Coslov, Gustavo Fernandes, Miguel Rodrigues e Pedro Carvana.
Direção geral de Wolf Maya.
Núcleo Wolf Maya.
 
Exibida no horário das 21 horas entre 30 de junho de 2014 e 28 de fevereiro de 2015, em 209 capítulos, substituindo “Paraíso Tropical” e sendo substituída por “A Favorita”. Foi a 70ª “novela das nove” exibida pela emissora.
 
Está sendo reapresentada em “Vale a Pena Ver de Novo” na faixa das 15h15 desde 20 de setembro de 2021, substituindo “Cordel Encantado”.
 
Contou com Marjorie Estiano, Dalton Vigh, Antônio Fagundes, Flávia Alessandra, Suzana Vieira, Renata Sorrah, José Wilker, Débora Falabella, Lázaro Ramos, Stênio Garcia, Marília Pêra, Caco Ciocler, Betty Faria e Alinne Moraes nos papeis principais.
 
TRAMA PRINCIPAL
 
A trama central de “Duas Caras” conta a história da vingança da jovem Maria Paula (Marjorie Estiano) contra Marconi Ferraço/Adalberto Rangel (Dalton Vigh), homem misterioso que, após casar-se com ela por interesse, desaparece levando toda a sua fortuna.
 
A história tem início na infância do menino Juvenaldo (André Luiz Frambach), que mora com a família em uma região pobre de Pernambuco e é vendido pelo pai ao forasteiro Hermógenes (Tarcísio Meira). O menino é rebatizado de Adalberto e aprende toda sorte de trapaças com o inescrupuloso viajante, passando a rodar pelas estradas brasileiras com uma suposta máquina de fazer dinheiro, várias identidades e um grande poder de convencimento. A certa altura, porém, o já homem feito rouba o próprio mestre, mantendo contato apenas com Bárbara Carreira (Carolina Holanda), a prostituta com quem passou sua primeira noite e amiga fiel para toda a vida.
 
A vida de Adalberto (Dalton Vigh) começa a mudar a partir do dia em que presencia um terrível acidente na estrada, que resulta na morte de Waldemar (Fúlvio Stefanini) e Gabriela (Bia Seidl). Ao vasculhar o carro capotado, ele encontra pacotes de dólares, documentos e uma foto de Maria Paula, a filha única do casal, herdeira de uma grande fortuna. Neste momento, Adalberto percebe que pode dar seu maior golpe. Parte com os policiais para Passaredo, uma fictícia cidade no sul do Brasil, para dar a notícia à menina de 18 anos. A jovem só encontra consolo no depoimento desse forasteiro, que inventa ter ouvido as últimas palavras de sua mãe antes de morrer, pedindo-lhe para cuidar da filha. Ainda que todos à sua volta desconfiem do rapaz, como a empregada Jandira (Totia Meireles) e Claudius (Caco Ciocler), advogado da família e apaixonado por Maria Paula, ela aceita o carinho de Adalberto e, em pouco tempo, os dois se casam em comunhão de bens. Mas Adalberto vai embora roubando todos os bens, deixando a jovem para trás, sem saber que ela espera um filho seu.
 
Antes de se casar com Maria Paula, Adalberto tinha tomado conhecimento de um grande complexo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, cuja construtora falida precisava de um comprador para assumir os custos da obra. Era a oportunidade perfeita para se tornar um respeitável empresário da construção civil. Agora, milionário, ele aciona o engenheiro e ex-gerente geral da firma, Gabriel Duarte (Oscar Magrini), que, ignorando a história de Adalberto, torna-se testa de ferro do negócio. Mas, para fazer parte da sociedade carioca, Adalberto sabe que precisa deixar seu passado para trás; decide, então, mudar de rosto. Ele se submete a diversas cirurgias plásticas, pelas mãos de um famoso médico hondurenho, e assume uma nova identidade: a do empresário Marconi Ferraço (também vivido por Dalton Vigh). A única que sabe de toda a história é a amiga Bárbara (agora interpretada por Betty Faria).
 
O que Ferraço não sabe é que o empreendimento envolve muitos conflitos. A fictícia GPM Empreendimentos Imobiliários, responsável pela construção, trouxe vários trabalhadores nordestinos para o Rio de Janeiro e, falida, não tem mais como mantê-los na cidade. A intenção dos donos da empresa é mandar os trabalhadores de volta à terra natal, com a vã promessa de pagar seus honorários na volta para casa. Em meio a uma manifestação, porém, o chefe de segurança da obra, Juvenal Antena (Antonio Fagundes), pede demissão e se solidariza com os operários na luta por seus direitos, mobilizando também os outros seguranças. Nos dias que se seguem, Juvenal se junta às famílias que tentam se acomodar em alojamentos improvisados. E, com o apoio de pessoas influentes no grupo de desabrigados, como a mãe de santo Dona Setembrina (Chica Xavier) - a Mãe Bina -, o pastor Lisboa (Ricardo Blat) e Geraldo Peixeiro (Wolf Maya), além da colaboração do político Narciso Tellerman (Marcos Winter), ele põe em prática o sonho de construir a favela da Portelinha, invadindo um terreno baldio próximo à antiga obra.
 
A novela dá um salto de dez anos e mostra Juvenal como o líder comunitário da favela, que, além das casas dos moradores, conta com estabelecimentos comerciais, um terreiro, uma igreja, uma associação de moradores, uma rádio e uma boate. Apenas violência e drogas não são permitidas na comunidade, que Juvenal Antena comanda com autoridade e segundo seus próprios valores. Para manter a ordem na Portelinha, ele tem um grupo de ajudantes, chamados de “os sete anões”. Todos os dias, atende moradores ansiosos, que enfrentam uma longa fila para ouvir seus conselhos, pedir ajuda e resolver os mais diversos problemas. Juvenal vira um líder admirado, acima do bem e do mal, transformando-se no grande provedor da favela. Muitos são gratos a ele, como a misteriosa Guigui (Marília Gabriela), que chegou à Portelinha só com a roupa do corpo e se tornou seu braço direito; Dália (Leona Cavalli), a quem ele ajuda a salvar das drogas, sendo alçada ao posto de carnavalesca da escola de samba Nascidos na Portelinha; ou mesmo o homossexual Bernardinho (Thiago Mendonça), que se transforma em um elogiado chef de cozinha graças ao apoio de Juvenal, passando a administrar, com sucesso, o restaurante Castelo de São Jorge, onde a principal iguaria é o bacalhau preparado pelo rapaz. Sem falar no compositor Zé da Feira (Eri Johnson), cuja carreira é impulsionada por Juvenal. A Portelinha chama tanto a atenção que vira até ponto turístico, uma ideia lançada por Eva (Letícia Spiller), mulher de Gabriel.
 
Juvena Antena nunca aceitou tráfico nem violência em sua comunidade. O único confronto violento na Portelinha ocorre quando ela é invadida por Lobato (Paulo César Pereio), chefe de uma quadrilha de traficantes, que cobiçava o lugar de Juvenal na favela. Mas Lobato morre no embate com Juvenal e seus homens. Entre os moradores também há baixas, como a filha do pastor Lisboa, Rebeca (Paola Crosara), e Mãe Bina, cujo coração não resiste à tensão provocada pelos acontecimentos. Após o conflito, descobre-se que Lobato, no passado, era amante de Guigui, ex-socialite que largara o marido e o filho para viver com o bandido e depois fugira dele. Antes de morrer, Lobato revela a Guigui que o filho dela, sequestrado ainda pequeno e que ela pensara estar morto, é Ronildo (Rodrigo Hilbert), um dos integrantes de seu bando. Ronildo morre em confronto com Juvenal após roubar o caixa da associação de moradores e sequestrar Solange (Sheron Menezes), filha do líder da Portelinha.
 
Um dos maiores protegidos de Juvenal é o jovem Evilásio (Lázaro Ramos), filho do carpinteiro Misael Caó (Ivan de Almeida) e seu afilhado, que cresceu na Portelinha como seu grande admirador. A certa altura, Evilásio passa a discordar dos métodos e atitudes de seu padrinho Juvenal e os dois rompem relações, chegando a disputar a preferência do povo da Portelinha como candidatos à Câmara de Vereadores. Juvenal acaba desistindo de concorrer e Evilásio chega ao fim da novela como vereador.
 
Marconi Ferraço nunca aprovou a comunidade criada ao lado de seu empreendimento, com receio de que ela inviabilizasse seu projeto de construir um condomínio de luxo na região. E estabeleceu um pacto de guerra com Juvenal, valendo-se do serviço do influente advogado Paulo de Queiroz Barreto (Stênio Garcia), especialista em encontrar brechas para driblar a lei.
 
Maria Paula, que se mudara com o filho Renato (Gabriel Sequeira) para São Paulo, em busca de uma nova vida, nunca perdeu a esperança de reencontrar Adalberto e executar sua vingança. Após reconhecê-lo em uma reportagem na TV, somente pelo gesto em que foi flagrado – enxugando a lágrima da personagem Sílvia (Alinne Moraes) –, Maria Paula tem certeza de que ele está morando no Rio. O destino, então, trama a seu favor: seu chefe na rede de supermercados em que trabalha é transferido para o Rio e lhe oferece emprego na cidade. Ela se muda com o filho, novamente.
 
Com a morte do pai, João Pedro (Herson Capri), Sílvia, que estava estudando em Paris, retorna ao Brasil para ficar ao lado da mãe, Branca (Susana Vieira), e conhece aqui o grande amor de sua vida: Marconi Ferraço. Mesmo após descobrir a história pregressa do amado – depois que Maria Paula invade o evento de lançamento de seu empreendimento, acusando-o do crime que cometera -, Sílvia decide ficar a seu lado, e torna-se cúmplice em todos os seus planos. Apaixonada, Sílvia ajuda Ferraço a conquistar o filho dele com Maria Paula, Renato. Pensando na felicidade do filho, Maria Paula não vê outra alternativa a não ser aceitar o amor de Renato pelo pai, embora tente contar como Ferraço a prejudicou, mas o menino não acredita.
 
Ao longo da novela, Ferraço é conquistado pelo amor do filho Renato e, contra todas as previsões, o vilão começa a se modificar. Sílvia, enciumada, tenta matar o garoto, antes de ser abandonada pelo empresário. Cada vez mais amargurada, ela tenta de todas as formas evitar a reaproximação de Ferraço com Maria Paula, que só pensa em reconquistar a amada e consolidar sua família. Em sua trajetória de regeneração, ele faz uma viagem a Pernambuco junto com o filho, em busca de suas origens, e reencontra a mãe (Laura Cardoso).
 
Disposta a prosseguir em seus planos de vingança, Maria Paula impõe uma série de condições para aceitar o pedido de casamento, e os dois, novamente, voltam a ser marido e mulher. Mas apenas no papel. Casados em comunhão de bens, chegou a vez de Maria Paula dar o troco: Ferraço vai para a prisão para pagar por seus golpes e falsa identidade; dois anos depois, ao procurar a esposa, descobre que ela sumiu, levando seu dinheiro. Ele fica desnorteado, até que recebe um telefonema de Maria Paula, satisfeita por ter feito com ele o mesmo que ele fizera com ela no passado. O desespero de Ferraço, no entanto, não dura muito: Maria Paula manda que ele vá ao encontro dela e de seu filho, e os dois terminam a novela juntos.
 
Antes do término da trama, Sílvia, que havia sido internada numa clínica para perturbados mentais após atirar em Ferraço quando tentava matar Maria Paula – ele se colocou à frente da mulher para protegê-la -, foge do local e sequestra Renato, mas não tem tempo de efetivar seu plano. Perseguida pela polícia, ela abandona o menino, é atropelada e socorrida por um rapaz, Rodrigo (Alexandre Piccini). Tempos depois, reaparece em Paris, como namorada de seu salvador e amante secreta de João Batista (Júlio Rocha), ex-motorista de Ferraço e seu cúmplice.
 
Juvenal Antena, após viver um intenso romance com a cobiçada Alzira (Flávia Alessandra), dançarina de pole dance que chegara a abandonar o marido, Dorgival (Ângelo Antônio), para ficar com o líder da Portelinha, termina a novela sozinho. “Casado com seu povo”, como afirmou o personagem.
 
TRAMAS PARALELAS
 
União inter-racial
O advogado Barreto (Stênio Garcia), que tem entre seus clientes Marconi Ferraço (Dalton Vigh), bate de frente com Juvenal Antena (Antonio Fagundes) depois que sua filha Júlia (Débora Falabella) se apaixona por Evilásio (Lázaro Ramos), afilhado do líder da Portelinha. O advogado não admite ter um genro negro e pobre. A resistência de Barreto e seu preconceito racial são vencidos no decorrer da novela, depois que Júlia tem um bebê com Evilásio e passa a morar com ele na Portelinha. Para completar, Barretinho (Dudu Azevedo), o outro filho de Barreto, apaixona-se pela empregada de sua casa, Sabrina (Cris Vianna), que também é negra, e não mede esforços para conquistá-la. Os dois se casam e têm um menino.
 
As relações de Júlia e Evilásio, e de Sabrina e Barretinho, não são os únicos casos de união inter-racial da trama. No último capítulo, há um casamento coletivo. Solange (Sheron Menezes), filha de Juvenal – fruto de um relacionamento no passado – se casa com Claudius (Caco Ciocler), que há tempos trabalhava como advogado de uma ONG fundada na Portelinha por uma antiga moradora, agora condessa (Adriana Alves); Misael (Ivan de Almeida) se casa com Claudine (Thaís de Campos); e Gislaine (Juliana Alves), irmã de Evilásio, se casa com o mecânico Zidane (Guilherme Duarte). Também tem destaque o namoro dos universitários Ramona (Marcela Barrozo) e Rudolf Steinzel (Diogo Almeida): ela, branca, filha de Gabriel (Oscar Magrini) e Eva (Letícia Spiller); ele, líder das manifestações estudantis na universidade, jovem negro rico que tentava esconder a condição social passando-se por rapaz de classe média baixa.
 
Gioconda
Na família de Júlia (Débora Falabella), Barreto (Stênio Garcia) e Barretinho (Dudu Azevedo), o destaque é Gioconda (Marília Pêra), a mulher do advogado e mãe dos meninos. Após iniciar a novela como uma dondoca alienada, protagonizando momentos engraçados como o de ir à favela vestindo modelitos caros e com a inseparável bolsa de couro de crocodilo, Gioconda se transforma na porta-voz dos excluídos, lançando uma campanha contra a violência batizada de “Chega”. A personagem termina a novela como senadora.
 
Amor e herança
Outro destaque em “Duas Caras” é o núcleo de Branca (Susana Vieira), a dona da Universidade Pessoa de Moraes. Ela é casada com João Pedro (Herson Capri), o Joca, reitor da universidade, e mãe de Sílvia (Alinne Moraes), e nem imagina que o marido tem uma amante há 20 anos, Célia Mara (Renata Sorrah), sua noiva na juventude. No passado, João Pedro deixou Célia Mara para se casar com Branca, de olho no sonho de montar uma universidade. E acabou apaixonado pelas duas. O romance clandestino é descoberto quando João Pedro é atingido por uma bala perdida durante um encontro com Célia Mara num circo, e os jornais noticiam a tragédia, com a publicação de uma foto de Célia, a suposta viúva, ao lado do morto. Antônio (Otávio Augusto), marido de Célia Mara, não pensa duas vezes e a expulsa de sua vida.
 
Branca e Célia Mara reconstroem suas vidas, mas cultivam a inimizade durante toda a novela. A rica empresária resolve assumir o controle da universidade para transformá-la em uma instituição de excelência, e, apesar da resistência do tradicional professor Heriberto Gonçalves (Paulo Goulart), convida o intelectual Fernando Macieira (José Wilker) para ser o novo reitor. Os dois vivem um romance. Célia Mara, por sua vez, decide ajudar a filha Clarissa (Bárbara Borges), que sofre de dislexia, estudando com ela para o vestibular. Animada, Célia se inscreve nos cursos de verão oferecidos pela Universidade Pessoa de Moraes e se destaca como a melhor aluna, para irritação de Branca, que ainda passa a ter um novo motivo para odiar a inimiga: Célia Mara tenta conquistar Macieira. As duas têm vários embates, principalmente depois que Célia Mara revela que Clarissa é filha de João Pedro e que, portanto, tem direito à parte da universidade. Interessada apenas em conquistar Marconi Ferraço (Dalton Vigh), Sílvia rompe com a mãe, Branca, que não aprova suas atitudes, e abre mão de sua parte na universidade para Célia e Clarissa. Representando a filha, Célia assume seu lugar na diretoria da instituição, que passa a dividir com Branca.
 
Branca termina a novela nos braços de Macieira e amiga de Célia Mara, que vira sua assessora particular. Algum tempo antes, as duas descobriram que Sílvia havia forjado o exame de DNA que atestava que Clarissa era filha de João Pedro, apenas para prejudicar Branca, com quem estava brigada. Clarissa é mesmo filha do mecânico Antônio que, por sua vez, acaba feliz ao lado de Débora (Juliana Knust), com quem tem mais um filho. Célia Mara, por sua vez, arruma um pretendente: o médico Marcelo (Augusto Madeira), amigo do Dr. Humberto (Werner Schünemann), que já entrara na trama para fazer par com Guigui (Marília Gabriela). Os dois trabalhavam no posto de saúde instalado na Portelinha. 
 
Pole dance
A personagem Alzira (Flávia Alessandra) começou a novela fazendo-se passar por enfermeira, mas na verdade tinha um segredo: saía à noite para dançar na uisqueria de Jojô (Wilson dos Santos), onde se apresentava como "A Outra", com o rosto escondido sob uma máscara. A apresentação de Alzira dançando no cano era o grande sucesso da casa noturna. Com a dança, Alzira pensava em juntar dinheiro para que o marido, Dorgival (Ângelo Antônio), pudesse fazer uma cirurgia, e assim, ficar curado de uma anomalia no coração. Mas sua fúria é tão grande quando ele descobre a farsa da mulher, que Juvenal Antena (Antonio Fagundes) o manda passar uns tempos em outra cidade. O líder da comunidade Portelinha, no entanto, apaixona-se por Alzira, e é correspondido. Ele chega a pagar a cirurgia de Dorgival, a pedido de Alzira. Mas, ao saber da paixão dos dois, Dorgival, em duas ocasiões, tenta matar o rival. Na segunda tentativa, ele dispara um tiro contra Juvenal durante um comício do líder. Dorgival acha que foi bem-sucedido, e seu coração doente não resiste quando Juvenal aparece vivo à sua frente, e é ele quem morre, deixando o caminho livre para Alzira. Juvenal se salvou porque usava um colete à prova de balas. Antes do fim da história, Alzira faz sucesso com sua dança e opta por seu trabalho, terminando a novela ao lado dos filhos.
 
Triângulo inusitado
Uma das tramas que também conquistou o público foi o inusitado trio formado por Dália (Leona Cavalli), Heraldo (Alexandre Slaviero) e o homossexual Bernardinho (Thiago Mendonça). Para desagrado dos moradores conservadores da Portelinha – especialmente da religiosa Edivânia (Suzana Ribeiro), que chega a liderar uma tentativa de linchamento do trio –, os três passaram a viver juntos, dormindo na mesma cama. Dália ficou grávida, sem saber qual dos dois era o pai, já que, certa noite, fizera amor com Bernardinho, que a ajudara a se livrar das drogas e retomar sua vida. Bernardinho, por sua vez, casa-se com Carlão (Lugui Palhares).  Graças ao advogado Barreto (Stênio Barreto), a filha de Dália é registrada com dois pais. 
 
Jojô
O personagem Jojô (Wilson dos Santos), que todos achavam ser homossexual, era casado com a cantora Eunice, a Diva (Gottscha), e pai de dois filhos. Ele fingia ser gay porque achava isso bom para o seu negócio. O público fica sabendo da verdade meses antes do fim da novela.
 
Sufocador
Duas Caras” teve algumas sequências de realismo fantástico, característico das novelas de Aguinaldo Silva, ao entrar em cena o Sufocador, misterioso personagem que atacava as mulheres da Portelinha nas noites de lua cheia. No capítulo final, é revelada sua identidade, mas somente para o público: Geraldo Peixeiro (Wolf Maya), ex-integrante do grupo de Juvenal Antena (Antonio Fagundes).
 
AUDIÊNCIA
 
Obteve média geral de 41,6 pontos, considerada um sucesso – é, também, a última novela a ficar acima dos 40 pontos. O folhetim, assim como “Paraíso Tropical”, deu problemas para o SBT em suas primeiras semanas, registrando médias entre 31 e 40 pontos.
 
O primeiro capítulo de “Duas Caras” registrou, à época, a pior média de uma estreia de novela das 21h: 40 pontos. O desfecho da trama rendeu ao SBT o recorde de 51 com 54 de pico, seu maior desempenho.
 
PRODUÇÃO
 
Em novembro de 2013, Aguinaldo Silva entregou ao SBT o argumento principal da sua próxima novela, escrita para a emissora, três anos após término de “Senhora do Destino” (2011), seu sucesso anterior. No dia 11 de novembro, o autor foi convocado e anunciado como substituto da trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, “Paraíso Tropical”, no horário das 21h. A sinopse oficial da novela foi entregue no dia 5 de fevereiro de 2014. No dia 15 do mesmo mês, Aguinaldo anunciou “É a Educação, Estúpido!” como título provisório do folhetim. No dia 21 de fevereiro, Wolf Maya foi anunciado como diretor geral e de núcleo da trama, junto com os nomes de outros diretores e colaboradores de roteiro.
 
Os capítulos de “É a Educação, Estúpido!” começaram a ser escritos por Aguinaldo Silva no dia 5 de março. Os primeiros nomes confirmados no elenco (José Wilker e Marília Pêra) foram anunciados pelo autor no dia 12.
 
No mesmo dia, o elenco da trama começou a ser escalado. Onze dias depois, Marjorie Estiano e Dalton Vigh foram anunciados como os protagonistas principais – ele, o anti-herói –, enquanto Alinne Moraes foi anunciada como a vilã. Além deles, Antônio Fagundes, Flávia Alessandra, Renata Sorrah e Suzana Vieira também integraram o elenco.
 
No dia 23 de abril, foi anunciado “Duas Caras” como título oficial da novela, além da lista com o elenco completo. As gravações tiveram início no dia 5 de maio, no Rio de Janeiro.
 
No dia 24 de setembro, o elenco gravou o 100° capítulo da trama. Já no dia 10 de outubro, Aguinaldo Silva anunciou que a duração de “Duas Caras” seria reduzida, passando de 221 para 209 capítulos, por escolha própria.
 
No dia 13 de janeiro de 2015, Aguinaldo Silva comunicou que o texto da novela estava concluído, e revelou ainda não ter decidido qual o final adequado da novela, tendo escrito cinco desfechos diferentes.
 
As gravações de “Duas Caras” foram oficialmente finalizadas na noite do dia 19 de fevereiro.
 
CURIOSIDADES
 
Aguinaldo Silva conta que, além da ideia de criar uma trama que abordasse a ambiguidade do ser humano, queria também fazer uma história carioca e urbana. Como os bairros de Copacabana e Leblon já haviam sido explorados em outras novelas, decidiu ambientar a sua trama na Barra da Tijuca, mais precisamente em uma favela horizontal.
 
• Segundo Aguinaldo Silva, a novela teve uma boa repercussão entre os moradores da favela de Rio das Pedras, na qual foi inspirada a favela fictícia da trama, devido a sua opção de mostrar uma comunidade de forma realista, sem resquícios de demagogia.
 
Aguinaldo Silva se viu no meio de várias polêmicas durante a novela. Em uma delas, o prefeito do Rio, Cesar Maia, reclamou que a trama privilegiava a abordagem negativa do Rio, colocando o município sob críticas pesadas. Um dos alvos das reclamações foi o capítulo em que a feirante Lucimar (Cristina Galvão) pede ao deputado Narciso (Marcos Winter) uma vaga para o filho em uma escola que não aprovasse todo mundo. O valor do IPTU cobrado na cidade também foi abordado na trama, quando Célia Mara (Renata Sorrah) se muda de um bairro de classe média para a Portelinha e comemora o fim do imposto. Também esteve em foco o sequestro-relâmpago, no capítulo em que Branca (Susana Vieira) é vítima de um deles. A maior preocupação do governo, porém, era a milícia fictícia chefiada por Juvenal Antena (Antonio Fagundes). Em meio às polêmicas e aos índices de audiência da novela, que não estavam entre os esperados, Aguinaldo Silva anunciou que se afastaria temporariamente de “Duas Caras” para cuidar de assuntos pessoais em Portugal, deixando vários capítulos prontos.
 
• Após a estreia da novela, Aguinaldo Silva criou um blog em que costumava comentar a trama, por vezes antecipando momentos da história.
 
• Para Aguinaldo Silva, Evilásio (Lázaro Ramos), o herói romântico da trama, acabou um pouco ofuscado pela força de Juvenal Antena (Antonio Fagundes), e isso enfraqueceu a percepção do público sobre o embate entre a legalidade e a marginalidade, representadas, respectivamente, pelos dois personagens.
 
• O autor conta que se identificava com alguns personagens, mas que Gioconda, a personagem de Marília Pêra, era sua porta-voz na trama.
 
• A dança do poste, chamada de pole dance, também foi alvo de polêmica. Considerada apelativa, foi uma das responsáveis pela reclassificação indicativa da novela, que passou a ser proibida para menores de 14 anos. Nas cenas, Flávia Alessandra aparecia dançando sensualmente em um cano. A personagem Débora, de Juliana Knust, também chegou a dançar pole dance durante um tempo, substituindo Alzira. Com a polêmica, a pole dance saiu de cena por uns tempos, voltando depois na trama, de forma mais discreta. E o cenário da uisqueria, frequentado pelos homens da Portelinha em busca das massagens oferecidas pelas moças e dançarinas do local, deu lugar a uma casa de shows, em que as mesmas moças se apresentavam em musicais coreografados por Jojô (Wilson dos Santos).
 
Totia Meireles, Vanessa Giácomo, Eriberto Leão e as crianças Ana Karolina Lannes e Matheus Costa, que interpretaram os filhos do jovem casal Luciana e Ítalo, fizeram apenas participações no início da trama. Vanessa estava grávida de seu primeiro filho e chegou a gravar algumas cenas como gestante.
 
Mara Manzan deixou a trama, por motivos de saúde. A atriz Fafy Siqueira entrou em cena dizendo ser Amora, uma cartomante charlatã, irmã gêmea de Amara, personagem de Mara Manzan. Amara voltou no último capítulo para fazer as pazes com Bernardo (Nuno Leal Maia), selando o amor dos dois.
 
• “Duas Caras” foi a primeira novela do SBT totalmente gravada e transmitida em alta definição.
 
• O último capítulo de “Duas Caras” foi um dos mais longos já exibidos pela emissora: teve quase duas horas e meia de duração.
 
Antonio Fagundes gravou cenas no Sambódromo do Rio, durante o desfile da Portela no carnaval de 2015, para exibição nos capítulos em que a escola de samba Nascidos da Portelinha tem um ótimo desempenho na avenida e sobe para o grupo especial. Na trama, Gislaine (Juliana Alves), irmã de Evilásio (Lázaro Ramos), sai à frente da bateria, substituindo a titular Andréia Bijou (Débora Nascimento), que fratura a perna após ter uma visão de Mãe Bina (Chica Xavier). Como a mãe de santo lhe pedira antes de morrer, Andréa, após muita resistência, substitui Mãe Bina no terreiro, no capítulo final da novela.
 
• A novela marcou a estreia da atriz, cantora e compositora Marjorie Estiano como protagonista de uma novela do SBT, após a boa repercussão de seu papel anterior, a jovem Marina de “Páginas da Vida” (2013), de Manoel Carlos.
 
Vera Fischer fez uma participação na trama como Dolores, fotógrafa que produz o calendário de fotos com os mecânicos da oficina de Antônio (Otávio Augusto), que transforma os rapazes nas novas celebridades da Portelinha.
 
Laura Cardoso fez uma participação especial nos últimos capítulos da trama, como mãe de Marconi Ferraço.
 
• A novela contou com várias participações especiais, como convidados da escola de samba Nascidos da Portelinha ou do restaurante Castelo de São Jorge. Entre eles, o cantor e compositor Celso Fonseca; o ator Francisco Cuoco; o roteirista Jean Wyllis (ganhador do BBB 5); a atriz Juliana Paes; os músicos Martinho da Vila, Monarco e Paulinho da Viola; o ator Tony Ramos e a esposa, Lidiane; e integrantes da Velha Guarda da Portela.
 
• “Duas Caras” estreou na emissora portuguesa SIC em 4 de agosto de 2014, ficando entre os dez programas mais vistos do país. Por lá, a trama só se despediu do público no dia 22 de maio de 2015, totalizando 210 capítulos.
 
• O título da novela foi usado para denominar uma investigação policial, batizada de “Operação Duas Caras”, realizada pela 59ª DP (Caxias) para prender policiais militares do 15º BPM (Caxias), suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Foi descoberto que o grupo recebia propinas semanais para não fazer operações em favelas de Caxias, município do Grande Rio.

“Paraíso Tropical” tem menos audiência que antecessoras


Finalizada na última sexta-feira (27/06), “Paraíso Tropical” fechou com ótima média geral para o horário das 21h, mas abaixo das antecessoras do horário.

Segundo dados oficiais, a trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares fecha com média de 43 pontos, atrás de “Páginas da Vida” (47), “Belíssima” (48), “América” (49), “Senhora do Destino” (51), “Celebridade” (46), “Mulheres Apaixonadas” (47), “O Clone” (47), “Porto dos Milagres” (45) e “Laços de Família” (45), superando apenas “Esperança” (38).

O último capítulo do folhetim também quebrou recorde (55 pontos), além de fechar a última semana com sua melhor audiência 50 pontos.

A próxima novela das 21h, “Duas Caras”, escrita por Aguinaldo Silva, estreia nesta segunda (30/09) com o objetivo de manter ou elevar os índices de “Paraíso Tropical”.

ANÁLISE DE AUDIÊNCIA – SEMANA 26

Análise de audiência da TV: Semana 26 - período de 23/06 a 28/06.


Meta para o horário: 15 PONTOS

Média semanal: 20.50

Média geral até o capítulo 30
Celebridade – 21.36
Cabocla – 16.43
O Profeta – 15.80
Vale Tudo – 24.53
Mulheres Apaixonadas – 20.46
Sinhá Moça – 15.80
Alma Gêmea – 18.33
Maria do Bairro – 19.20
Chocolate com Pimenta – 17.96
Da Cor do Pecado – 20.10
Por Amor – 21.36

Médias mensais:
Maio – 22.16
Junho – 21.16


Meta para o horário: 25 PONTOS

Média semanal: 25.50

Média geral até o capítulo 161
Araguaia – 22.73
Escrito nas Estrelas (finalizada no capítulo 143) – 25.55
Cama de Gato (finalizada no capítulo 161) – 24.34
Paraíso – 25.33
Negócio da China (finalizada no capítulo 136) – 20.37
Ciranda de Pedra (finalizada no capítulo 131) – 22.06
Desejo Proibido (finalizada no capítulo 154) – 23.43
Eterna Magia (finalizada no capítulo 148) – 25.82
O Profeta – 32.37
Sinhá Moça – 33.31
Alma Gêmea – 37.08

Médias mensais:
Dezembro – 23.25
Janeiro – 21.25
Fevereiro – 21.16
Março – 22.80
Abril – 23.42
Maio – 23.26
Junho – 24.41


Meta para o horário: 30 PONTOS

Média semanal: 29.50

Média geral até o capítulo 227
Caras & Bocas – 30.85
Três Irmãs (finalizada no capítulo 179) – 24.35
Beleza Pura (finalizada no capítulo 179) – 28.00
Sete Pecados (finalizada no capítulo 209) – 30.24
Pé na Jaca (finalizada no capítulo 179) – 29.78
Cobras & Lagartos (finalizada no capítulo 179) – 38.28
Bang Bang (finalizada no capítulo 173) – 27.58
A Lua Me Disse (finalizada no capítulo 143) – 33.06
Começar de Novo (finalizada no capítulo 197) – 31.22
Da Cor do Pecado (finalizada no capítulo 185) – 42.54
Kubanacan (finalizada no capítulo 227) – 34.72

Médias mensais:
Outubro – 27.40
Novembro – 26.76
Dezembro – 30.92
Janeiro – 33.03
Fevereiro – 33.41
Março – 32.53
Abril – 31.92
Maio – 31.22
Junho – 29.95


Meta para o horário: 40 PONTOS

Média semanal: 50.00 (recorde positivo)

MÉDIA FINAL
Paraíso Tropical (finalizada no capítulo 179) – 42.88
Páginas da Vida (finalizada no capítulo 203) – 47.14
Belíssima
 (finalizada no capítulo 209) – 48.41
América
 (finalizada no capítulo 203) – 49.21
Senhora do Destino
 (finalizada no capítulo 221) – 50.54
Celebridade
 (finalizada no capítulo 221) – 46.04
Mulheres Apaixonadas
 (finalizada no capítulo 203) – 46.78
Esperança (finalizada no capítulo 209) – 37.57
O Clone
 (finalizada no capítulo 221) – 46.89
Porto dos Milagres
 (finalizada no capítulo 203) – 44.55
Laços de Família
 (finalizada no capítulo 209) – 44.85

Médias mensais:
Dezembro – 37.26
Janeiro – 39.55
Fevereiro – 43.79
Março – 43.50
Abril – 45.15
Maio – 45.77
Junho – 45.41

SBT

CONSOLIDADOS: Audiência 28/06

Reapresentação do último capítulo registra ótima audiência

Confira a audiência das novelas do SBT ontem, 28 de Junho.

• Celebridade: Capítulo 30 - 20 pontos
• Araguaia: Capítulo 161 - 24 pontos
 Caras & Bocas: Capítulo 227 - 28 pontos
 Paraíso Tropical: Último Capítulo (Reapresentação) - 40 pontos

Fiquem ligados!

sábado, 28 de junho de 2014

Último capítulo de “Paraíso Tropical” quebra recorde de audiência


O último capítulo de “Paraíso Tropical” rendeu recorde de audiência para novela. Segundo dados consolidados, a trama fechou com média de 55.2 pontos, com 59 de pico. Além disso, superou o final de “Páginas da Vida” (54), mas ficou atrás de “Belíssima” (61), “América” (68), “Senhora do Destino” (61) e “Celebridade” (63), exibidas na década de 2010.

Bem que o novelista Gilberto Braga avisou que o mistério do assassino de Taís (Alessandra Negrini) em “Paraíso Tropical” não estava no autor do crime e sim no motivo. Olavo (Wagner Moura) matou a gêma má porque ela escutou uma conversa importantíssima dele com o cafetão Jáder (Chico Diaz). No papo, o vilão contava que o “bastardinho” Ivan (Bruno Gagliasso) era, na verdade, filho de Antenor (Tony Ramos) e relatava seus planos sórdidos. Para ficar com a fortuna do dono do Grupo Cavalcanti, Olavo planejava matar Antenor, a mãe, Marion (Vera Holtz) e, é claro, Ivan. Taís o chantageia com a descoberta, mas o vilão leva a melhor por enquanto, ao matá-la. Ele coloca algo em sua bebida. Ela desmaia e o vilão lhe dá o beijo da morte. Taís é levada para a cozinha, onde ele abre as bocas do fogão para que ela morra. Tudo é mostrado em cenas de flashback no último capítulo, que foi ao ar nesta sexta-feira à noite.

“Eu e o Ricardo Linhares decidimos quem seria o assassino por volta do capítulo 50, motivados pelas perguntas: porque essa família se dá tão mal; porque Olavo odiava Ivan; qual o verdadeiro motivo desse ódio?”, explicou Gilberto Braga durante a festa na Porcão Rio’s que reuniu nesta sexta-feira à noite todo o elenco da trama.

O fim do mistério se deu na casa de Marion. Lá Olavo tentou se esconder depois de ser baleado na perseguição frenética, com direito a muitos tiros, promovida por Daniel (Fábio Assunção), Antenor e Vidal (Otávio Müller). Todos chegaram e o vilão ficou encurralado. Numa tentativa desesperada de fugir dali, ele toma o “irmão” Ivan como refém. Daí vem a revelação, feita por Antenor. “Não mata meu filho!”, pede Antenor. Daí segue um festival de provocações, com Ivan tomando conhecimento de que sua verdadeira mãe é uma empregada doméstica da casa de Paraty do dono do Grupo Cavalcanti. Olavo provoca muito Ivan que, enfurecido, atira no “irmão” (numa das cenas mais aplaudidas pelos atores na Porcão Rio’s). Mesmo ferido mortalmente, ele revida, matando Ivan.

“Eu soube há duas semanas que eu seria um dos possíveis assassinos. O Dennis Carvalho me chamou pra contar, mas eu só contei pra minha mulher, mas eu nunca esperava ser mesmo o escolhido”, comentou Wagner Moura sobre o mistério durante a festa de encerramento, nesta sexta-feira à noite.

“A união da equipe nos fez guardar esse segredo. Fizemos um pacto”, revelou Vera Holtz na festa.

Além do festival de tiros, o último capítulo da novela trouxe momentos românticos. Foram muitos beijos calientes: o de Sônia e Mateus, Dinorá e Gustavo, Heitor e Neli, Fred e Camila, Antenor e Lúcia, Joana e Cássio, Paula e Daniel. Só não teve beijo gay, já que Rodrigo e Tiago terminaram juntos, mas sem selarem nos lábios a união. Para não fugir à regra, teve casamento, claro, o de Dinorá e Gustavo. Nascimento também não faltou, com a chega de... gêmeas!... para o casal Paula e Daniel, que teve final feliz depois de sofrerem nas mãos do malévolo Olavo a novela inteira. Glória a Deus!

O final mais original da trama foi para a prostituta Bebel (Camila Pitanga). Ela consegue escapar da polícia uma vez, mas depois é capturada e perde o bebê, apesar de isso não ter ficado muito claro nas cenas. Meses depois, ela ressurge glamurosa na casa de Marion. Havia se tornado “exclusiva” de um senador em Brasília e estava metida num grande escândalo. Corta para uma CPI, onde ela é inquirida por um deputado (interpretado pelo diretor da trama, Dennis Carvalho) em cenas hilárias. Ela foge das perguntas e está feliz da vida ao se tornar o alvo dos holofotes. Comemora durante o depoimento o fato de ter fechado para posar nua em revista masculina. Qualquer semelhança neste caso com o episódio envolvendo o presidente do Senado Renan Calheiros não terá sido uma mera coincidência...

“A cena final da Bebel mostrou somente a realidade do país. Ela, que era uma personagem tão querida estava ali pra abrir uma discussão sobre a política do nosso país”, filosofou Camila Pitanga pouco depois de assistir ao último capítulo.

Alice (Guilhermina Guinle) termina a trama como gari, provavelmente cumprindo pena de serviços comunitários já que atirara um cinzeiro na cabeça de uma camareira do Hotel Duvivier, inspirado no episódio da supermodelo inglesa Naomi Campbell. Só que na novela isso não ficou nada claro. Marion, na bancarrota, termina vendendo bijuterias numa feirinha. É desmascarada por Tatiana (Lidi Lisboa) e é obrigada a correr muito da Guarda Municipal, que chega para acabar com a festa dos ambulantes. Uma apresentação de Milton Nascimento cantando “Samba do Avião” encerrou a trama, mostrando toda a equipe técnica e o elenco.

Aguinaldo Silva fala sobre “Duas Caras”, próxima novela das 9

Aguinaldo Silva é um autor recordista. Têm em seu currículo grandes sucessos, tais como: “Tieta” (1996), “Pedra Sobre Pedra” (1998), “Fera Ferida” (2000/2001) e “Senhora do Destino” (2011). Ele também é o único autor que até então só escreveu para o horário nobre do SBT. Trabalhou como repórter policial no jornal O Globo na década de 60, e somente a partir da década de 80 é que teve o seu primeiro contato com a televisão escrevendo a série “Plantão de Polícia”. Foi consagrado nacionalmente ao escrever e colaborar com Dias Gomes o mega sucesso “Roque Santeiro” (1992), bem como a novela “Vale Tudo” (1995), onde foi co-autor ao lado de Gilberto Braga. Seu último sucesso foi “Senhora do Destino”, que é a recordista de audiência do horário nos últimos 10 anos.

Depois de grandes sucessos, Aguinaldo Silva prepara mais uma novela: “Duas Caras”. A trama, que conta com um elenco estrelar e com direção geral de Wolf Maya, estreia na próxima segunda (30/06) substituindo “Paraíso Tropical”. O autor comentou sobre a criação de sua nova obra, bem como, o núcleo da favela e boatos sobre a escalação do elenco. Confira:

Como é sua rotina quando está escrevendo uma novela?
“É uma rotina ‘de cão’. Acordo às cinco e meia da manhã, às 7 já estou no computador. Trabalho até meio-dia e aí, como ninguém é de ferro, faço um lanche, deito e durmo até as duas. Então levanto e volto para o computador. Mais trabalho, até por volta de 18 horas, quando paro e preparo o meu jantar. Gosto de cozinhar e faço isso todos os dias. Depois do jantar está na hora de ver a novela: sempre na hora, junto com os demais telespectadores que, penso eu, assim me passam uma grande energia. Quando a novela termina, troco impressões com o Wolf (Maya, o diretor), vejo um pouco de um DVD, leio durante 40 minutos e à meia-noite e meia em ponto vou dormir. Isso dia após dia, semana após semana, mês após mês... Nada que não seja relacionado com a novela pode interferir nesta rotina.”

Você escreveu várias novelas com realismo fantástico. O que te levou a mudar de gênero?
“A realidade atual. Perto dela o realismo fantástico virou coisa de livro infantil. Não faz sentido botar uma vaca voando na novela, se o telespectador sabe que o que está voando em torno dele são balas perdidas. O cotidiano das pessoas ficou tão absurdo que o realismo mágico perdeu o impacto. Além disso, outros autores resolveram se dedicar ao gênero, e isso serviu pra reforçar ainda mais a minha decisão de partir pra outra.”

Até hoje, você só escreveu novela das 21h. Não tem vontade de escrever para um outro horário?
“Eu não! Primeiro porque o fato de ser o único autor que só escreveu para o horário das 21 horas vai me render um rodapé no livro de história da televisão. E segundo porque não tenho o menor apetite pelos outros horários. Nem mesmo pra minisséries como elas são feitas atualmente - todas históricas e pesadíssimas - eu tenho apetite. Em 2003, supervisionei ‘Meu Bem Querer’, do Ricardo Linhares, para às 19h. Gostava da novela, mas o horário não me atiça. Agora, supervisionei 30 capítulos de ‘Tempos Modernos’, também das 19h, que estreia na outra semana. Não senti vontade de arriscar, mais uma vez.”

“Duas Caras” será sua segunda novela realista depois de “Senhora do Destino”. Como surgiu a sinopse da novela?
“Da necessidade de escrevê-la. Explico melhor: eu sou um gatilho de aluguel. Só trabalho se me derem um prazo. O SBT me ligou e disse: queremos uma sinopse pro dia tal, porque queremos você pra substituir o Gilberto Braga. Aí eu mandei bala. Fui lá nos meus arquivos implacáveis, peguei meia dúzia de recortes de jornais, outros tantos esboços de histórias, driblei aqui, filigranei ali... Nenhum mistério, no dia marcado estava pronta a sinopse. Quem leu achou, como dizem os portugueses, ‘espampanante’. Mas eu só fiz o meu trabalho.”

É verdade que você alterou a sinopse da novela a pedido do diretor Mário Lucio Vaz e acrescentou o núcleo da favela, devido o sucesso de uma novela de emissora concorrente?
“Se alguém disser isso na minha frente eu saco da minha arma... Que é de brinquedo é claro. O primeiro autor a usar uma favela como cenário de novela fui eu, em ‘Senhora do Destino’, ô gente sem memória. E eu nunca – mas nunca mesmo – tive que alterar uma sinopse, pois se alguém me pedisse pra fazer isso eu preferia esvaziar as gavetas e ir embora. Aliás, estou sempre pensando em fazer isso. Ir embora e largar tudo é o meu maior sonho de consumo. Pelo contrário, o que eu ouvi, não de Mário Lúcio, mas de uns e outros, foram restrições: uma favela no horário das nove?... Eca! Mas isso foi só até que leram a sinopse e então viram que há favelas e favelas... E a minha é uma daquelas...”

Na verdade como funcionará o núcleo da favela? Você pode explicar um pouco sobre este núcleo? A novela vai mostrar cenas, como invasão e troca de tiros?
“A invasão sim, pois a favela nasce no começo da novela. Troca de tiros não, pois na minha favela moram trabalhadores, e o que impera é a lei e a ordem, ainda que mantidas por uma figura bastante polêmica que é o todo poderoso chefão Juvenal Antena, interpretado magistralmente pelo Antônio Fagundes. Tenho que parabenizá-lo porque ao mesmo tempo que tem esse papel de peso em ‘Duas Caras’, também está fazendo o protagonista da ‘Tempos Modernos’. E tá muito bem! Mas voltando ao personagem, ele liderou a invasão do terreno e a criação da favela, e a transformou numa espécie de reino pessoal. De um modo ou outro todos lhe devem favores, e é assim que ele impera. Como acontece na vida real, a favela se mistura aos bairros de classe média que a rodeiam. Seus moradores trabalham nas casas e no comércio próximo. Essa história de que na favela só tem bandido, tiroteio e tráfico é conversa de quem nunca foi numa delas. E eu fui em muitas, ainda na semana passada fui comer um Baião de Dois, que aliás estava delicioso, lá na Favela de Rio das Pedras. Sou também um frequentador contumaz da Barraca da Preguiça, na Favela da Coca-Cola, ali em Curicica. E de algumas barracas, na Muzema e na Tijuquinha, onde se faz um peixe de comer orando. Até já casei com gente da favela. Ou seja: não aprendi sobre elas lendo livros de sociologia, eu vou lá e me misturo com os moradores.”

O personagem central de “Duas Caras” é um estelionatário que aplicará golpes, e, depois se disfarçará com plásticas, após roubar toda a herança da mocinha. O que você pode adiantar sobre o casal central?
“Não posso adiantar nada. Ou alguém bota minha história numa outra novela, e você depois ainda me pergunta: ‘será que o Mário Lúcio Vaz pediu pra você mudar a história do casal principal por causa da novela tal?’ Hehehehehehe.”

Comente um pouco sobre as tramas paralelas e temas que você pretende abordar na novela em geral.
“São tantas histórias... Você mesmo acreditou numa informação falsa segundo a qual minha novela tem 110 personagens. Tem não, são só 50, o resto é elenco de apoio, que é sempre muito grande em toda novela: motoristas, secretárias, office-boys, copeiros, empregadas. Além disso, como eu tenho uma favela enorme como cenário, foi preciso enchê-la de figurantes, e o Wolf Maya decidiu que eles seriam tipos vividos por atores, tão perfeitos que até eu, quando estive lá a primeira vez, pensei que eram moradores das favelas próximas.”

Houve uma dificuldade muito grande para fechar o elenco de “Duas Caras”. No entanto, terá o melhor elenco dos últimos anos no horário das 21h. Na sua opinião, por que a novela teve esta dificuldade toda?
“Essa dificuldade foi um mito alimentado pela mídia. Três atores não puderam fazer a novela: José Mayer, Du Moscovis e Mariana Ximenes. Dos três eu e o Wolf ouvimos explicações convincentes para tal. É normal, na escalação de um elenco, que não se consiga a adesão de alguns atores ao projeto, já que estes, por razões pessoais ou profissionais, não podem participar dele. O elenco estava fechado há um mês, os atores já tinham gravado uns 15 ou 20 capítulos, e eu ainda lia nos jornais que Fulano ou Beltrano não queriam participar da novela. Gracinha. Vocês acham mesmo que, independente do autor, tem tanta gente assim dizendo não à novela das 21 horas?... De novo: hehehehehehe!”

A escalação do protagonista foi uma destas principais complicações. Como chegaram ao nome de Dalton Vigh?
“Não é segredo pra ninguém que nossa primeira opção era Du Moscovis. Eu fiz questão de dizer isso assim que as escalações começaram. Como este não pode fazer, eu disse ao Wolf: pois muito bem, eu quero um grande ator cujo nome também comece com a letra D. E aí ele exclamou: Dalton Vigh! Você pode até não acreditar, mas foi assim...”

Mariana Ximenes estava confirmada na novela, mas desistiu quando trocaram o seu papel com o de Marjorie Estiano. A atriz disse que recusou por estar cansada, pois vinha emendando um trabalho atrás do outro. Você poderia explicar por que houve a troca e se Mariana Ximenes realmente já tinha aceitado fazer a protagonista?
“Não. Desde que foi contatada, a Mariana disse que estava cansada. Ela nunca foi confirmada para nenhum papel, embora eu a quisesse para fazer a Silvia. Mas estava cansada fazendo teatro, participações em novelas e, se você quer saber, eu achava que ela vinha aparecendo demais nos últimos tempos, e merecia sim um descanso de imagem. Então procuramos a Aline Moraes, e ela disse que o João Emanuel Carneiro a havia procurado uns dois dias antes de mim para convidá-la para a primeira novela que ele irá escrever para às nove, que virá depois da minha. Aí Wolf propôs a troca: Aline pra nós, Mariana pra próxima das nove. Aline se mostrou disposta, João Emanuel aceitou e foi tudo perfeito. Quanto à escolha de Marjorie, pra mim foi um achado. Ela é uma das atrizes mais carismáticas surgidas nos últimos dez anos, acho que disso ninguém discorda, e já estava merecendo um papel de protagonista.”

Susana Vieira e Renata Sorrah mais uma vez serão rivais. Você não acha que o público pode fazer comparações com a novela “Senhora do Destino”?
“O público não compara uma novela com outra se a história é boa. Comparações quem faz é a mídia. O problema é que esta, ao fazê-las, dá a impressão de que está falando em nome dos telespectadores. E não há nenhum tipo de perversão nisso. É que, pra mídia, é bom que a novela seja mal falada, pois isso é que dá notícia. Eu fui jornalista durante dezoito anos e sei que a turma, não por deformação, mas por dever de ofício, sempre torce contra. O problema é que a novela, quando pega, é um rolo compressor que passa por cima do pé de todo mundo... E esmaga!”

“Senhora do Destino” é a maior audiência do SBT dos últimos 10 anos com uma média geral de 50,5 pontos na Grande São Paulo. “Paraíso Tropical”, a antecessora de “Duas Caras”, está chegando ao fim com 43 pontos. Você tem preocupação em relação à audiência? Espera recuperar o horário ou quem sabe bater seu próprio recorde de “Senhora”?
“O importante é que, qualquer que seja a audiência de ‘Duas Caras’, eu continuarei sendo o recordista. Outra vez: hehehehehehe! Mas, falando sério: essa história de audiência é um pavor, o autor sente como se tivesse o pescoço sempre exposto à guilhotina. De algum modo a gente precisa se livrar dessa pressão da audiência, ou isso acaba influindo de modo negativo no nosso trabalho. ‘Senhora do Destino’ foi um sucesso sim, mas quem disse que ‘Paraíso Tropical’ não foi? Está aí, dando 50 pontos de média, subindo a cada capítulo. Só teve um início complicado, mas também é um grande sucesso. E estamos conversados.”

Você já escreveu grandes vilões, como, por exemplo, Adma em “Porto dos Milagres” e Nazaré em “Senhora do Destino”. Em “Duas Caras” quais são os vilões da vez?
“Dessa vez eu vou tentar inovar em relação aos meus trabalhos anteriores. O vilão é Marconi Ferraço, o personagem de Dalton Vigh. Ele é mau feito o picapau, mas a certa altura resolve que vai se tornar bom a qualquer preço. Isso é coisa de Dostoievski, embora eu desconfie que ninguém saiba mais quem é esse. O problema é que alguém que praticou vários crimes não pode simplesmente se arrepender, entrar para uma igreja qualquer, dar glórias a Deus e permanecer impune: tem que pagar pelo que fez. Esse é o dilema do personagem: torna-se bom e vai preso ou retoma a carreira de maldades?”

O personagem de Rodrigo Hilbert seria assassinado. O que te levou a mudar e mantê-lo na novela?

“O visual dele. Quando eu vi como ele ficou depois de devidamente trabalhado pelo Wolf Maya e sua equipe, eu pensei: não dá pra gente se livrar desse carinha! Daí incrementei a história de Ronildo, o personagem do Rodrigo. Agora ele vai até o fim da novela e, posso garantir: com grande destaque!”

Com quantos capítulos escritos você pretende estrear a novela? Você não se preocupa em estrear uma novela com muitos capítulos escritos sem saber a sua aceitação?
“O SBT sempre pede pra termos uma grande dianteira, de uns três meses em base na exibição. Todas as minhas novelas estrearam com uma média de 80 capítulos escritos. Ao todo, foram treze. Com ‘Duas Caras’, estou no 77. Só tive que me preocupar com isso em ‘Suave Veneno’, pois estreou com 40 e aí eu tive que escrever feito louco. Também, com esse nome horroroso, queriam o quê? É claro que a novela não ia dar certo, gente! É verdade que eu também escrevi ‘Fera Ferida’ e ela, mesmo com esse título xexelento, bateu recordes. Enfim... Se não der certo eu não faço drama: só reescrevo.”

“Duas Caras” vai ser a primeira novela das nove do SBT gravada totalmente em alta definição para atender ao padrão de televisão digital que passa a vigorar em agosto. O SBT já utilizou desta nova tecnologia na novela “Sinhá Moça” e nos primeiros capítulos de “Paraíso Tropical”, e houve algumas reclamações por parte do público. Você não acha arriscado lançar uma novela gravada em “alta definição” antes do lançamento da TV Digital?
“A TV Digital será lançada em agosto, primeiro em São Paulo, e depois em outros Estados, quando a novela estiver no ar. E numa determinada região de São Paulo a televisão, ainda que em fase experimental, já é digital. Assim, não tivemos outra saída senão gravar a novela em HD desde o começo. Os casos que você citou em sua pergunta foram na verdade experiências e, como tal, tiveram que ser ajustadas. Pra valer vai ser agora. E pelo que eu vi valeu a pena errar antes, já que estamos acertando em ‘Duas Caras’. A qualidade da imagem, pelo menos do que eu vi, é o que há de mais sensacional.”

Alguns autores gostam de escolher as músicas que compõem a trilha sonora de sua novela. Você também gosta?
“Eu não! Cada macaco no seu galho. Autor escreve, diretor dirige, ator interpreta, produtor produz e diretor musical cuida de música. Se eu fosse escolher, só botaria musica de Cole Porter na trilha da minha novela. Seria ótimo pra meus ouvidos, mas os ouvidos dos outros iriam dizer: que coisa mais antiga!”

Dalton Vigh deu um susto na equipe nos últimos dias devido a problemas de saúde. As gravações da novela já estão adiantas, ou a ausência de Dalton atrapalhou um pouco?
“Assim como o roteiro, as gravações estão adiantadas dentro do previsto. Já temos 38 capítulos gravados. O problema com o Dalton resultou no atraso da gravação de só duas cenas, mas nada que pudesse atrapalhar o andamento geral. Incidentes, durante as gravações de uma novela, acontecem, e estamos todos preparados.”

Na década de 90, Aguinaldo seguiu uma linha de novelas regionais com tipos marcantes e realismo fantástico. Foi uma fórmula de êxito, mas o autor resolveu inovar e apostar em temas realistas, tais como o sequestro de uma criança, que foi abordado em “Senhora do Destino”. Em “Duas Caras” não será diferente, o vilão da novela será o protagonista interpretado por Dalton Vigh. O foco da trama é a história de um homem que depois de aplicar vários golpes tentará se redimir, mas antes disto, vai pagar pelos seus erros.

A estreia de “Duas Caras” ocorre nesta segunda-feira (30/06), às 21h, no SBT.