domingo, 2 de julho de 2017

MEU PEDACINHO DE CHÃO (2017)


Meu Pedacinho de Chão” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Uma novela de Benedito Ruy Barbosa.
Colaboração de Edilene Barbosa e Marcos Barbosa De Bernardo.
Direção de Henrique Sauer e Pedro Freire.
Direção-geral de Luiz Fernando Carvalho e Carlos Araújo.
Núcleo de Luiz Fernando Carvalho.

Exibida no horário das 18 horas entre 3 de julho e 20 de outubro de 2017, em 95 capítulos, substituindo “Joia Rara” e sendo substituída por “Boogie Oogie”. Foi a 83ª “novela das seis” exibida pela emissora.

Contou com as participações de Juliana Paes, Osmar Prado, Rodrigo Lombardi, Bruna Linzmeyer, Irandhir Santos, Johnny Massaro, Antônio Fagundes e Emiliano Queiroz nos papeis principais.

TRAMA PRINCIPAL

Meu Pedacinho de Chão” não é um remake, apesar de ter o mesmo nome da novela que estreou o horário das 18h do SBT, em 1977. A trama, escrita por Benedito Ruy Barbosa, tem ares de conto de fadas.

A história é baseada nas desavenças entre Epaminondas Napoleão (Osmar Prado), conhecido como coronel Epa, um homem avesso ao progresso, e Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi), adepto da modernidade. O latifundiário da Vila de Santa Fé não se conforma com o rival Pedro, que doou parte de suas terras para a construção da venda de seu Giácomo (Antonio Fagundes) e da capela de Padre Santo (Emiliano Queiroz).

Coronel Epa também não perdoa Pedro Falcão por motivos eleitorais. Ele se considera um derrotado por ter perdido as eleições municipais para o Prefeito de Antas (Ricardo Blat), protegido e parceiro político de Pedro.

Epaminondas é viúvo de Sofia com quem teve Ferdinando (Johnny Massaro), que saiu de casa cedo para estudar na capital. Casado pela segunda vez com Maria Catarina (Juliana Paes), coronel Epa tem com ela a pequena Pituca ou Pituquinha (Geytsa Garcia).

O melhor amigo de Pituca é Serelepe (Tomás Sampaio), o narrador do folhetim. Lepe, como é chamado por muitos, é um menino pobre que vive na fazenda do coronel Epa. O garoto não tem pais e o passado dele é desconhecido. A amizade entre os dois é sempre ameaçada pelo latifundiário, que não gosta da relação da filha com o garoto.

Na fazenda de Epaminondas vivem também Mãe Benta (Teuda Bara), parteira e benzedeira, seu filho Zelão (Irandhir Santos), além de Rodapé (Flávio Bauraqui). Também trabalham na Casa Grande a cozinheira Amânica (Dani Ornellas) e sua ajudante Rosinha (Letícia Almeida).

Casado com Tereza (Inês Peixoto), a dona Tê, Pedro Falcão sustenta a família com o cultivo das plantações de suas terras. É pai de Gina (Paula Barbosa), chamada na cidade de mulher-homem por ser braba e descuidada com a aparência. A briga com o coronel Epa é acirrada quando Pedro doa parte de suas terras, que foram compradas de seu desafeto, para a construção da primeira escola da região.

A escola de Santa Fé
Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) é responsável pela construção da primeira escola da Vila Santa Fé e tem o aval de todos da cidade, menos do coronel Epa (Osmar Prado). No mesmo dia em que Ferdinando (Johnny Massaro), filho de Epaminondas Napoleão, retorna ao vilarejo, chega também a professora Juliana (Bruna Linzmeyer), contratada pelo Prefeito das Antas (Ricardo Blat).

Juliana é levada para à casa de Pedro, onde vai morar por alguns dias até a chegada de seus móveis de quarto. Ela é recebida com honras por Teresa (Inês Peixoto), mulher de Pedro, e Gina (Paula Barbosa), filha única do casal.

A construção da escola e a chegada de Juliana aumentam o ódio do coronel Epa por Pedro Falcão. Ele ordena que Zelão (Irandhir Santos), seu capataz, ponha fogo no colégio antes da inauguração. Mas Zelão se apaixona pela professora e não consegue cumprir as ordens do patrão.

A escola é, finalmente, inaugurada. Maria Catarina (Juliana Paes), mulher de Epaminondas, e a professora conseguem convencer Epa a deixar Juliana dar aulas particulares para Pituquinha (Geytsa Garcia) e para as crianças da fazenda.

A volta do herdeiro
Ferdinando (Johnny Massaro) retorna para casa, após concluir a faculdade de agronomia. Seu pai, no entanto, acredita que ele é advogado. Epaminondas (Osmar Prado) deseja que o filho enfrente, como político, o atual Prefeito das Antas (Ricardo Blat) e os aliados dele. Maria Catarina (Juliana Paes), mulher de Epa e madrasta de Ferdinando, é a única pessoa que sabe que o rapaz é engenheiro agrônomo e quer cuidar das terras da família.

O coronel descobre que Nando não se formou em direito e expulsa o filho da Casa Grande. O jovem não encontra trabalho e pede emprego para Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) em troca de abrigo e comida. Os dois fecham acordo e Gina (Paula Barbosa), filha de Pedro, promete ir embora, caso o engenheiro agrônomo vá morar lá. Epa briga com o filho ao saber que ele vai trabalhar nas terras de seu inimigo e o engenheiro corta relações com o pai.

Na casa de Pedro Falcão, Ferdinando tenta conquistar a professora Juliana (Bruna Linzmeyer), mas a moça não quer saber do rapaz. Com o tempo, ele se apaixona por Gina e o coronel pede para o filho voltar a morar na fazenda. Epa e o engenheiro fazem as pazes, mas Pedro Falcão fica magoado e não deixa Nando trabalhar mais nas suas terras.

Serelepe e Pituquinha
Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituquinha (Geytsa Garcia) são grandes amigos. O órfão come e dorme em vários lugares da fazenda do coronel Epa (Osmar Prado), que desaprova a amizade entre os dois. As crianças sempre dão um jeito de driblar Epaminondas.

Preocupado com a liberdade do menino, o comerciante Giácomo (Antonio Fagundes) pede ajuda ao Prefeito das Antas (Ricardo Blat) para internar o garoto em um orfanato, pois acredita que lá ele terá uma vida melhor. Serelepe escuta a conversa e foge.

Coronel Epa também quer o menino no orfanato e Rosinha (Letícia Almeida) o ajuda a capturar Serelepe no quarto de Pituca. Maria Catarina (Juliana Paes) é contra levar Lepe para o orfanato, mas não consegue impedir. O menino foge e Mãe Benta (Teuda Bara) aceita abrigá-lo em sua casa. O latifundiário descobre e expulsa ela e seu filho Zelão (Irandhir Santos), da fazenda.

Zelão anuncia que é capaz de matar Epaminondas se ele não pagar o que lhe deve. Ferdinando procura o pai e avisa que não o deixará prejudicar Zelão e sua mãe. Catarina decide sair de casa para morar na capital com a filha, mas é impedida por Serelepe, que esvazia os pneus do carro para evitar que Pituquinha vá embora. O coronel fica grato com o menino. Resolve pagar o salário atrasado e as férias de Zelão, e avisa ao empregado que não irá mais expulsá-lo com Mãe Benta.

Campanha política
O desejo de Epaminondas Napoleão (Osmar Prado) de ver o filho Ferdinando (Johnny Massaro) na prefeitura das Antas é antigo, mas o rapaz não quer ser político. Nando procura o amigo Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi), afirma que não quer ser candidato e que se arrepende de ter retornado para a casa do pai. Pedro o convida a voltar para sua casa.

Em busca de apoio a candidatura de Ferdinando, coronel Epa deixa a rivalidade de lado e pergunta para Pedro Falcão se ele ficaria a favor do filho. Pedro diz que sim e os dois põe fim as brigas. O pai de Gina (Paula Barbosa) vai até a fazenda tentar convencer Nando, que parece irredutível.

Após uma briga com o pai, que confiscou os títulos de eleitor de seus funcionários e dos empregados de Pedro Falcão, Ferdinando desiste da vida política e desafia o coronel a ser o novo candidato a prefeito. Epaminondas se torna candidato no lugar do filho. Enquanto isso, o Prefeito das Antas (Ricardo Blat) diz a Padre Santo (Emiliano Queiroz) que Epaminondas tem um filho fora do casamento e que usará essa informação para prejudicá-lo na campanha eleitoral.

Giácomo (Antonio Fagundes) conta para Epa que um detetive fez perguntas sobre o envolvimento dele - após a morte de sua primeira esposa – com uma mulher que teria saído da Vila grávida.

Faz de conta
Aos poucos, coronel Epa (Osmar Prado), que desaprovava o namoro entre Gina (Paula Barbosa) e Ferdinando (Johnny Massaro), aceita o casamento do filho, pede perdão pelas desavenças com o engenheiro, deixa Nando cuidar das suas terras, concorda em abrigar Serelepe em sua fazenda e ainda dá uma casa para Zelão (Irandhir Santos), que sobe ao altar com a professora Juliana (Bruna Linzmeyer). Epa se torna um homem bom e os cidadãos passam a apoiar a candidatura dele. Até o próprio Prefeito das Antas (Ricardo Blat).

Apesar de todo apoio, o coronel desiste da vida política para se dedicar a família e as suas terras. Quando tudo parece se resolver, Serelepe (Tomás Sampaio) foge da casa da família Napoleão. O menino é encontrado por Padre Santo (Emiliano Queiroz) na capela e é convencido a voltar para a fazenda do coronel porque Epa deseja adotá-lo.

Para surpresa de Lepe, Epaminondas o registra como seu filho e de Maria Catarina (Juliana Paes). Então, é a vez do garoto surpreender: ele revela que Epa é seu verdadeiro pai e que soube disso quando era pequeno, ainda no orfanato. Lepe conta ainda que foi parar na Vila de Santa Fé para conhecer o coronel de perto. Mas, o jeito autoritário do coronel o intimidava. Todos comemoram a novidade.

A trama termina com Serelepe nos dias de hoje, em um quarto de classe média de alguma cidade grande, brincando com os personagens da novela. A história se revela um faz de conta.

TRAMAS PARALELAS

Professora Juliana e seus admiradores
A professora de cachinhos cor-de-rosa e sorridente mexe com os rapazes da Vila de Santa Fé. Ferdinando (Johnny Massaro) é um deles. Filho do Coronel Epa (Osmar Prado), o engenheiro agrônomo tenta se aproximar dela, mas não conquista o coração da moça. Amigo de Nando, doutor Renato (Bruno Fagundes) também se encanta por Juliana.

Depois de ficar hospedado na Casa Grande, o médico constrói um posto de saúde em um terreno cedido por Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi). Ele conquista o coração da professora. Os dois namoram, mas ela rompe o relacionamento após uma crise de ciúmes dele por causa da aproximação entre a namorada e Zelão (Irandhir Santos). No fim da trama, ele deixa o vilarejo ao lado do pai Cirilo (Ney Latorraca) para ter seu consultório na capital.

Zelão também se apaixona pela professora. O capataz dita para Rodapé (Flávio Bauraqui), que se diz doutor em letras, cartas que são verdadeiros poemas. Mas o empregado da fazenda, assim como Zelão, não sabe ler nem escrever. Com o tempo, Juliana percebe o homem de coração bom que existe por trás da aparência e descobre que está apaixonada por ele. Os dois se casam.

O boa praça Giácomo
Descendente de italianos, Giácomo (Antonio Fagundes) é amigo de todos do vilarejo. Dono de uma venda, o viúvo vive com a filha Milita (Cintia Dicker) e é amigo de Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi), de quem ganhou a terra para construir o armazém. O comerciante não aprova o namoro entre a Milita e Viramundo (Gabriel Sater), um violeiro de muito talento, mas, aparentemente, sem futuro. Mesmo a contragosto do pai, os dois se casam e saem da Vila de Santa Fé.

Sozinho, Giácomo aceita os serviços domésticos de Rosinha (Letícia Almeida) e eles se apaixonam. O casal faz um casamento relâmpago e tem Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituquinha (Geytsa Garcia) como padrinhos.

AUDIÊNCIA

Meu Pedacinho de Chão” fechou com média geral de 17.8 pontos, considerada o maior fracasso de todos os tempos na faixa das 18h. O folhetim estreou em baixa, com média de 19 pontos, e viu seus índices caírem mais no decorrer das semanas seguintes. O maior desempenho da novela foi de 24 pontos, alcançado em 28 de setembro, com o capítulo 76.

PRODUÇÃO

Em outubro de 2016, Benedito Ruy Barbosa entregou ao SBT o argumento principal de sua próxima novela, sete anos após seu último contato com roteiros – seu último trabalho havia sido “Esperança” (2009), novela que não concluiu por conta de problemas de saúde. No dia 21 de novembro, o autor foi convocado e anunciado como responsável pela trama substituta de “Joia Rara” (de Duca Rachid e Thelma Guedes) no horário das 18h. Junto com a confirmação, Barbosa revelou que gostaria de escrever uma novela com duração reduzida, de até 100 capítulos.

No dia 9 de fevereiro de 2017, o autor anunciou que a sua nova trama seria um remake de “Meu Pedacinho de Chão”, novela de sua autoria exibida originalmente em 1977 – o primeiro folhetim levado ao ar na faixa das 18h. No dia 19 do mesmo mês, a sinopse foi entregue e aprovada pela direção de dramaturgia da emissora. No dia 25, Luiz Fernando Carvalho foi anunciado como diretor de núcleo da trama, com Carlos Araujo como diretor-geral, além dos outros diretos e colaboradores.

Os capítulos de “Meu Pedacinho de Chão” começaram a ser escritos por Benedito Ruy Barbosa no dia 9 de março. Os primeiros nomes confirmados no elenco (Antonio Fagundes e Emiliano Queiroz) foram anunciados pelo autor no dia 14.

No dia 16, o elenco da trama começou a ser oficialmente escalado. Bruna Linzmeyer, Irandhir Santos, Johnny Massaro e Osmar Prado foram confirmados como intérpretes de parte dos personagens principais no dia 20.

No dia 27 de abril, foi anunciado o elenco completo do folhetim. As gravações tiveram início no dia 8 de maio.

Em 18 de agosto, Benedito Ruy Barbosa comunicou que o texto da novela estava concluído, frisando que estava “muito contente” com os resultados alcançados até então. A duração da trama também foi confirmada no dia: 95 capítulos.

As gravações de “Meu Pedacinho de Chão” foram oficialmente finalizadas na noite do dia 22 de setembro de 2017, um mês antes da exibição do último capítulo.

CURIOSIDADES

• O galo Bené despertava todas as manhãs o vilarejo onde se passava “Meu Pedacinho de Chão”. É um galo dos ventos que, do alto de um telhado, via tudo o que se passava na Vila de Santa Fé. Idealizado pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para homenagear o autor Benedito Ruy Barbosa, o galo Bené era uma espécie de rubrica do autor.

Bené era uma animação em stop motion, técnica que usa a disposição sequencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto inanimado para simular o seu movimento. Cada 18 segundos de cena, por exemplo, correspondem a mais de 400 movimentos, o que consome, em média, três dias de trabalho.

• Além das intervenções de Bené na novela, o público também podia interagir com o galo através de um aplicativo gratuito exclusivo para celulares. O usuário contava com um despertador animado que permitia criar alertas customizados.

Benedito Ruy Barbosa não fez um remake de sua novela homônima que estreou em 1977 no SBT. “Essa novela não tem nada da outra, só os nomes dos personagens e das localidades. Foi uma oportunidade de dizer as coisas que a censura não deixava. E pude começar a falar de política, de saúde, de educação”, disse ele, que contou com a colaboração da filha, Edilene Barbosa, e do neto, Marcos Barbosa, para escrever a trama.

• A novela ainda contou com a participação de outra neta de Benedito: Paula Barbosa. A atriz interpretou Gina. Ela não podia se depilar para viver a personagem que era chamada de mulher-macho no folhetim. Bruna Linzmeyer também precisou adotar um visual diferente. A atriz pintou os cabelos de rosa para interpretar a professorinha Juliana. Além de ter mudado a cor, todos os dias ela fazia baby-liss para ficar com os cachinhos de boneca.

• A novela ainda contou com alguns atores estreantes e outros tarimbados. Foi o caso de Gabriel Sater, filho do músico Almir Sater, que fez o violeiro Viramundo, e de Stênio Garcia que interpretou o delegado. Pela primeira vez na TV, Bruno Fagundes dividiu a cena com o pai Antonio Fagundes.

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