domingo, 7 de janeiro de 2018

O ASTRO (2018)


O Astro” é uma mininovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Novela de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro.
Baseada na obra de Janete Clair.
Colaboração: Tarcísio Lara Puiati e Vitor de Oliveira.
Direção: Fred Mayrink, Allan Fiterman e Noa Bressane.
Direção-geral: Mauro Mendonça Filho.
Direção artística: Roberto Talma.

Exibida no horário das 22 horas entre 8 de janeiro e 6 de abril de 2018, em 65 capítulos. Foi a 35ª “novela das dez” levada ao ar na faixa.

Contou com Rodrigo Lombardi, Carolina Ferraz, Thiago Fragoso, Alinne Moraes, Humberto Martins, Henri Castelli, Juliana Paes, Regina Duarte, Daniel Filho e Marco Ricca nos papeis principais.

TRAMA PRINCIPAL

O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu em sua coluna no Jornal do Brasil, em 1985: “Agora que ‘O Astro’ acabou, vamos cuidar da vida.” O escritor se referia a uma das mais bem-sucedidas telenovelas do SBT, escrita por uma mestra do gênero: Janete Clair.

Assim como na trama original, um ilusionista conquista fortuna e amores por meio de seus truques de mágica. Mas também é perseguido pelos inimigos que faz.

Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) deixa a fictícia Bom Jesus do Rio Claro humilhado, para cumprir oito anos de prisão, após ser vítima de um golpe armado por um falso amigo, Neco (Humberto Martins). Mas é no período de detenção que Herculano aprende o necessário para mudar o rumo de sua vida. Graças a Ferragus (Francisco Cuoco), torna-se expert em ilusionismo e desenvolve o dom da vidência. Ao ser solto, apresenta-se como a grande atração de uma casa de espetáculos no Centro do Rio de Janeiro. E é nessa cidade que conhece dois personagens que transformam sua vida – Amanda Mello Assunção (Carolina Ferraz), sua grande paixão, e Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), um grande amigo – e reencontra Neco, seu maior desafeto. Nessa trajetória, Herculano continua sendo assessorado por Ferragus, que conversa com o ilusionista ora em pensamento ora se materializando como um alter ego. E, assim, eles se mantêm próximos ao longo de toda a história.

A trama contemporânea se inicia em 2002, em plena Copa do Mundo, na pequena cidade de Bom Jesus do Rio Claro, quando Herculano era dono de uma loja de miudezas. Para tentar alcançar suas ambições financeiras, Herculano arma um plano. Valendo-se da confiança que frei Laurindo (Sérgio Mamberti) deposita nele, sugere-lhe a arrecadação de donativos para a reforma da Igreja Matriz. Mas, no fundo, tem a intenção de superfaturar a obra e fugir com todo o dinheiro. Os moradores colaboram, e ele consegue uma quantia substancial para os “reparos”.

O golpista só não imaginava ser traído por Neco, seu parceiro. No dia da fuga dos cúmplices, Neco se adianta e foge com todo o dinheiro. Herculano é perseguido pelos moradores da cidade, ávidos por vingança. Ele, sem saída, entrega-se à polícia, sendo preso e condenado. Na cidade, deixa sua mulher, Doralice (Marcella Muniz), e o filho, Alan (Bernardo Marinho).

Ao chegar à prisão, conhece Ferragus, detido há 15 anos. O prisioneiro é um ilusionista, exaltado pelos companheiros por seus poderes e, por isso, cheio de regalias. Herculano embarca em suas histórias e aprende seus truques. No dia em que está deixando a prisão, já em 2010, durante a Copa do Mundo, Herculano ganha de Ferragus uma ametista, a pedra da sorte de seu mestre.

Já em liberdade, Herculano começa a fazer fama no palco da casa de shows Kosmos, em um sobrado na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro. Ele se apresenta como o Professor Astro, a principal atração do estabelecimento. Na cabeça, um turbante e, no centro do adereço, a ametista. Como ajudante do show de ilusionismo e telepatia, ele conta com Valéria (Ellen Roche).

Durante um de seus espetáculos, o olhar do Astro se cruza com o da arquiteta Amanda, herdeira da Construtora Mello Assunção, a ponto de falir. Amanda, muito cética, assiste ao show com ar de indiferença até que Herculano se aproxima dela e lhe conta coisas muito pessoais. Ele lhe diz, por exemplo, que há alguma pessoa dilapidando o patrimônio de sua família. Ela até finge não entender a colocação, mas lembra-se do pai, Adolfo Mello Assunção (Reginaldo Faria), cujas dívidas no pôquer prejudicam a empresa. Como se não bastasse, Herculano pergunta a Amanda sobre o colar que ela pretendia usar naquela noite. A herança de sua mãe foi vendida pelo pai, sem o consentimento de Amanda, para pagar dívidas de jogo.

A empresária deixa a casa de shows, acompanhada de sua amiga Beatriz (Guilhermina Guinle), diretora financeira do Grupo Hayalla, mexida com as observações de Herculano, em um misto de curiosidade e encanto.

No decorrer da trama, Herculano e Amanda se aproximam e se descobrem apaixonados. Mas muitos são os percalços que precisam vencer para ficarem juntos: desde as investidas do empresário Samir Hayalla (Marco Ricca), que tenta conquistar Amanda com o objetivo escuso de dominar a Mello Assunção, até a revelação do passado de Herculano. Amanda se choca ao descobrir que o amado fugiu de Bom Jesus do Rio Claro abandonando mulher e filho.

A família Hayalla
Ainda em primeiro plano na trama, a novela apresenta a família Hayalla, dona de uma rede de supermercados. No começo da história, em comemoração aos 30 anos do Grupo Hayalla, Salomão (Daniel Filho), o patriarca da família, inaugura mais um supermercado no Rio de Janeiro, com direito à presença de autoridades, celebridades e imprensa. No palanque montado para a inauguração, Salomão aguarda que seu filho, Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), aproxime-se dos familiares – da mãe Clô (Regina Duarte) e dos tios Samir, Youssef (José Rubens Chachá) e Amin (Tato Gabus) – e prestigie a celebração. Mas o rapaz faz o oposto: distribui dinheiro a mendigos e os deixa entrar no supermercado, bem no meio do evento. O público, então, invade o estabelecimento e leva todos os produtos que consegue pagar com o dinheiro recebido. É uma correria enorme, e Salomão deixa o local indignado com o comportamento do filho.

A reação de Márcio é resultado da relação conflituosa entre ele e o pai, um imigrante libanês que fez fortuna graças ao seu trabalho. Mesmo tendo se tornado muito rico, Salomão continuou trabalhando arduamente e valoriza excessivamente o dinheiro. Márcio, por sua vez, quer viver como um missionário, longe das seduções do mundo material. Ele abomina a hipocrisia e o culto ao dinheiro que reina em sua casa e em sua família. Esses embates frequentes acabam levando a uma ruptura entre os dois, apesar do esforço de Clô em contemporizar a situação.

Mas Márcio ultrapassa os limites. Em uma noite de festa na casa dos Hayallas, o jovem desce as escadarias da mansão tirando a roupa, uma demonstração de seu desapego das coisas materiais – uma referência a São Francisco de Assis. No dia seguinte, o rapaz é internado em uma clínica psiquiátrica, para desespero da mãe.

Vingança
O reencontro entre Neco e Quintanilha não tarda a acontecer. Eles se reveem no dia da festa de aniversário de Lili (Alinne Moraes), namorada de Natal (Antonio Calloni), dono da casa de shows onde Herculano se apresenta. Durante sua exibição, Quintanilha surpreende os presentes com suas adivinhações e logo “capta” a presença de um traidor e ladrão entre os presentes na casa. Trata-se de Neco. Para impedir Herculano de revelar a todos sua participação no roubo em Bom Jesus do Rio Claro, Neco lhe dá um apartamento, mas não deixa de vigiá-lo.

É também o acaso que proporciona o encontro entre Márcio e Herculano. O rapaz foge da clínica psiquiátrica – contando com a ajuda de sua amiga de infância, Jose (Fernanda Rodrigues) – e passa a vagar pelas ruas do Rio, tocando seu trompete. Dias depois, não tem dinheiro para comer nada e passa fome. Herculano se compadece da situação do jovem e manda trazer comida para ele, ainda sem saber que o rapaz é filho do poderoso Salomão. Herculano acolhe Márcio em sua casa, na Penha, na Zona Norte, e, através da sua amizade com o herdeiro, aproxima-se da família Hayalla. Pela proximidade com Herculano, Márcio também sofre com as maldades de Neco. O vilão incendeia o apartamento do vidente, tentando se livrar dele, e quase mata os dois.

Crimes e traições
A trama ganha um viés policial com o assassinato de Salomão Hayalla durante uma festa em sua mansão. A investigação toma conta da história, liderada pelos detetives Elizabeth, Eustáquio (Daniel Dantas) e Madureira (Ricardo Duque). Há vários suspeitos, todos com motivos para matar o empresário. Neco é o primeiro a ser preso, mas novas pistas surgem, e ele é inocentado.

Após a morte de Salomão, Márcio começa a ter visões do pai. O falecido tenta ajudá-lo a tomar as melhores decisões na empresa e a se livrar dos inimigos. O herdeiro parece criar um vínculo forte com Salomão: assim como o empresário fazia, tem acessos de raiva e esbraveja com as pessoas quando é contrariado. Clô e Lili, sua namorada, sofrem com esse novo lado de Márcio.

De acordo com o testamento de Salomão, o jovem fica com 49% das ações do Grupo Hayalla; 2%, com Clô; e os outros 49%, com os irmãos Samir, Youssef e Amin. Samir dava como certo ser eleito presidente do Grupo Hayallla, mas se surpreende. Márcio fica com o cargo, e Herculano é nomeado seu assessor. O talento e o carisma de Herculano fazem com que ele ascenda a posições de grande poder dentro do grupo. Faz muitos inimigos, sedentos por provar que ele não passa de um vigarista. Tudo em vão, pois ele tem a confiança de Márcio.

Indignado por não ter sido eleito presidente da empresa, Samir arma contra Márcio – tentando provar sua insanidade mental – e contra Herculano – levantando dúvidas sobre sua credibilidade. Para tal, seduz Clô – tentando transformá-la em aliada para conquistar dela os 2% de participação na empresa – e paga Neco para cometer crimes que afetem Márcio e Herculano. Lili, por exemplo, é sequestrada pelos capangas de Neco, a mando de Samir. O tio até consegue afastar o sobrinho da presidência, mas, em caso de ausência do herdeiro de Salomão, quem assume o cargo é Herculano.

O embate pelo poder continua. Uma das acusações que Samir levanta contra o ilusionista é que ele teria comprado um terreno na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, que serviria para a construção de um supermercado concorrente. Esse negócio, inclusive, afasta Herculano de Amanda, pois ela estava prestes a comprar o terreno. Mas Samir não sai vitorioso, pois Herculano apresenta documentos que comprovam que ele comprou o terreno no nome de Amanda, como um presente para ela. O vidente tanto sai ileso das acusações de Samir como reata o romance com a amada.

A contratação de uma nova secretária para o Grupo Hayalla dá novos ares à trama. Ela chega a ser assediada por Amin, mas nega qualquer aproximação. Acaba se encantando por Herculano Quintanilha e, por isso, torna-se alvo de Samir. Ele vê nela um caminho para destruir Herculano. A essa altura, porém, Samir está enfraquecido: Clô o flagra com Valéria, sua amante. Ele é expulso de casa e perde, mais uma vez, a chance de ser eleito presidente da empresa, pois Clô, como vingança, une-se a Márcio e entrega seu voto a Herculano.

Herculano Quintanilha volta a se apresentar na Kosmos, mas quase morre devido a uma armadilha arquitetada por Samir. Neco e seus capangas sabotam a fechadura mágica da caixa de encantos. O mágico vidente entra nela, cheia de água, durante a apresentação, e fica preso. Só consegue sair dela quebrando o vidro.

Pressionado pelas ameaças de Valéria – que sabe das armações e falcatruas dele – Samir mata a amante. A essa altura, já está em processo uma auditoria no grupo Hayalla, que leva à demissão de Amin e Youssef, acusados de desvios de dinheiro. A auditoria também revela deslizes cometidos por Samir, mas ele vira o jogo a seu favor graças ao depoimento de Nina. Pressionada, ela mente dizendo que Herculano a obrigou a recolher documentos falsos sobre Samir e que o vidente a assediou. Na verdade, a secretária foi chantageada por Samir. Ele disse que se ela não o ajudasse, ele denunciaria à polícia os desvios de dinheiro cometidos pela mãe dela. Além disso, aproveita a situação para estuprá-la.

Mais uma vez, a negociação do terreno na Barra da Tijuca pesa contra Herculano. Um dossiê montado por Samir acaba levando o vidente a ser perseguido pela Polícia Federal. Com as provas recolhidas contra Herculano, Márcio não tem outra saída e o demite do Grupo Hayalla.

Enquanto isso, a trama policial ganha novos personagens. Felipe (Henri Castelli), amante de Clô, é preso acusado de roubo, fraude e por ser suspeito da morte de Salomão. Felipe divide a cela com Neco, preso por Eustáquio (Daniel Dantas) na Kosmos, acusado, entre outros crimes, da morte de Natal. Graças a um alvará de soltura, Neco é solto, mas não antes de, a mando de Samir, armar a morte de Felipe.

Para enfraquecer Herculano, Henri (João Baldasserini), Artur (Rafael Primot), Neco e Ubiraci sequestram Alan, filho do vidente. O rapaz chega a levar um tiro, mas o pai o resgata. Samir, por sua vez, tenta matar Beatriz, amante de Neco e diretora financeira do Grupo Hayalla, afinal ela sabia demais de suas armações, mas Eustáquio chega antes de o crime ser cometido e prende o vilão sob a acusação de ter matado Valéria e de ser suspeito da morte de Salomão. Samir é solto graças a um habeas corpus, mas ainda não está livre de acusações de crimes empresariais. A auditoria no Grupo Hayalla consegue documentos que comprovam que Samir fez negócios ilícitos que prejudicaram a empresa. Por isso, ele é demitido por Márcio. O vilão até tenta provar que o sobrinho é louco, mas a Polícia Federal é acionada antes de qualquer movimento dele. Samir foge usando Nina como refém, mas é preso em um motel. Por não ter diploma universitário, termina em uma cela com detentos comuns.

O final
No último capítulo da novela, Neco é assassinado pela sogra, Consolação (Selma Egrei), após invadir a casa dela e ameaçar matar Laura (Simone Soares), sua ex-mulher, e Lili. Mas a grande surpresa ficou com a revelação do assassino de Salomão: Clô. Ela confessa o crime e diz não se arrepender, afinal livrou-se de um tirano, que tanto maltratou seu filho. Mas pouco antes de ser empurrado pela janela por Clô, Salomão foi traído por Inácio (Pascoal da Conceição), seu mordomo, e Youssef. Inácio trocou as pílulas de antiácido do patrão por veneno, o polônio. Youssef deu uma coronhada na cabeça de Salomão, com uma arma fornecida por sua esposa, Nádia (Vera Zimmermann). Ele estava furioso pelo fato de o irmão ter dito que ele foi incapaz de ter filhos. Inácio, Youssef e Nádia são presos por tentativa de homicídio. Clô é a assassina.

Ainda no último capítulo, o Grupo Hayalla ganha um novo diretor executivo, José Maurício Fonseca (Márcio Garcia), que, já em sua chegada, atrai a atenção de Nina. Amanda, grávida, vai ao encontro de Herculano em Santa Fé, um país latino-americano, onde o amado tornou-se assessor do presidente. Rebeldes invadem o palácio presidencial e atiram em Herculano. Ele sobrevive, e o casal termina a trama em uma ilha deserta, com um filho.

TRAMAS PARALELAS

Construtora Mello Assunção
A arquiteta Amanda (Carolina Ferraz) dirige a Mello Assunção sempre temendo o quanto as atitudes inconsequentes de seu pai, Adolfo Mello Assunção (Reginaldo Faria), podem prejudicar a empresa, afinal ele é viciado em jogos de azar. Samir Hayalla (Marco Ricca) esforça-se para conquistar a empresária, mas, no fundo, deseja apenas controlar os negócios da construtora. Quando a empresa enfrenta sérios problemas financeiros e está prestes a falir, ele lhe oferece ajuda, desde que ela aceite o seu pedido de casamento. Amanda fica dividida entre o amor que já sente por Herculano (Rodrigo Lombardi) e o carinho que tem pela empresa. Chega a cogitar aceitar a proposta de Samir, mas desiste e, para sua felicidade, seu pai consegue fechar um contrato com um grupo chinês, o Shanghai Buildings, o que dá novo fôlego à empresa. Para a tomada de decisões na Mello Assunção, Amanda conta com a assessoria de Nelson Cerqueira (Celso Frateschi).

Neco e sua família
Com a grana que Neco (Humberto Martins) conseguiu graças ao golpe em Bom Jesus do Rio Claro, ele compra uma casa na Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e inaugura um salão de beleza, o Penha Fashion. Nesse período, casa-se com Laura (Simone Soares), com quem tem Ernesto Jr., o Nequinho (Diego Kropotoff), e Kelly (Anna Luiza Anillo). Na casa de Neco, também moram sua sogra, Dona Consolação (Selma Egrei), e a cunhada, Lili (Alinne Moraes). Mantendo sua fama de vigarista e explorador, Neco põe a cunhada para trabalhar no salão como manicure, sem remuneração. Seria uma maneira de ela pagar pela moradia e pela comida que ele lhe dá. Neco não se cansa de cobiçar Lili e chega a oferecê-la a clientes. Ela, por sua vez, sofre com tamanho desrespeito. No decorrer da novela, Neco vive um caso com Beatriz (Guilhermina Guinle), diretora financeira da Mello Assunção. Além da relação truculenta com Herculano (Rodrigo Lombardi), Neco é rival de Natal (Antonio Calloni). As desavenças entre os dois pioram quando Neco descobre que Natal é amante de Laura. Depois de muitas maldades, várias delas comandadas por Samir (Marco Ricca), Neco é morto pela sogra, em uma tentativa de proteger as filhas contra o malfeitor.

Natal, o justiceiro
A casa de espetáculos Kosmos, na qual Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) faz seus shows, pertence a Natalino Pimentel, mais conhecido como Natal (Antonio Calloni), empresário nascido e criado no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele é um sujeito capaz de cometer atrocidades, sempre em nome da “justiça” com as próprias mãos. Mas tem um coração bom.

No início da novela, ele se envolve com Lili (Alinne Moraes), cunhada de Neco (Humberto Martins), e dedica-se inteiramente a agradá-la. Mas ela logo desmancha o namoro. Natal, então, torna-se amante de Laura (Simone Soares), mulher de Neco, e a defende das grosserias e violências do vilão. Neco e Laura se separam, mas o marido – já envolvido com Beatriz (Guilhermina Guinle) – não se conforma com a fama de corno. Os embates entre Neco e Natal são frequentes e culminam com a morte do último, após a explosão do seu carro, arquitetada por Neco. Laura, então, assume a Kosmos e se compromete a impedir as vilanias de Neco.

Neco x Natal: jogos de vingança
Neco (Humberto Martins) e Natal (Antonio Calloni) disputam força e poder na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Natal se envolve com Lili (Alinne Moraes), cunhada cobiçada por Neco, e, depois, com Laura (Simone Soares), mulher do inimigo. Ao descobrir a traição da esposa, Neco se descontrola e a agride. Para dar uma lição no agressor, Natal revida a violência. Como vingança, Neco e Ubiraci (Rodrigo Mendonça) incendeiam a Kosmos. Natal, por sua vez, invade o salão de beleza de Neco e deixa muitos prejuízos. Segue-se, assim, uma sequência de vinganças. Neco quase morre ao ser jogado de um penhasco pelos capangas de Natal, mas é o dono da Kosmos que tem um desfecho fatal: ele morre após a explosão de seu carro, plano armado por Ubiraci e Neco. Laura se cerca de capangas e jura vingança. Ela tem a certeza de que seu ex-marido foi o responsável pelos incêndios na casa de Herculano (Rodrigo Lombardi) e na Kosmos, pelo sequestro de Lili e pela morte de Natal.

Lili e os Hayallas
Para fugir do assanhamento do cunhado, Neco (Humberto Martins), Lili aceita o assédio de Natal (Antonio Calloni). Continua a trabalhar no salão de beleza do cunhado, mas sob os cuidados do namorado. Para prejudicá-la, no entanto, Neco arma uma cilada para Lili. Manda Ubiraci (Rodrigo Mendonça), seu braço-direito, pegar a carteira de uma cliente e colocá-la dentro da nécessaire de Lili, fazendo parecer tratar-se de um roubo. A moça é demitida injustamente. Pressionado por Natal, Neco tenta recontratá-la, mas ela não aceita a proposta. A jovem, então, consegue emprego como operadora de caixa em um supermercado da rede Hayalla, onde conhece o poderoso patrão. A essa altura, a jovem já não está mais com Natal. Na primeira vez em que vê Salomão (Daniel Filho), sem saber de quem se tratava, conversa com ele como se ele fosse um cliente qualquer. Até faz piada sobre “o terror das gôndolas”, como os funcionários chamam o poderoso “Salomão Hayalla”. Quando se dá conta da gafe, tenta corrigir o erro, mas é tarde. Para sua sorte, Salomão encanta-se com sua sinceridade.

Neco expulsa a cunhada de sua casa, e Lili passa a morar com Tânia (Carolina Chalita), amiga que lhe ajudou a conseguir a vaga no supermercado. Encantado com a simpatia e a simplicidade de Lili, Salomão corteja a jovem. Ele a leva a eventos sociais e a presenteia com joias. Mas nada disso encanta Lili, que tem orgulho de ser de origem humilde, de ter vindo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Ela prefere a simplicidade de Márcio (Thiago Fragoso), por quem se apaixona sem saber que ele é filho de Salomão. Ao descobrir o romance entre os dois, o empresário vê o amor que sentia por Lili se transformar em fúria. Lili se demite do supermercado e passa a trabalhar como taxista.

Após a morte de Salomão, Márcio e Lili se aproximam ainda mais. Só não contam com a benção de Clô (Regina Duarte), mãe do rapaz, afinal ela vê em Lili a amante de Salomão e uma péssima influência para o filho, por considerá-la uma suburbana. Clô, por exemplo, irrita-se quando Lili organiza uma festa no jardim da mansão, em comemoração à sua saída do hospital, após ter sofrido um acidente de carro. Lili chama todos os seus amigos da Penha para a festa, e o churrasco e a música alta aborrecem Clô. Até Márcio tem um acesso de raiva, tamanha a confusão. Apesar das diferenças, Márcio e Lili se casam. Um dos maiores motivos das desavenças entre o casal é Jose (Fernanda Rodrigues), ex-namorada de Márcio.

Um amor de infância
Márcio (Thiago Fragoso) e Jose (Fernanda Rodrigues) se conhecem desde crianças, e viveram um romance na juventude. Mas o rapaz não a enxerga mais como mulher, e sim como amiga. Jose sente um carinho especial pelo jovem e não desiste de tentar reconquistá-lo. Mas tudo se complica com a aproximação de Márcio e Lili (Alinne Moraes). Em nenhum momento Jose planejou engravidar de Márcio, mas isso acontece, depois de passarem uma noite juntos. Márcio estava bêbado, devido a uma briga com Lili, e aproxima-se de Jose, abraçando-a, beijando-a. Perdida de amores, a jovem se entrega, mesmo sendo chamada de Lili pelo amado. Jose engravida, mas sofre ao saber que um tumor coloca em risco sua vida e a do bebê. Certa de que quer que o amor dela e o de Márcio viva para sempre através do filho – mesmo sabendo que a gravidez é fruto do desejo e não do amor do rapaz –, ela opta pela vida da criança. Jose dá à luz Francisco, mas ela não resiste e morre nos braços de Amanda (Carolina Ferraz), sua irmã. Lili e Márcio assumem o bebê.

Youssef, Amin e suas mulheres
Youssef (José Rubens Chachá) é louco por Nádia (Vera Zimmermann), sua esposa, que o faz de gato e sapato. Já Amin (Tato Gabus Mendes) reprime a mulher Jamile (Carolina Kasting), que nem desconfia que seu marido tenha um caso com a secretária do Grupo Hayalla, Sílvia (Bel Kutner). A amante também sofre por Amin não querer assumir seu relacionamento com ela. No final da novela, Jamile abandona Amin e fica sozinha. Ele, por sua vez, continua saindo com Sílvia. Youssef e Nádia são presos pela tentativa de matar Salomão Hayalla (Daniel Filho).

Clô e seus amores
Pouco antes de morrer, Salomão já tinha ciência de que seu casamento com Clô (Regina Duarte) tinha chegado ao fim. Apenas viviam sob o mesmo teto, e as brigas só pioravam. Ela não concordava com o jeito como ele tratava o filho do casal, Márcio (Thiago Fragoso), – pai e filho pareciam inimigos, sempre às turras.

Salomão, por sua vez, não aguentava mais tantas cobranças, tanta instabilidade. Mas a relação entra em crise definitiva quando Clô se envolve com o jovem Felipe (Henri Castelli). Ela realmente gosta do rapaz, mas ele só está de olho no dinheiro dela. Salomão começa a desconfiar de que haja algo errado quando as joias que deu a Clô desaparecem. Convencida pelo amante, ela as tinha entregado para a avaliação de um ourives. Com o dinheiro, Felipe poderia devolver os dólares e euros que tinha roubado da avó e pagar dívidas com traficantes. Mas como Salomão reclama as joias, Clô tem de devolvê-las.

O ápice da crise conjugal chega com a descoberta da traição de Clô. As provas são claras: fotos do casal na cama, tiradas por um fotógrafo contratado por Samir (Marco Ricca), irmão de Salomão. O empresário até permite que Clô continue a morar na mansão, mas não mais como sua esposa. É nesse período que o empresário se envolve com Lili (Alinne Moraes), exibindo-a como um troféu, a chave de sua felicidade. A relação só não dura muito, pois Lili se apaixona por Márcio.

Após a morte de Salomão, Samir seduz Clô, interessado na parte dela na empresa. Nesse momento, ela e Felipe já não estão mais juntos. Obrigado pelo pai, Cerqueira (Celso Frateschi), que atendia a um pedido de Salomão, o rapaz viaja para Paris. Caso não respeitasse a ordem do pai, seria entregue à polícia.

A aproximação de Samir de Clô tem um objetivo. Os 2% da viúva são essenciais para ele conseguir presidir o Grupo Hayalla. Samir pede Clô em casamento e, mesmo contrariando a vontade de Márcio, ela se casa com o cunhado. Mas é tudo fachada. Prova disso é que Samir não deixa de se encontrar com Valéria (Ellen Roche), sua amante. Ao descobrir o caso extraconjugal, Clô se distancia de Samir, não o apoiando a assumir a presidência da empresa. A essa altura, ela volta a se relacionar com Felipe e se divorcia de Samir.

Magda, amante de Salomão
Magda (Rosamaria Murtinho) sempre invejou a sobrinha Clô (Regina Duarte), cobiçando, inclusive, o então namorado dela, Salomão (Daniel Filho). Sabendo que não tinha chances com o libanês, convenceu o pai de Clô a casá-la com Salomão. Assim, poderia morar com a sobrinha e ficar perto do amado. Magda e Salomão mantiveram um caso por anos, e todo o romance ficou registrado em cartas de amor.

Após a morte de Salomão, Samir (Marco Ricca) toma posse dessas correspondências e as usa para chantagear Magda. Ela deveria ser sua informante na casa dos Hayallas para ajudá-lo a tramar contra Márcio (Thiago Fragoso). Se não o ajudasse, ele contaria a Clô que sua tia sempre a traiu. Magda adere aos planos de Samir.

No final da novela, já encurralado pela polícia, Samir envia as tais cartas para Clô. A viúva fica louca de raiva e expulsa Magda de sua casa. Sozinha, em um quarto de hotel, Magda se suicida.

AUDIÊNCIA

O Astro” obteve média geral de 28.8 pontos, considerada ótima para o horário que tem meta de 25 pontos como meta estipulada. O folhetim também garantiu o melhor desempenho da faixa desde 2007, quando “A Usurpadora” foi levada ao ar. Superou o índice de “Justiça” (2017), mininovela levada ao ar como teste para as novelas às 22h.

O folhetim estreou com 33 pontos de média, o melhor desde “Maria do Bairro” (2006). Durante as semanas seguintes, o folhetim viu seus índices caíram para abaixo dos 30 pontos, mas mantendo-se como um sucesso.

No capítulo 51, exibido no dia 19 de março, “O Astro” bateu um novo recorde: 34 pontos. Índice este que foi superado apenas no capítulo final, em 6 de abril, com 36 pontos.

PRODUÇÃO

Em maio de 2017, Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro formaram parceria e entregaram ao SBT o argumento daquela que se tornaria a primeira novela oficial da faixa das 22h em 10 anos, desde o término de “A Usurpadora”, em 2007. No dia 26 de junho, a dupla foi convocada e anunciada como responsáveis pela primeira trama da faixa, com a estreia marcada para janeiro de 2018. Na ocasião, Nogueira comunicou que o folhetim seria remake de uma trama clássica de Janete Clair.

No dia 11 de agosto, Nogueira e Carneiro entregaram a sinopse completa do folhetim, anunciando que se tratava do remake de “O Astro”, original de Janete Clair exibida em 1985, na faixa das 21h – um dos maiores sucessos da emissora. No dia 21 do mesmo mês, o SBT confirmou a produção de “O Astro” como primeira novela oficial das 22h.

Em 1º de setembro, Mauro Mendonça Filho foi anunciado como diretor-geral da trama, e Roberto Talma como diretor de núcleo. Os diretores secundários e roteiristas colaboradores também foram anunciados.

Os capítulos de “O Astro” começaram a ser escritos no dia 11 de setembro. Já os primeiros nomes confirmados no elenco (Regina Duarte, Daniel Filho, Humberto Martins, Antônio Calloni, Daniel Dantas, Rosamaria Murtinho, Francisco Cuoco, Reginaldo Faria, Jonas Mello, Juliana Paes e Sérgio Mamberti) foram anunciados no dia 15.

No dia 18/09, o elenco começou a ser oficialmente escalado. Rodrigo Lombardi, Carolina Ferraz, Marco Ricca, Fernanda Rodrigues e Thiago Fragoso foram anunciados como intérpretes de alguns dos personagens principais no dia 21 de setembro.

O elenco completo foi apresentado para a imprensa no dia 30 de outubro, e as gravações tiveram início em 6 de novembro.

No dia 13 de janeiro de 2018, Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro entregaram à direção da novela o último capítulo de “O Astro”, após cerca de 8 meses de trabalho árduo. As cenas foram mantidas em sigilo absoluto pelo diretor Roberto Talma, em especial as que entregavam o assassino de Salomão.

No dia 10 de fevereiro, as gravações de “O Astro” foram oficialmente finalizadas – e seu desfecho, exibido em 6 de abril.

CURIOSIDADES

• A trama de Janete Clair mobilizou todo o país na década de 1980, quando os telespectadores queriam descobrir quem matou Salomão Hayalla (Dionísio Azevedo, agora Daniel Filho) e o desfecho de Herculano Quintanilha (Francisco Cuoco, agora Rodrigo Lombardi). A história de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro preserva os pilares básicos da história original, mas se passa nos anos 2010. O trabalho aposta em um novo horário e um novo formato: é mais longo que uma minissérie e mais curto que uma novela, sendo exibido às 22h. O horário permitiu a exibição de cenas mais picantes.

• Os atores diretamente ligados aos shows de ilusionismo tiveram aulas com mágicos, em São Paulo. Além do workshop, Rodrigo Lombardi e Ellen Roche (Valéria) ensaiaram os números de magia com a ajuda de consultores, horas antes de executá-los para as câmeras.

• Na primeira versão da novela, Lili (Elizabeth Savalla, agora Alinne Moraes) e Neco (Flávio Migliaccio, agora Humberto Martins) moravam no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Na novela de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, optou-se pela Penha, também na Zona Norte.

• A participação de Francisco Cuoco na novela como Ferragus, conselheiro de Herculano Quintanilha, foi uma homenagem ao ator, protagonista da trama original de Janete Clair. O convite a Cuoco foi uma ideia conjunta do diretor Roberto Talma e dos autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro.

Regina Duarte define Clô como uma personagem bipolar. Sua personalidade era caracterizada por períodos de excitação, euforia ou hiperatividade, alternados com outros de depressão, tristeza ou inatividade. Para compor sua personagem, não usou como referência a criação de Tereza Raquel, intérprete de Clô na versão de Janete Clair. Mas usou como base a loucura da personagem, o seu desequilíbrio. Para a atriz, as caretas de Clô explicitavam sua necessidade de exacerbar tudo.

• Em “O Astro”, Janete Clair lançou a ideia do suspense policial novelesco. O mistério sobre a morte de Salomão Hayala durou cinco meses, mais da metade da novela, que esteve no ar de outubro de 1984 a maio de 1985. Foi com o assassinato do libanês Salomão Hayalla que nasceu o bordão “quem matou...?”, retomado anos depois em “Vale Tudo” (1995), com a morte de Odete Roitman (Beatriz Segall). Na trama original, coube a Felipe Cerqueira (Edwin Luisi, agora Henri Castelli), jovem amante de Clô Hayala (Tereza Rachel, agora Regina Duarte), esposa de Salomão, ser o algoz. Na primeira versão, ele golpeia Hayalla na cabeça com um revólver e entra para a história da teledramaturgia.

• A história de Herculano Quintanilha foi baseada na trajetória do ex-ministro do Bem-Estar Social da Argentina López Rega, conhecido como El Brujo, influente no último governo do ex-presidente argentino Juan Domingo Perón.

• Em 2018, “O Astro” tornou-se tema de debate no Congresso Mundial da Indústria da Telenovela e Ficção, em Miami, nos Estados Unidos. Na ocasião, Mauro Alencar, especialista em telenovelas, apresentou um estudo sobre remakes.

• O sambista e compositor Arlindo Cruz fez uma participação especial em “O Astro”, tocando em um show especial para Natal (Antonio Calloni).

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